Capítulo 5

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Finalmente descemos  do avião , aleluia senhor . Aleluia nada , que frio. Por que eu vim de short e camiseta? Sou muito burra.

"Mãe estou com frio"

"Claro como você se veste desse jeito para vir para cá em pleno inverno"

"Mas estava quente no Rio"

"O Rio é sempre quente"

"Tá , tá , vamos logo ta frio aqui" disse revirando os olhos.

"Vamos você vai amar esse lugar"

"Não , não vou eu gosto de calor"

"Vou chamar o táxi , fique ai"

"Como se eu conseguísse sair daqui nesse frio"

Ignorou meu comentário e saiu para chamar o táxi. Quando fui me sentar percebi que todo mundo estava me olhando. Um menininho virou para mim.

"Você está com frio moça" disse.

"Um pouco" respondi sorrindo.

"Você quer o meu casaco?" estendeu nas pequenas mãos .

"Não , obrigada"

"Ok , te vejo depois" disse e saiu correndo.

"Hey , menino volta aqui"

"Filha está falando sozinha agora?"

"Não eu só estava falando...com..o...ué cade ele?" olhei e não o vi.

"Ta OK , vamos?"

"Vamos" disse ainda procurando o menino.

Entramos no táxi , minha mãe deu as indicações ao taxista. Fomos o caminho todo em silêncio.

Chegamos a uma casa grande e antiga , e ao lado à um pequeno matagal , que me deu arrepios. Isso é estrema mente assustador em meio a cidade grande.

Quando entramos na casa , fiquei de boca aberta.

"Linda , não?" perguntou minha mãe com um sorriso.

"A não ser pela poeira" disse passando os dedos nos móveis.

"Isso a gente resolve num minuto" saiu e voltou com duas vassouras. "Vamos limpar" disse como se fossemos a um show do Maroon 5.

"Nem em outro país eu fujo do trabalho" minha mãe deu uma gargalhada.

Nós organizamos tudo. Fiquei com  um quarto que a janela dava para a entrada da casa.

Já era noite quando acabamos a limpeza. Subi para o meu quarto e fiquei sentada no banco que tinha em frente a janela olhando a rua.

Rua tinha casas grandes , crianças correndo na rua , uma típica rua de subúrbio. Pensando bem , talvez não seja tão ruim morar em Londres.

"Filha a pizza chegou" estava tão presa nos meus pensamentos que nem vi o entregador chegar.

"Estou descendo"

Comemos a pizza inteira.

"Mãe , por que nunca me falou dessa casa?"

"Não sei , depois que seu pai morreu não quis mais pisar nessa casa , achei que me lembraria dele , mas vejo que lembrar dele as vezes é bom" disse e sorriu.

"Legal" disse baixo , mas tenho certeza que ela escutou.

"Agora vai dormir , eu vou ver um assuntos do meu novo emprego e você vai conhecer Londres"

"Sozinha?!" perguntei incrédula.

"É , te dou o endereço daqui e onde estiver pode pegar um táxi e vir para casa"

"Ta...legal" disse assustada. "Boa Noite".

"Boa Noite filha"

Fiz minha higiene  bocal , coloquei o pijama e fui dormir.

*

'Estava numa rua estranha vazia. Procurei por alguém e vi o menino do aeroporto sentado no meio da estrada brincando com seu carrinho. "MENINO" gritei e levantou olhou para minha direção assustado . "O que foi?" ele apontou para na minha direção olhei para trás e vi um carro se aproximando totalmente descontrolado. Gritei assim que o menino foi atingido pelo carro.'

Acordei com uns balanços da minha mãe. Abri os olhos , senti a roupa mais grudada no meu corpo , estava muito suada.

"Foi só um pesadelo , vou ficar bem" disse a minha mãe que até então não tinha dito nada.

"Vai ficar tudo bem , volte a dormir"



Alicia - ParadaOnde histórias criam vida. Descubra agora