teleny; xiuhan

05 | Seu nome é... Luhan

Mais uma vez, nossos olhares voltaram a se cruzar, experimentando eu, naquele mesmo momento uma sensação estranha, uma espécie de fascínio que me deixou petrificado.

E como se estivesse hipnotizado, em vez de sair do salão, contra minha vontade, comecei a me aproximar do grupo.

O pianista, sem mostrar nenhuma reação, manteve seus olhos fixados nos meus.
Senti-me tremer da cabeça aos pés.

Ele parecia querer me atrair lentamente para ele.

E a sensação, devo confessar, era tão agradável que abandonei meu querer sem resistência.

BaekHyun que ainda não me tinha visto, se virou, e ao reconhecer-me, se dirigiu a mim como de costume com uma pequena saudação.

Os olhos do pianista, brilharam por um momento como uma faísca, até que ele se aproximou do ouvido de BaekHyun e disse-lhe algo, em seguida o filho do general, por resposta, veio até mim, e tomando-me a mão, disse:

- Minseok, permita-me apresentar meu amigo LuHan. Mr. Lu Han, este é Mr. Kim MinSeok.

Ruborizado, respondi à saudação. O pianista me estendeu a mão sem luvas, em meu estado de nervos, eu também havia retirado as minhas.

Coloquei minha mão nua sobre a sua... e ela era uma mão tão perfeita para ser de um homem, mais grande do que pequena, firme e macia, com longos e finos dedos, que oprimia ao mesmo tempo com vigor e sem choque.

Quem nunca experimentou as diversas sensações que produzem o contato com uma mão? A mão é um índice de temperamento. Alguns são em pleno inverno quentes e ardentes, outras são frias e até congelantes em pleno verão. Há as secas e enrugadas, e outras humidas e viscosas. Existem as carnudas, esponjosas, musculosas, finas, grossas e as mais ósseas. A pressão de umas é forte com um todo, e a de outras, mais suave. Há mãos discretas, e mãos que tocam com toda a indecência, mãos cujo aperto hipocrítico expressa as reservas daquele que os estreita, mãos aveludadas, untuosas, clericais e lânguidas. Há, por fim, a mão magnética, que parece ter uma secreta afinidade com a sua própria, e cujo o único contato é suficiente para quebrar o nosso sistema nervoso e nos encher de alegria.

Mas... como posso expressar minhas próprias sensações sob a pressão da mão de LuHan?

Era como se eu tocasse um fogueira, mas estranhamente ao mesmo tempo eu experimentava o doce frescor de um beijo, e aquela sensação conseguiu escapar da minha mão e deslizar-se por todo o meu ser, ela acariciou meus lábios, minha garganta, meu peito.

Meus nervos se agitaram e aquele tremor passou a descer por meus musculos, até alcançar minha base.

Sua mão tomava posse de todo o meu ser e estranhamente eu estava feliz por isso.

Eu desejava poder dizer algo gentil a ele, e agradecer pelo prazer que seu desempenho no palco tinha me dado, mas quais palavras poderiam servir -me para expressar a minha admiração?

-Cavalheiros -disse ele- temo estar privando-lhes de sua música.

Ele havia notado que eu estava prestes a sair.

-O concerto lhe entediou. Não é mesmo?

-Muito pelo contrário, mas depois de ter ouvido sua musica, eu não suportaria ouvir a de outros artistas.

Ele pareceu lisonjeado, e sorriu.

-Verdadeiramente, Han, desta vez tem se superado. -disse BaekHyun-Jamais lhe ouvi tocar com tanto animo e dedicação.

-E sabes por quê?

-Hm... não...

-Simplismente foi por que, enquanto me encontrava ao piano, eu pude sentir claramente que alguém estava me ouvindo.