CAP.8 - O mundo Em Chamas

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Caminhamos mais alguns metros entre os destroços do avião, misturados com alguns pedaços de corpos. Uma verdadeira cena de guerra, o som das árvores queimando, misturado com o barulho da turbina que ainda girava se misturavam com os gritos de dor e desespero dos passageiros!

- O que iremos fazer, tia? - Perguntei ao parar em frente a clareira aberta pelo avião.

- Vamos nos dividir em dois, você e o Júnior vão até a cauda do avião e eu e seu tio iremos ver a parte das asas. - Respondeu ao nos dar um de seus kits.

- Pega aqui tio! - Falei ao lhe entregar a arma de meu pai.

- "Donde ocê" arrumou isso guri? - Questionou antes que pegasse a arma.

- Essa era a arma do meu pai, tio. - Respondi sem ao menos olhar direito para meu tio.

O silêncio de nossas vozes dominou o ambiente, até minha tia quebrar o clima. - Vamos logo e se cuidem meninos!

Marley caminhava a nossa frente cheirando alguns dos destroços, meu primo seguia bem atrás de mim atento a cada passo que dávamos. Poucos metros à frente escutamos gritos de socorro, que fizeram a gente correr em sua direção.

- Me ajudem por favor! - Uma senhora, com seus quarenta anos, nos chamava.

- Calma, estamos aqui. A senhora está sentindo dor aonde? - Meu primo a perguntou enquanto olhava seus ferimentos e queimaduras superficiais.

- Não estou conseguindo sentir minhas pernas direito e minha nuca está doendo muito. - Respondeu dando breves gemidos de dor.

- Vou ver melhor como a senhora está e iremos tentar tirá-la daí.

Enquanto meu primo analisava a situação da senhora, eu e Marley ficamos olhando os arredores a fim de evitarmos surpresas desnecessárias.

- Luan, me ajuda a tirar ela desse assento! - Meu primo pedia ajuda enquanto desprendia a senhora do assento.

- Já vou! - Respondi enquanto amarrava Marley e colocava o fuzil em minhas costas.

- Três, dois, um, vai!

- Agora vamos deitar ela aqui. - Junior falava ao apontar para um local sem muitos destroços ao lado do avião.

- Vou deixar o Marley contigo, e ver se encontro mais sobreviventes.

- Certo, só não vá para muito longe e tome cuidado. - Dizia pouco antes de voltar sua atenção à senhora.

Segui o trajeto até a cauda do avião, que estava virada em noventa graus, ao qual entrei por um pequeno espaço que havia nas ferragens. Haviam muitos corpos amontoados devido ao impacto, e alguns até mesmo estavam sendo cozidos devido ao fogo que começava a consumir a aeronave. Sem ter muito o que fazer ali, me virei e fui em direção ao lado de fora, quando escutei uma voz fraca chamando por ajuda.

- Olá, tem alguém aqui? - Chamei na tentativa de localizar a pessoa.

Um breve momento de silêncio, até escutar algo se mexendo em uma das fileiras à minha frente.

- Estou aqui! - Era possível escutar a voz fraca de um homem ao fundo.

- Oi, vou te ajudar, segura minha mão. - Respondi ao localizar um jovem em meio ao caos.

Apoiei meus pés sobre as duas fileiras de assentos que haviam ao seu entorno e o puxei com todas minhas forças, até meu corte começar a doer.

- Valeu cara, por pouco achei que iria morrer aqui.

- Agradeça depois que saímos daqui. - Respondi apontando para a parte traseira da cauda que já estava sendo consumida pelas chamas.

Pulamos as fileiras até finalmente alcançarmos o espaço que havia passado antes.

História Z - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora