CAP.9

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- Já estávamos ficando preocupadas! - Minha irmã falou ao abrir o portão do sítio.

- Por pouco não voltamos inteiros. - Júnior respondeu ao descer do carro.

- Me ajudem aqui, preciso suturar esse corte, antes que ela perca mais sangue! - Minha tia nos chamava, ao pular na caçamba da camionete.

Andamos apresadamente em sua direção, para ajudá-la. Após minha tia terminar de suturar o ferimento da senhora a levamos para dentro e a deitamos em um dos sofás.

- O que aconteceu lá? - Aryani perguntou ao ver algumas marcas de sangue em minha roupa.

- Nem sei como te explicar, foi uma verdadeira carnificina!

- O bom é que vocês voltaram sãos e salvos, e ainda trouxeram sobreviventes... - Falava enquanto olhava para os mesmos sentados no sofá, do outro lado da sala.

- Isso é, mas aquela senhora não parece nada bem.

- Prazer me chamo Nathalia, e qual é o nome de vocês?

- Thaisa prazer! - Uma jovem morena, de mais ou menos 1,70 respondeu ao se levantar e cumprimentar minha irmã, com um aperto de mãos.

- E vocês, como se chamam?

- Desculpa, minha cabeça estava longe. Me chamo Eduardo e essa é minha filha Ana, ela é autista, então não é de falar muito com desconhecidos. - Respondeu enquanto acariciava as pequenas mechas de Ana, uma garotinha loira de aproximadamente cinco anos.

- Trouxe algumas roupas, só não tinha nada no tamanho da pequena. - Meu tio falou ao colocar algumas peças de roupa sobre a mesa de centro.

- Pessoal, vou tirar essa roupa e me deitar, minha perna está me matando!

- Obrigado pela ajuda rapaz.

- Não precisa agradecer. - Respondi Eduardo pouco antes de subir as escadas.

Entrei no quarto e logo tirei aquela roupa suja e cheirando a fumaça, tomei uma ducha rápida e logo após colocar um calção preto de futebol me joguei na cama. Durante o sono, pesadelos constantes me viam, principalmente com minha mãe e aquelas criaturas que insistiam em aterrorizar meu subconsciente! Enquanto dormia escutei vozes altas que me fizeram despertar no final da tarde.

17:43.

- Está tudo bem aí? - Perguntei sem ao menos ter terminado de descer as escadas.

- Sobe, sobe!

- Como assim subi? - Perguntei ainda parado.

- Vem logo! - Pedro dizia ao me puxar com todas suas forças.

- Tá, agora você pode me dizer o que está havendo?

- A Luiza acabou virando uma daquelas coisas, e quase mordeu sua tia. - Respondeu ao fechar a porta do quarto.

- Oi? Como assim ela se transformou?

- Você ainda está dormindo, né? - Perguntou ao ver a marca do travesseiro em meu rosto.

- Um pouco, mas agora me conta devagar o que aconteceu.

- Sua tia estava indo verificar a febre da Luiza, quando a mesma tentou morder a mão da Iris. No susto o pessoal correu para fora e trancaram a gente com ela aqui dentro. - Finalizou com um sorriso forçado.

Puta que pariu, não sei porque essas merdas sempre acontecem comigo! Certeza que na outra vida eu era Judas, pois não é possível! - Falei em pensamentos.

- Onde você viu ela pela última vez?

- Ela estava entre a cozinha e a sala, mas acho que ela nos seguiu...

História Z - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora