Enquanto eles dançavam Heitor sussurrou no ouvido de Aurora:
— Se lembra daquelas flores mortas e raízes vivas que eu escrevi na carta? Então, eu senti uma nova primavera invadir o meu peito quando a gente se reencontrou.
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Aurora segurou firme a nuca dele e disse:— Sabe essas flores? Elas nunca morreram dentro de mim. Você é meu sol nos dias de inverno e escuridão.
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Heitor enrolou seus dedos no cabelo de Aurora, segurou mais forte pela cintura e a beijou. Um beijo tão intenso e demorado, que valeu por todos esses anos separados.— Eu não sei o que vai vir depois da meia noite, mas se vier você eu ficarei bem.
— Confesso que eu tenho medo do que o futuro vai me tirar e me trazer. Mas se você permanecer ao meu lado, eu ficarei bem. - Aurora beijava Heitor intensamente. Os anos se passaram, mas o beijo, abraço e o cheiro do amor ainda eram os mesmos.
Aurora se rendeu e foi parar no apartamento do Heitor. Eles fizeram um amor tão intenso e poderoso, que desde então perceberam que não poderiam mais ficar distantes um do outro. Começaram a sair mais vezes, risadas, momentos felizes, tudo de novo, mas de uma forma mais madura e decidida.
— Ouvi dizer que toda vez que sorrimos, nasce uma nova estrela. Então, sempre que estou com você, nasce uma galáxia no céu. - Heitor arrancava mais risos de Aurora, deixava-a encantada.
— Você é o motivo dos meus melhores sorrisos.
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Meses depois a mãe da Aurora faleceu. Ela ficou tão mal que não queria mais continuar na cidade. Heitor já estava bem sucedido financeiramente e não queria mais perder tempo, pediu-a em casamento. Claro que ela aceitou na hora e eles se mudaram para o Rio de Janeiro. Aurora sempre gostou do sol, do calor e de toda essa explosão de luz. E de clima frio, já basta às despedidas dolorosas, não é Heitor?!
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Depois de conhecer pessoas diferentes, de viverem diversas histórias, agora eles já estavam bem mais maduros, mais sábios, mais fortes e dispostos a enfrentar tudo em nome do amor.— Sabe Aurora, toda vez que sentia a tua falta eu escrevia uma carta, pra me lembrar dos diálogos, dos sentimentos e de tudo que vivemos. Hoje, existem mais de duas mil cartas no fundo do meu coração, e finalmente posso dizer o quanto te quero, para sempre. Eu estou aqui pra dizer que não vou mais desistir de nós. O seu amor é o que me move, e eu não posso parar, não quero parar.
— Ninguém poderá vencer um amor imortal como o nosso. É com você os meus melhores sorrisos, e os meus melhores gemidos. - Ela sorri, olhando ele com certa malícia.
Dois anos se passaram. Eles tiveram uma filha chamada Helena, uma menina linda, com os olhos de Aurora e o sorriso de Heitor. Fruto de um amor antigo que não morreu apesar dos anos, e dos danos.
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Foi preciso que eles passassem por todo esse processo de dor e espera para se reencontrarem e fazer tudo diferente. Não importa onde Aurora esteve ou com quem Heitor já se relacionou, o importante é que eles voltaram pra quem o coração sempre quis. O amor é pra te trazer paz e felicidade, e não uma guerra, onde você tem que lutar sempre pra ser feliz.
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Aurora e Heitor são a prova de que quando é pra ser vai acontecer independentemente do tempo e dos danos. Quando duas pessoas nascem pra ficar juntas, não há nada e nem ninguém capaz de impedir. Incrível que quanto mais o tempo passava e mais longe eles ficavam, o amor em vez de morrer aos poucos, só crescia mais na ausência um do outro.
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Aurora e Heitor, a prova de que ainda existem amores eternos.
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Fim.
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Uma Última Carta
Short StoryUma pessoa que diz te amar, mas erra sempre, pede perdão e depois faz tudo de novo umas trezentas vezes. Isso é amar? E você que diz amar, mas perdoa sempre os mesmos erros trezentas vezes. Isso é amar demais ou se amar de menos? Se a pessoa não mud...