Naquela manhã fria de janeiro, pessoas sumiam dentro de seus casacos e botas de inverno. O Central Park, enfeitado com neve e árvores despidas de suas folhagens, denunciava que aquele seria mais um inverno rigoroso para a população.
Edward, sentado num dos bancos de madeira, pegou o jornal com as mãos enluvadas e passou os olhos pela seção de empregos. Dias antes, fora demitido do único emprego que conseguira após chegar de Londres, uma lanchonete do Mc Donald's.
Folheou algumas páginas até que seus olhos pousaram em um anúncio chamativo. No jornal, dizia que a vaga era para assistente, deixando bem claro que a preferência era por homens.
Arqueou a sobrancelha, estranhando o fato, afinal, essas vagas eram direcionadas às mulheres, no geral. Dando de ombros, checou o endereço e viu que não estava tão longe.
Levantou-se e olhou para os lados. Cumprimentou um grupo de senhoras que lhe sorriram abertamente, enquanto, aparentemente, mantinham sua rotina de exercícios. Balançou a cabeça negativamente quando elas se foram. Quem diabos tinha coragem de sair de casa, com um frio de matar, para correr sem rumo? Se não tivesse que arrumar um emprego, provavelmente estaria em casa, debaixo de suas cobertas, assistindo a um filme e comendo até não aguentar mais.
Olhou no relógio e decidiu ir logo, antes que a vaga fosse preenchida por outra pessoa.
O céu estava nublado e, quando menos esperava, uma forte chuva caiu enquanto se direcionava para a saída do parque.
Edward revirou os olhos e levantou o polegar para o céu.
― Obrigado, Deus!
Não tinha escolha, senão correr o mais rápido que podia. Não sabia o que aquilo significava, então preferiu acreditar que aquela chuva era um presságio de coisas boas.
~
Não adiantou correr, afinal, Edward chegou ao local mais ensopado do que qualquer outra coisa. Mas não havia como desistir, se alguém lhe roubasse a vaga, poderia dar adeus às suas perspectivas de vida em Nova York.
O prédio de mais de vinte andares se destacava pelas enormes vidraças e poderia muito bem tornar-se um ícone dos turistas. Respirou fundo e entrou, ficando impressionado com o ar acolhedor que aquele lugar proporcionava. Estava quente lá dentro, o que o fez tirar o casaco imediatamente. Por sorte, as suas roupas de baixo mantinham-se secas.
Aproximou-se do balcão, onde três moças conversavam alegremente. Uma delas o atendeu, abrindo um sorriso encantador. Esclarecendo seu propósito ali, a moça fez uma breve ligação e o mandou em direção ao elevador.
Aquele elevador era, provavelmente, um dos mais rápidos que já havia entrado. Em questão de segundos, o levou até o último andar. Ao passar pelas portas de aço, observou um pouco do local. Um grande escritório, mesas espalhadas e pessoas correndo de um lado para o outro.
Na mesma direção de onde estava, viu um balcão acinzentado e uma mulher loira sentada atrás, usando um headset.
A mulher o fitou de repente e abriu um leve sorriso.
― Edward Smith, certo?
Ele assentiu e se aproximou do balcão. Por sorte, tinha um currículo consigo, que não estava molhado pela chuva.
― Eu vim pela vaga de assistente.
A secretária sorriu.
― Sim, imagino ― murmurou. ― Dê-me seu currículo.
Edward lhe entregou o papel e se debruçou no balcão. A jovem rolou os olhos pelo papel e o fitou novamente.
― Ótimo, sente-se ao lado daquele jovem. ― Apontou para o corredor, onde tinham algumas cadeiras. ― Vou informar à minha chefe que estão aqui para a entrevista.
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Minha chefe me odeia - Pt. 1 - (Degustação)
Genç Kız EdebiyatıEdward Smith saiu de Londres para tentar a sorte em Nova York, longe da pressão de sua família. Com uma nova identidade, ele estava pronto para ser mais um cidadão comum, em uma grande cidade. Mesmo com a dificuldade para encontrar emprego, é surpre...