De todas as coisas que poderiam acontecer na sua vida, aquela, sem dúvidas, entrava no hall das piores. A água gelada imediatamente fez o trabalho de deixar seus lábios roxos.
Procurando a calma em suas veias, ela nadou até o lado onde estava a escada que a tiraria daquele fundo de poço. Nunca em sua vida odiou tanto uma piscina, como naquele momento.
Para a sua infelicidade, o autor daquela confusão estava parado em frente à escada, bloqueando a sua passagem.
― Saia da minha frente! ― Elizabeth vociferou. ― Eu juro por Deus que não respondo por mim!
Edward abriu um sorriso brincalhão.
― Eu duvido que passe por aqui. ― Cruzou os braços de encontro ao peito. A piscina não era tão funda, então conseguia ficar perfeitamente em pé.
― Eu vou passar! ― determinou, enquanto juntava forças e nadava até a escada.
O homem, de braços cruzados, balançou a cabeça negativamente.
― Não vai sair daqui enquanto não sorrir.
Elizabeth arregalou os olhos, estupefata.
― O quê?
― Meu pai costumava dizer que quando uma situação se torna ruim o bastante, o único remédio que nos resta é sorrir.
― Você está louco, só pode! ― retrucou. ― Eu estou falando sério, Edward. Saia da minha frente ou não sei o que vou fazer.
O homem bufou.
― Você é uma mulher muito difícil, sabia?
Sim, ela sabia, porém deu de ombros e quando ele se afastou da escada, grudou as mãos na barra de ferro. Apoiou um pé de cada vez, tomando o cuidado para que ele não visse suas roupas íntimas.
Edward mantinha um sorriso travesso e observou cada movimento de sua chefe. Ela estava claramente irritada, entretanto, como o bom demônio que era, não a deixaria sair da piscina sem rir da situação.
Seguindo sua intuição, Elizabeth subiu um degrau de cada vez e quando chegou ao último e a água já escorria de seu corpo, dois braços fortes a grudaram pela cintura, puxando-a de volta.
A água envolveu seu corpo e ela nada pôde fazer. Nem gritar, se não quisesse se afogar.
Edward a soltou e ria loucamente, como uma criança que acabara de aprontar. Elizabeth se estabilizou na água e passou as mãos no rosto, afastando os cabelos que grudavam. Abriu os olhos e o encontrou rindo, como se aquela fosse uma grande piada.
E ele deveria estar certo, ela sentia-se como a maior piada do ano. Neste momento, a raiva presa em seu peito, esvaiu-se como por um milagre e riu como há muito tempo não o fazia.
~
Clara, Jason, Anthony e Gwen estavam na sala de visitas quando ouviram risos que ecoavam da área externa do apartamento. Com a curiosidade à flor da pele, correram até a porta de vidro.
― Meu Deus do céu! ― Clara murmurou. ― A Lisa está rindo?
Os outros se esforçaram para visualizar melhor a cena.
― Gente. ― Anthony riu. ― Acho que vou para casa, vai cair um dilúvio hoje!
Eles riram e continuaram observando a cena. Elizabeth de repente ria cada vez mais e até Edward se surpreendeu. Para o seu consolo, a mulher possuía a risada mais gostosa de se ouvir. Entretanto, o feitiço durou pouco e logo ela se recompôs e aquele clima divertido foi pelo ralo.
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Minha chefe me odeia - Pt. 1 - (Degustação)
Literatura FemininaEdward Smith saiu de Londres para tentar a sorte em Nova York, longe da pressão de sua família. Com uma nova identidade, ele estava pronto para ser mais um cidadão comum, em uma grande cidade. Mesmo com a dificuldade para encontrar emprego, é surpre...