1- Diego

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    Peguei meu fone de ouvido e fui saindo de casa. Eu realmente não estava disposto a ouvir novamente o mesmo sermão.

   "Se comporte! Você tem dezesseis anos, não é mais um pivete! Caso eu não veja notas azuis, você não vai mais sair, e sem celular... Por uma semana, me ouviu?". Era sempre a mesma coisa, e eu, como sempre, não estava afim de escutar o drama.

    Na minha antiga escola, eu era - extremamente - popular. Algumas garotas "morriam" por mim, chegava a ser engraçado e em certas ocasiões, até assustador. Mas era algo na qual eu não me cansava. Mas minha mãe, do nada, resolveu me colocar em um local desconhecido, com apenas dois amigos. Maravilhoso isso, mãe, realmente animador. Muito obrigada.

    Estava andando rápido e não muito tempo depois, cheguei a aquela droga de escola, que tinha um muro e portões exageradamente grandes.

    - Que merda é essa? Uma escola, ou uma prisão? - sussurei, encarando a visão assustadora que aquele local causaria a qualquer um.

    Enquanto estava ali, parado, e olhando fixamente para mais um local de onde seria expulso, senti alguém puxando um dos meus ombros, o que me fez dar um pequeno grito.

    - Qual é? - disse Gomma, um dos meus amigos, rindo escandalosamente.

    - Quase me matou, cara - dei uma risada baixa. - E aí, como você está?

    - Ah, sei lá. Essa escola é uma merda, fora isso, acho que ando bem... Mas, me diz, como você está? Depois do que aconteceu na última escola que você estudou, achei que sua mãe tinha desistido de te fazer estudar.

    Continuamos conversando, até passar algo, ou melhor, alguém que atraiu meu olhar.

    Uma garota, com um pequeno grupo a seguindo. Cerca de três meninas, aparentemente da mesma idade, caminhavam com ela. Pareciam “patinhos” atrapalhados indo atrás da mãe.

     Me levantei. Queria falar com ela, afinal a garota não resistiria a mim, certo?

    - Calma, calma - disse Gomma, puxando meu braço. - Essa daí, é a Candy. Ela é extremamente grossa... Mas também é educada e... ah, é difícil de descrevê-la.

    - Devo esperar? - perguntei, esperando que a resposta fosse "não".

- Comece puxando assunto com ela. Em algum momento ela se rende. Ela deve ser daquelas vagabundas frescas, sabe? Não posso dizer muito, por que ainda não comi - ele disse baixo e riu.

    - Um dia ela ainda vai... - Gomma me puxou pelo braço quando ouviu o barulho do sinal, não me dando chance de terminar a frase.


    Entramos correndo no meio da multidão de pessoas.

    Ainda apertando meu braço, seguiu um caminho estranho até um corredor. Pensei em perguntar onde estávamos indo, mas ele não responderia. Alguns minutos depois, chegamos em um banheiro que parecia abandonado a algum tempo.

    - Vamos nos atrasar, sabia? - falei. Era o meu primeiro dia, não queria entrar em algum problema justamente hoje.

   - Sim, relaxa, hoje não tem nada importante. Hoje é dia de ficarmos em paz - disse tirando da bolsa um cigarro de maconha e o acendendo.

    Diego puxou algumas vezes e soltou a fumaça.

    - Realmente, acho que posso acabar gostando daqui.

Quem Eu Quero É Você • Lil XanOnde histórias criam vida. Descubra agora