#11||CANDY||

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    Passei pouco mais de vinte minutos ali, e acabei dormindo no colo de Diego, que me levou pra casa.
    Eu o amo. Muito. Pra caralho. Mas, o que posso fazer? Não vai dar certo.
    Eu sou uma quase chefe de uma gangue, vivo me escondendo, pra que não descubram que faço parte deles, e tenho medo de me apaixonar.
    Talvez, Diego não se lembre de mim, mas já morei na mesma rua, e estudei na mesma escola que ele.
    Talvez, ele só lembre de mim pelo nome, o que torna tudo complicado...
    Hoje Diego virá em casa. Provavelmente, ele irá pedir meu caderno emprestado.
   Os garotos sempre reclamam comigo disso. "Ah, Candy é uma garota sem sentido! Ela tem uma gangue, onde eles usam drogas, bebem, mas todos tem de ser estudiosos!", era o que sempre diziam. O que me adiantaria, ter uma gangue, onde as pessoas não saibam fazer cálculos simples? Eles precisavam pelo menos completar o terceiro colegial para continuarem lá.
    - Candy? - Ouço a voz de Gazzy.
    - O que é? - Abro a janela do meu quarto, que ficava no andar de cima, e  olho para a cara deles.
   - Diego quer seu caderno.
   - Abre a porra do portão e entra.
   - "Tamo" entrando. - Fez o favor de gritar Gazzy.
   - É "LICENÇA", NÃO "TAMO ENTRANDO", DESGRAÇA. - Berrei.
   Diego abaixou a cabeça.
   - Por que tu tá assim? - Gazzy perguntou, já entrando no quarto.
   A minha vontade, era grudar no pescoço deles, Diego e Gazzy, por mais que Diego não tivesse feito nada.
    - Não aconteceu nada, peguem o caralho do caderno e vão pra puta que pariu com ele.
    - Diego, me espera na sala, lá em baixo.
    - Tá. - Respondeu Diego, seco.
    - Me conta, por que tá assim?
    - Não é nada. - Respondi.
    - Eu sei que é.
    - Não é nada, eu já disse.
    - Candy, eu te conheço desde que você se conhece por gente, sei que tem algo de errado. Me conta, o que é?
    - Eu tô apaixonada.
    - O QUÊ? - Gazzy berrou, com todas as forças possíveis.
    Ri baixinho.
    - Calma, calma.
    - Por quem?
    - Começa com "D", termina com "iego".
    Foi a vez dele de rir.
    - Isso dura desde a "rua trinta e cinco"?
    - Dura. - Rimos escandalosamente.
    - Bons tempos aquele. - Ele falou, e seus olhos brilharam.
     Eu o olhei, e simplesmente disse:
    - Eu te amo.
    - Eu também, baixinha.
    Nos abraçamos
    - Vão demorar? Estou com sono. - Era Diego.
    - Já estamos indo.
    Gazzy beijou minha testa.
    - Dieeeego. - Falei um pouco alto demais.
    - O que é? - Ele estava bravo.
    - Entra, nenê.
    Ele ficou calado, e então entrou... Sorrindo.
    - Meu caderno... Tá na... Primeira gaveta da penteadeira.
    - Obrigada, Candy.
    - Não foi nada! - Sorri, gentilmente.
    Gazzy beijou novamente minha bochecha.
    - Fica bem, Candy. Te amo. Até amanhã.
    - Obrigado. Te amo. Até, meninos.
    Diego fechou a cara, e olhou pra mim.
    "Vai tomar no seu cu, menino.", Pensei.
     Novamente, O garoto me olhou, disse um "Tchau" áspero e saiu, batendo os pés no chão, de cara amarrada e deixando Gazzy e eu sozinhos.
     - Gazzy, me faz um favor?
     - Faço sim, qual?
     - Manda o Diego ir tomar no cu dele, e parar com isso de ficar fechando a cara do nada, sem motivos.
     - Eu falo, sim. - Ele riu, e saiu do quarto.
     Dormi a menos de cinco minutos depois daquilo.

Quem Eu Quero É Você • Lil XanOnde histórias criam vida. Descubra agora