#25||Candy||

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    Eu não senti nada.

    Minha raiva fazia minha cabeça pensar coisas cada vez piores.

    Eles poderiam acabar comigo. Mas com Samyra não. Samyra não.

    Em alguns minutos, já estava na frente do pequeno esconderijo dos membros.

    Minha cabeça doía, mas eu não me importava.

    Eu não me importei com as pessoas que trombei na rua, e não me importava com a forma como iria morrer.

    Chutei a porta e ouvi o choro de Samy, provavelmente estava assustada.

    Entrei pela porta e apontei a arma para frente. Nada mais importava. Eu queria ver aquela porra toda cair.

    - Você por aqui, Talita? - perguntou Paula, com um tom de voz calmo.

    O ambiente mal iluminado, aos poucos foi se ajustando a minha visão. E lá estava minha pequena, sentada em uma cadeira no meio da sala. Ao redor da sala toda, só membros apontavam as armas para mim.

    Era uma armadilha.

    Eles sabiam que eu teria essa reação. Eles sabiam que eu sairia sem pensar.

    Eu estava desprotegida. E estava colocando Samy em risco.

    - O que vocês querem? - perguntei.

    - Ah, Samy... Nós deveríamos ter te matado a muito tempo. O que queremos? Você. Não é óbvio?

    - Vocês podem me matar. Mas eu quero Samy livre disso - falei.

    - Ei, pirralha. Quem dita as ordens aqui sou eu - Paula retrucou.

    Olhei para trás, para a porta escancarada atrás de mim. Vi Gazzy vindo e se escondendo atrás das primeiras coisas que via, me fazendo quase rir.

    Soltei a arma e coloquei a mão no bolso de trás da calça, retirando uma pequena bomba e escondendo-a no fundo da mão.

    - Podem me matar, mas me deixem pegar minha filha pela última vez - falei.

    Paula concordou com a cabeça.

    Peguei Samy no colo, pois a mesma chorava.

    Fingi acalmá-la enquanto a balançava no meu colo. Dando dois passos para trás e um pra frente, chegando perto demais da saída.

    A esse ponto, Gazzy já estava ao lado da porta.

    No primeiro momento de distração das pessoas com as armas e de Paula, passei rapidamente a criança pra Gazy, que correu com ela para fora dali.

    A última coisa que pude ouvir, foi a frase "atirem", vinda de Paula.


    Eles atiraram em meu peito, me fazendo cair.

    Mas, antes de sentir a vida deixar meu corpo, joguei a bomba no chão, fazendo tudo explodir.

    Vi tudo aquilo ir pros ares, junto com tudo o que estive esperando: a morte de Paula e sua gangue idiota.

Quem Eu Quero É Você • Lil XanOnde histórias criam vida. Descubra agora