Capitulo I

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10 anos depois...

━━ Sua hora de descanso Bela, você volta daqui 20 minutos! – Bela agradecia silenciosamente aos céus por esse tempo para descansar e colocar seus pensamentos em ordem. Trabalhar praticamente 20 horas por dia não é nada fácil, só de pensar que iria dormir em um colchão fino e que faria suas costas doer ainda mais do que já estavam, era como a morte. Bela tirou seu avental e abriu a porta dos fundos do The Night Club, o bar em que trabalhava a praticamente 2 meses. Sem experiência era difícil arrumar algo melhor, porém o pouco que conseguia limpando as mesas e ganhando gorjetas já lhe ajudava a poder comer.

Levantando o rosto para o alto e respirando o ar noturno, Bela se viu pensando novamente em como seria sua situação se seu tão querido irmão não tivesse morrido. Sempre tinha avisado a Charlie que Rose não era uma boa companhia, ela havia levado seu irmão para as drogas e com isso o afundando mais e mais a cada dia. Sua vida era boa, seu irmão era seu único parente vivo e lhe dava o que era preciso, mas agora Bela sabe da onde vinha o dinheiro para as roupas que Charlie lhe dava. Rose era a filha mais nova de um grande advogado, com um futuro brilhante pela frente, porém sem nenhum senso de responsabilidade. Seus amigos foram sua perdição, lhe mostrando o mundo das drogas e do álcool. Quando Charlie conheceu Rose ficou encantando com a bela morena, ficaram noivos em menos de 4 meses e o casamento seria marcado para depois do natal, porém uma noite de bebedeira e drogas acabou com tudo. Após saírem da boate que frequentavam toda semana, Rose insistira para dirigir o belo conversível de Charlie. Tudo estaria bem se Rose não estivesse tão embriagada a ponto de não ver a placa de pare na rua e cair do barranco, matando a ela e seu irmão na hora.

Soltando um suspiro Bela se senta no degrau da porta e abraça seus joelhos. Seu irmão fora imprudente e Rose então nem se fala, seu pai como um brilhante advogado que é, não queria sua reputação manchada por um erro da filha, por isso fora mais fácil jogar a culpa em Charlie. Por conta disso a policia lhe informara que Tulio, pai de Rose, entrou com uma ação contra Charlie pela morte de Rose. Acontece que Charlie estava morto e seu único parente próximo era Bela. Com isso tudo foi perdido, Bela se viu sem nada, o apartamento em que morava com o irmão foi pego pela imobiliária por falta de pagamento, a conta do seu irmão no banco foi trancada pelo juiz até segunda ordem. Bela nunca tinha trabalhado antes, dependia de seu irmão, por isso não tinha dinheiro. Quando se viu na rua, sem dinheiro e sem nada, foi um baque enorme. Até agora era algo surreal de acreditar que estava vivendo, porém não adianta nada ficar se lamentando. Charlie estava morto e não iria mais voltar, não iria mais lhe ajudar, estava sozinha e precisava se virar. Bela se levantou, tirou a sujeita da saia, abriu a porta novamente e entrou, precisava ser forte e aguentar as 3 horas restantes de seu turno no bar, em breve estaria deitada em sua cama.

━━ Tchau Bela, até amanha. – Lily diz dando um aceno para Bela, apesar da aparência de inocência, Lily conhece bem mais da vida do que Bela. Trabalham juntas e em pouco tempo se tornaram grandes amigas. Bela terminou de limpar o balcão e recolher os copos sujos e coloca-los na pia. Enfim estava acabado mais um dia, não via a hora de tomar uma banho quente e dormir. Precisava descansar muito se não quisesse ficar doente. Afinal o albergue em que dormia não tinha calefação e por isso era muito frio a noite, praticamente todos os moradores estavam resfriados e os que ainda não estavam, começavam a se prevenir. Ficar doente agora não era uma opção, se falta-se um dia do bar seria terrível para suas finanças.

Bela pegou seu casaco o vestiu e saiu para a noite fria, colocando as mãos nos bolsos e começou a andar até o próximo quarteirão onde ficava o albergue, ainda bem que era próximo do bar, não precisaria gastar com transporte. Se Charlie lhe visse agora, andando sozinha em um bairro perigoso as tantas da noite, ele teria um infarto, era uma irmão super protetor. Começou a andar mais rápido, pois querendo ou não tinha medo de sair sozinha a noite por aquela área. Logo chegou e foi direto para seu quarto, o albergue era uma grande barracão com vários quartos individuais, com apenas um banheiro para todos, então se você quisesse tomar banho quente teria que chegar primeiro. Bela entrou no seu quarto, pegou uma troca de roupa limpa e uma toalha, seu objetos de limpeza pessoal e se dirigiu para o banheiro. Carlos um dos jovens que mora no albergue estava parado próximo, e quando viu Bela se aproximar logo se desgrudou da parede e ficou lhe observando com aqueles olhos libidinosos que causavam calafrios em Bela.

━━ Olá Gata, dia difícil hoje? Precisa de ajudar no banho? Se precisar pode me chamar, vou adorar esfregar suas costas! – Carlos abriu um sorriso safado e ficou olhando para o corpo de Bela, a saia e a blusa que era o uniforme do The Night Club não cobria quase nada de suas pernas, por isso Bela se sentia muito exposta na frente de Carlos.

━━ Não, muito obrigada Carlos, como nos outros dias irei dispensar sua ajuda. -Fechando seus lábios em linha reta Bela tenta passar por Carlos em direção ao banheiro, porém ele lhe segura o braço com força exagerada, que com certeza deixara uma marca roxa. – Me solta Carlos, você não entende que não quero nada com você? Me deixa em paz!

━━ Mentirosa! Conheço meninas como você, sei do que gostam. Ficam bancando as difíceis mas na verdade são fáceis demais. Você sabe que comigo teria uma ótima transa, e que eu iria lhe satisfazer bastante né gatinha. – Carlos passa suas mãos pelos braços de Bela, chegando até na altura dos seus seios e encostando um dedo na lateral deles.- Vamos para meu quarto, prometo te fazer gritar a noite toda de prazer.

━━ Se não me soltar agora irei gritar sim, mas de pavor até todos acordarem. – Diz Bela puxando seus braços do aperto de Carlos, sua pela estava toda dolorida e sentia nojo das parte que Carlos tocou.- Não quero você e nem nada do que possa fazer, quero que se afaste de mim e que não fale comigo nunca mais.- Bela correu a pequena distancia que faltava para entrar no banheiro e logo fechou a porta e passou a chave, como se isso fosse impedir Carlos de entrar se ele realmente quisesse. Após alguns minutos de receio esperando Carlos desistir, ouviu a porta do quarto dele bater com força, então ela sabia que ele não à atormentaria mais hoje. Começou a despir suas roupas, ligou o chuveiro e começou a se esfregar com raiva, para tirar as marcas dos dedos de Carlos de sua pele. Sua vontade era de chorar, porém tinha que parar com essa quase rotina de chorar no banho, todos os dias acabava chorando de ver no que sua vida se tornara. Precisava fazer algo, precisava mudar, e existia somente uma pessoa que poderia lhe ajudar.  Luca Rossi...

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