Parte 4 - Eu não vou embora

508 28 7
                                    

Olha eu atualizando HR no dia certo, bicho.

Me amem!

Esse capítulo tem uma sugestão de música, mas como sempre digo, é apenas uma sugestão. E a do cap de hoje é a música "Viva", da banda Zimbra.

Vou deixar na mídia o vídeo dessa música no YT, no qual a banda dá uma roupagem mais intimista pra esse som. Mas quem quiser, sinta-se livre para ouvir por onde quiser e até mesmo na versão que preferir (Acho que a Mariana Nolasco e a Ana Gabriela fizeram cover desse som, por exemplo).

Ah, bolinhos, não esqueçam de votar (se gostarem) e comentarem também. Me deixem saber o que estão achando, ok?

Divirtam-se!



PoV Lauren

Play em "Viva", Zimbra.


- Você finalmente aparece em um aniversário da sua filha, fica na cidade por mais de um dia, leva as crianças para praia e acha que só por isso pode ser considerada uma mãe presente e responsável, digna de toda a confiança do mundo? - O sarcasmo de Camila foi tão evidente que pareceu reverberar pelas janelas fechadas do carro - Troféu de Mãe do Ano pra você, Lauren.

Camila despejou tudo de uma vez só, sem parar para respirar. Aliás, eu mesma só reparei que tinha prendido a respiração também quando finalmente a soltei, em um longo suspiro, quando ela terminou de falar.

Ela espetava a ponta do indicador no meu peito, repetidas vezes e eu não sabia se minha pulsação acelerada se devia à explosão dela ou ao mínimo contato de sua pele com o tecido da minha camiseta. Nesses três anos desde o divórcio, foram raríssimas as vezes nas quais ela encostou em mim, independente da razão. Eu sentia minha pele formigar na área em que ela me cutucava, mesmo com o tecido entre nós.

- Você por um acaso pensou em como eles vão ficar quando você for embora de novo e passar meses sem voltar?

Camila esqueceu o pé no acelerador da língua dela e não parava nunca mais de falar. Já dava para ver uma veia latejando no pescoço dela. Estreitei os olhos, tentando me focar no que ela dizia porque o perfume delicado dela inundou o carro e, consequentemente, eu estava me perdendo nele.

Naquele ambiente apertado, a proximidade do corpo dela emanava ainda mais calor e certamente era isso que eu culparia pelo meu estado levemente letárgico. Os lábios de Camila se moviam em um ritmo inacreditável enquanto eu só conseguia acompanhar os movimentos deles. Vez ou outra, meu cérebro processava alguma coisa do que ela dizia, mas minha atenção... era toda daqueles lábios cheios e rosados.

- Claro que não! - Ela respondeu a própria pergunta - No le importa, carajo! - Se ela subisse mais um tom, Miami inteira seria capaz de ouvir Camila brigando em espanhol - no se preocupa por nadie más que a sí misma, Lauren...

- Eu não vou embora.

Falei da forma mais suave que consegui. Quando Camila começava a brigar e xingar em espanhol, o melhor a se fazer era ser doce e meiga, como se a qualquer momento eu pudesse vomitar arco-íris. Bater de frente nunca era uma boa opção nessas horas.

Camila tomou um rápido fôlego, tirando as mechas que lhe caíam pelo rosto com um movimento ríspido, quase como se quisesse arrancar os próprios cabelos, mas não deixou de falar em nenhum momento.

A latina furiosa no banco do carona voltou a espetar o indicador no espaço entre meus ombro e seio esquerdos, agitada. Bateu o pé direito contra o tapete mais vezes do que fui capaz de contar. Os lábios ainda se movendo furiosamente.

Heavy Rain (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora