Parte 12 - Quer uma água?

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Nem eu acredito que consegui voltar tão rápido.

Já podem me amar.

PoV Lauren

A primeira coisa que notei ao acordar, foi a rave psicodélica que acontecia dentro da minha cabeça. Talvez algumas centenas de pessoas estivessem pulando e se debatendo contra as paredes do meu crânio, impulsionadas pela batida constante e violenta da música mais agitada de todos os tempos.

    A segunda coisa que percebi foi que havia uma dor bastante desconfortável espalhada pelo meu rosto.

    A terceira coisa, foi que aquele não era o meu quarto. Definitivamente.

    Onde diabos eu tinha me enfiado?

    Tentei lembrar o que tinha acontecido na noite anterior, mas o esforço fez meu cérebro gritar e eu tive que massagear as têmporas para tentar abafar a dor que fazia minha cabeça latejar.

    Senti um cheiro gostoso de café e me pus de pé com alguma dificuldade, mas consegui seguir o rastro daquele cheiro delicioso de café fresquinho.

    Tive um leve sobressalto ao notar que o pijama que eu vestia também não era meu.

    - Bom dia – A mulher encostada no balcão da cozinha me saudou com um sorriso e depositou uma xícara fumegante sobre a pequena mesa – Acabei de fazer. Tome o analgésico também – Ela apontou para uma cartela de remédios que também jazia sobre a mesa.

    Franzi o cenho, confusa e passei a mão pelos cabelos, tentando colocar em ordem os fios desajeitados.

    - O que lembra de ontem? – Ela perguntou com a voz calma e o mesmo sorriso, ainda estampado nos traços delicados e latinos do seu rosto.

    - Tive um encontro. Um bom encontro – Comecei e senti o esboço de um sorriso me rondar o rosto – Com uma mulher linda e incrível – Fui refazendo meus passos mentalmente – Fui pra casa, lembrei do que não devia e fui para um bar...

    Oh, Deus! Ela era a mulher que falou comigo no bar. Eu achei que ela era louca.

    Eu a fiz dirigir até a rua onde Camila mora com a minha filha e tentei entrar na casa. Por que diabos eu não podia ter uma amnésia alcóolica e esquecer disso para o resto da vida?

    - Não era a casa que eu achei que era – Confessei num sussurro e tratei de enfiar meu rosto entre os braços, em cima da mesa – Ainda bem que você não foi embora logo – Ergui o rosto e a encarei. Ela ainda estava com o mesmo sorriso.

    - Quis me certificar de que você ia conseguir entrar em casa, mas quando você começou a chamar por alguém – Ela deu de ombros e tornou a encher a própria xícara – Imaginei que tinha errado de casa.

    - Acho que conheço você – Olhei bem para o rosto moreno dela, os cabelos escuros e bem lisos.

    - Deve ter me visto na Feira de Ciências – Ela puxou uma cadeira e sentou na minha frente – Foi lá que meu filho me contou que você é tia do parceiro dele no projeto de Ciências – Ela esticou o braço sobre a mesa – Veronica Iglesias.

    - Lauren Jauregui – Apertei a mão dela e sorri de verdade dessa vez – Obrigada, Veronica. Mesmo.

    - Pode acontecer com qualquer um – Ela deu de ombros – Tem uma escova de dentes extra no banheiro e pus suas roupas para lavar e secar. Já devem estar secas.

    Depois de me recompor, tomar os remédios, tomar um banho e estar vestida novamente com minhas próprias roupas, pude conversar direito com Veronica Iglesias. Era uma baixinha morena e bastante bonita, com uma voz um bocado alta e uma risada com mais decibéis ainda. Mas era divertida e simpática, com certa tendência à falta de filtro.

Heavy Rain (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora