Deixei Lilian próxima a mesa dos doces e caminhei em direcão a casa do meu pai, querendo ter uma conversa com ele.
Ela me deixava intrigado e ao mesmo tempo fascinado. Da primeira vez que a vi, estava de costas olhando para o longe com a cabeça inclinada para as estrelas, parecia tão perdida e pequena diante da imensidão. Eu disse que a noite estava linda, mas o que quis dizer mesmo era que ela era a moça mais linda do baile.
Ela, em seguida, recusou o meu pedido de dança, me olhando com olhos medrosos e inseguros mostrando o porquê de não querer dançar.
Para mim, Lilian continuava a mesma que eu tinha visto minutos antes olhando o céu. Sua condição não era algo que me fazeria ter repulsa ou desistir da dança. Mas ela não via assim e saiu em seguida.
O casamento tinha sido obra de meu pai, ele vivia brigando comigo porque eu deveria casar logo ao invés de ficar indo atrás de mulheres de bordel. Que aquilo não era bom para a fama de um médico formado e que queria ser renomado.
Pois as pessoas tinham que confiar completamente suas vidas a mim. Então logo que ele ficou sabendo da jovem que não achava um marido, me obrigou a ir até lá pedir a mão dela a seus pais, mesmo que fosse apenas para manter as aparências.
Fiquei irritado era óbvio, mas em partes ele estava certo. As pessoas precisavam me levar a sério e eu precisava me tornar mais responsável.
Esperei meu pai que estava em seu escritório e avistei uma moça que também parecia esperar meu pai sentada. Isabel Kaser, a conhecia de vista, era filha de um dos fazendeiros mais ricos da região.
Ela me encheu de perguntas entediantes sobre ser médico e fingiu estar com dores abdominais a dias. E que nenhum chá resolvia seu problema.
Quando vi ela estava próxima mostrando o lado da barriga que doía, e de repente grudou os lábios nos meus me beijando. Fiquei atônito e a afastei para o lado.
- Senhorita, eu sou casado. Não pode fazer o que bem entende.
Disse e ela me deu um tapa. Segurei em seu ombro para que me ouvisse e ela arranhou meu braço me xingando.
- Você é um frouxo Hall!
- E você uma descarada Isabel Kaser.
- Onde já se viu, a sua mulher nem deve ao menos te satisfazer visto que ouvi falar que é uma pobre de uma manca.
- Cala-te.
- Mas é verdade. A moça é manca não? Que horror deve ser.
- Estou perdendo o pouco que tenho de paciência.
- Se casou com ela por pena não foi?
-Saia já, antes que eu conte a todo mundo a despudorada e atrevida que é. Vamos ver se o papai Kaser irá gostar de saber que a filhinha mimada dele se joga em braços de homens casados.
Ela saiu furiosa batendo o pé, e logo depois meu pai saiu do escritório por conta dos barulhos. Conversamos rapidamente pois não estava com cabeça alguma para falar, e saí porta a fora para procurar Lilian com suas irmãs.
Mas ela não estava lá. Não estava em nenhum lugar. Ninguém sabia onde ela estava. E o seu cavalo nem sinal dele por ali, depois de procurá-la em todos os cantos da festa ou os lugares que ela poderia ter ido por ali, parti para casa.
Quando cheguei avistei seu cavalo ali perto e senti um alívio no peito.
No outro dia, depois de preparar um café forte, discutimos sobre o que ela tinha visto e me senti um tolo por ser de novo grosso ao falar com ela. Eu não sabia lidar com uma moça como ela, geralmente as mulheres se jogavam ou apenas gostavam de serem mais uma. Mas ela não.
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Diferente Amor (Degustação)
RomanceLilian Farris sempre conseguiu fazer absolutamente tudo sozinha, e se orgulha disso, apesar de ter nascido com uma deficiência na perna o que a faz ter um andar diferente das demais pessoas. É a segunda mais velha de quatro irmãs de uma família humi...