AMAR | SHAWN MENDES (PARADA)

4.

- mamã deixa eu blincar no paquinho - Helô diz pulando -

Nós estávamos em um parque que fica perto da nossa casa, como eu tinha dito eu iria trazer Helô pra cá, e trouxe, Eloá estava mais atenta que eu com ela.

- Heloísa, venha cá - Eloá chama ela e Helô vai correndo até ela - promete que não vai brincar em brinquedos altos?

- plometo titia - Helô diz me fazendo rir -

- de dedinho? - Eloá levanta o dedo mindinho -

- de dedinho - Helô coloca o dela junto com o de Eloá e beija -

- essa é minha menina - Eloá da um beijo na testa dela -

- posso ir mamã? - ela vem até mim -

- promete que não vai cair? - cruzo os braços -

- ai já não plometo nada - ela diz rindo -

- olha pra isso como ela tá - faço cócegas nela - pode ir sim meu amor

- EEEEEEEEE - ela grita e sai correndo -

- HELOÍSA VOLTE AQUI AGORA! - grito e ela vira assustada pra mim e vem andando devagar -

- que foi mamã? - ela fala baixo -

- cadê meu beijo? - aponto pra minha bochecha -

- esse escândalo todo por causa de um beijo? - Eloá ri e revira os olhos -

- é minha filha, sempre me deu beijo, não é agora que vai deixar de dar - dou língua pra ela -

- eu do beijo mamã - ela senta no meu colo e me dá um beijo - na titia também

- agora sim - Eloá pega ela no colo que dá um beijo nela e depois sai -

- qualquer coisa grita e isso você sabe muito bem - digo a ela que assente e corre -

- claro, puxou a mãe - Eloá diz e eu empurro ela de leve -

- e você também não é nem um pouco escandalosa né - ironizo -

- cala a boca ruiva de farmácia

- isso aqui é natural meu amor, e você sabe muito bem - jogo meu cabelo na cara dela -

- eu sei - ela faz cara de triste - infelizmente eu não nasci loira natural

- você sim é de farmácia

- ninguém sabe - ela ri e olha pro lado - me dá dinheiro

- eu sou tua mãe por acaso? - pergunto -

- ai vai, eu esqueci minha carteira - ela ri falso -

- desculpa velha - pego dinheiro no meu bolso e dou a ela - 

- vou comprar sorvete pra gente, pipoca pra pirralha? - ela se levanta -

- nada muito doce e nada muito gorduroso pra ela - digo e ela concorda e vai comprar -

Fico olhando Helô brincando com as outras crianças e sorrio, as vezes eu fico me lembrando como é que Shawn teve coragem de me dizer pra eu abortar essa criança, mas eu não fiz e nunca faria, quando eu vi minha barriga crescendo eu não via a hora de tê-la em meus braços, e agora ela já está com 2 anos, grande, linda, esperta, virou minha luz, parte de mim, fruto de um amor que durou tempos, mas que agora já não existe mais, acima de tudo eu amo Heloísa e não aguentaria perder ela.

- ei xuxa - Eloá chama minha atenção - toma aqui

- ah, obrigada - pego o sorvete -

- tava pensando em que?

- você sabe no que eu penso e em quem eu penso sempre que olho pra ela - olho de novo pra Helô -

- eu sei - Eloá fica olhando pra ela também - eu também penso

- EU QUERO MAMÃ - Helô vem correndo -

- tá vendo, que nem você, não pode ver comida - Eloá diz e lambe o sorvete -

- me da, me da - Helô fica pulando tentando pegar o sorvete de Eloá -

- não, você não pode - digo -

- mas eu quelo sorvete - ela faz cara feia e cruza os braços -

- você vai comer seu biscoito de chocolate com cereal - dou o biscoito a ela -

- NÃO - ela grita -

- se você continuar com essa birra a gente vai agora pra casa - digo séria -

- tô comendo o bicoto, tô comendo o bicoto - ela fala desesperada -

- muito bem - sorrio - agora vá lá dividir com seus coleguinhas

- não, o bicoto é só meu - ela senta do lado de Eloá e começa a comer -

- quando eu digo que é igual a mãe - Eloá da de ombros -

- fica na sua, jumenta - termino meu sorvete -

Ficamos ali conversando e comendo, Helô comeu o biscoito inteiro só pra não dividir com os coleguinhas, não posso negar que isso ela puxou a mim mesmo, quero só ver essa peça quando crescer.

Ficamos mais meia hora no parque e mandei Eloá levar Helô pra casa e disse que ia no mercado, cheguei no mercado e fui no corredor de comidas light, peguei vários tipos de cereais, biscoitos, e tudo mais, Heloísa não pode crescer gordinha, me preocupo com a saúde dela.

- SAIAM DA FRENTE - escuro um grito e quando me viro uma multidão passou por mim correndo quase me levando junto -

- pela misericórdia - digo -

Olho pro lado e vejo várias pessoas, a maioria delas garotas adolescentes, da minha idade e mais novas em cima de alguma coisa ou alguém, tentei ver o que era mais não consegui, peguei as coisas que iria comprar e fui tentando ver de novo ver quem era, quando cheguei mais perto pude ver, aquele cabelo, aquele olhar, o sorriso, o jeito, a voz baixa, era ele.

Eu fiquei olhando pra ele por um bom tempo, ele estava olhando pra os lados e por um instante o olhar dele parou no meu, ele arregalou os olhos e eu saí dali o mais rápido possível, corri até o caixa e pedi pra moça ir rápido.

Paguei tudo e sai do mercado mais rápida que o Flash, cheguei na frente de casa, abri a porta e entrei batendo a mesma com força fazendo Eloá e Helô olharem pra mim assustadas.

- que foi menina, tás mais pálida que o normal - Eloá vem até mim -

- e-ele t-tava lá - digo sem ar -

- calma mamã, calma - Helô vem até mim e abraça minha perna -

- se senta, eu vou pegar água pra você - Eloá pega as sacolas e leva pra cozinha -

Sento no sofá e Helô senta do meu lado deitando a cabeça no meu colo, ela pega minha mão e fica fazendo carinho, eu amo tanto essa menina.

- fica calma mamã, te amo - ela diz e beija minha mão -

- eu te amo mais filha - sorrio e beijo sua testa -

- aqui - Eloá chega com a água e eu bebo tudo de uma vez - agora me explica esse negócio direito

- ele tava lá Eloá, Shawn estava no mercado - digo e respito fundo -

- como assim? - ela arregala os olhos -

Expliquei tudo a ela que ficou chocada com o ocorrido, Helô acabou pegando no sono no meu colo, eu peguei ela no braço e levei ela pro quarto comigo, deito do lado dela e fico fazendo cafuné nela, minutos depois acabo pegando no sono também.