AMAR | SHAWN MENDES (PARADA)

18.

Ele passa a mão pela minha cintura e me puxa pra mais perto fazendo nossos rostos ficarem próximos, próximos até demais, ele me olha e depois desce o olhar pra minha boca, eu sabia o que estava prestes a acontecer se eu não saísse de lá imediatamente, mas eu também sabia o que poderia acontecer se eu saísse, eu iria começar uma briga e não era isso que eu estava querendo agora, mas também não quero ser fácil.

Mas eis a questão: beijar ou brigar?

Não tive tempo que responder mentalmente a minha pergunta pois ele já estava com seus lábios grudados nos meus esperando por uma correspondência da minha parte, eu não tinha saida, e foi isso que eu dei, passei minhas mãos pelo pescoço e cabelo dele e ali aprofundei nosso beijo, ele imediatamente apertou minha cintura com mais força e parecia que a qualquer momento alguém ia me tirar dali, ele me beijava de um modo estranhamento louco e bom, não sei porque eu ainda estou beijando ele se eu o odeio, ele não quer assumir nossa filha e vive arrumando briga comigo e ainda tem a audácia de me beijar, não, isso não pode acontecer.

Abro os olhos e afasto ele fazendo o mesmo me olhar com um olhar de quem queria saber o porquê eu fiz aquilo, me afasto dele e saio da cozinha andando em direção a escada. Sinto a mão dele pegar na minha e me viro escarando aqueles olhos castanhos.

- o que foi? - ele pergunta.

- isso não vai acontecer de novo - digo e tiro a mão dele da minha subindo para o quarto em seguida.

Eu estava sendo muito fraca ultimamente, eu nunca fui fraca perto dele depois de o ter reencontrado, antigamente que eu era fraca na frente dele por que eu o amava, amava tanto que doía, mas agora eu não o amo mais e porque eu estou assim?

Me deito na cama e fecho os olhos rezando para que eu pegasse no sono logo, o que eu mais queria era chegar em casa e ficar perto da minha filha.

...

Me levanto e vejo que são 10 horas da manhã, arregalo os olhos e saio correndo do quarto quase caindo nas escadas.

- ei senhorita apressada - ouço a voz de Shawn na cozinha - pra onde vai com tanta pressa?

- pra você que não sabe são 10 horas e eu tenho filha pra cuidar - vou até a porta.

- espera ai - ele vem até mim - eu fiz o café da manhã pra gente

- Shawn, se você pensa que aquele beijo ontem significou alguma coisa você está muito enganado - ele arregala os olhos - eu não vou ceder em nada pra você, então coma esse seu cafezinho sozinho pois eu tenho mais o que fazer

Me viro e saio daquela casa e como eu havia dito, espero não ter que voltar aqui tão cedo.

Acelero meus passos e até chego a correr, queria chegar o mais rápido possível em casa, preciso da minha filha.

Abro a porta de casa com força e olho em volta, tudo quieto, subo as escadas correndo e entro no quarto da Helô, não tinha ninguém, vou no da Eloá também não tinha ninguém.

- mas que porra - passo a mão no cabelo - SEXTA! hoje é sexta

Saio correndo de casa, desse jeito vou acabar virando uma maratonista, e corro em direção a escola da minha filha, era um pouco longe mas eu não estava nem ai, nem pensei em pegar o carro nem um ônibus, eu só queria ver minha filha, passar um dia longe dela parece mais um mês.

Chego na frente da escola e respiro fundo tentando controlar minha respiração, coloco as mãos no joelho e suspiro, olho para o portão e vejo ele abrir. Mas ela já largou? Essa hora? Ainda bem que cheguei na hora certa.

Vejo os alunos saírem e alguns pais chegando, e lá no final vejo minha pequena menina vindo de mão dada com uma professora, me abaixo e olho pra ela, ela estava de cabeça baixa e assim que levanta seus olhar se direciona pra mim, ela me vê e sorri soltando a mão da professora e correndo em minha direção.