Capítulo 8

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-Bom, sou muito baladeira, adoro beber todas, nunca namorei e nem curto isso, não curto esses negócios de romance pra mim tem que ser só um lance mesmo... Costumo mentir pra minha mãe quando ela não deixa eu sair pra algum lugar, tenho muita gula e luxúria, também costumo conseguir tudo o que eu quero Miguel, não sou o tipo que mede esforços para ter o que quer, eu faço o que é preciso para conseguir tudo que quero e consigo.- Falei isso olhando bem em seus e ele arregalou os olhos tadinho, mas logo sua expressão mudou.-tenho muita preguiça, e... e...

Fiquei um pouco desconfortável com o jeito que ele me olhou, nunca fui tímida, mas desta vez estava um pouco nervosa? Talvez. Não consegui decifrar a expressão em seu olhar, estava um pouco... intimidador? Então preferi acabar logo com isto.

-Continue, moça. -Disse Miguel me olhando com a mesma expressão no olhar, não estava me julgando mas parecia me desafiar.

- Ah, sexo eu adoro fazer sexo de todo jeito quanto mais melhor. Só isso mesmo, senhor.-falei dando de ombros e percebi o tanto que ele ficou desconcertado e começou a tossir, eu ri mas botei a mão na boca para ele não perceber. Acabei com a pose dele haha.

-Entendi, entendi. Bom, então vamos rezar logo e como penitência pode rezar 10 pai nosso e 20 ave Maria.

Acho que ele quis acabar logo com isso, ele está me evitando, pelo menos é o que parece. Rezei junto com ele e fui pagar minha penitência que por sinal demorou muito porque fiquei me perdendo durante as rezas lembrando da reação do Miguel quando falei de sexo. Que Deus me perdoe. Rezei pedindo perdão a Deus por estar desejando o padre também, isso não se faz e eu não estou tendo controle da situação, acho que nem vontade de ter controle estou tendo.

Quando acabei, olhei pro bebedouro da sacristia, lá estava ele, não posso perder a oportunidade de ir até lá, Deus que me perdoe mas meu instinto está me levando até ele sem que eu possa impedir.

- Estou com cede, você pode me dá um copo de água?-falei tocando seu braço, senti seu corpo tremer.

-Si, sim, pois não.-disse Miguel gaguejando.

Ele me deu o copo e bebi devagar olhando diretamente em seus olhos, se ele me deixou sem graça por alguns segundos no confessionário, então será justo deixá-lo assim também.

-Obrigada, Miguel.-disse devolvendo o copo vazio para ele.

-Por nada, minha filha.-ele disse sem me encarar.

-O Senhor está muito lindo hoje, é sempre um enorme prazer lhe ver.-falei baixinho, quase em um sussurro próximo ao seu ouvido, em seguida peguei sua mão e a beijei. Me afastei um pouco e fiz um gesto de 'tchauzinho'.

Percebi que Miguel ficou vermelho, nem respondeu e ficou mais ofegante do que já estava. Cheguei até minha mãe que estava já dentro do carro a minha espera.

-Nossa, que demora Letícia!

-Minha penitência foi grande.- falei rindo.- Além de também ter ido beber água.

-Está com cede por conta da ressaca.- ela revirou os olhos.- A dor de cabeça passou?

-Passou sim.

Minha mãe ligou o som e formos cantando nossas músicas favoritas até o mercado, peguei um biscoito pois estou faminta. O mercado estava com pouca gente, demos sorte porque foi tudo muito rápido e logo seguimos para casa.

O caminho para casa foi cantando de novo e no meu pensamento vinha aquele homem lindo e o que eu deveria fazer para ele mostrar o que sente também, sinceramente eu preciso que ele sinta alguma coisa e estou desesperada para que ele me mostre o que é, eu espero que seja o mesmo que eu.
O sentimento de culpa também toma conta de mim, ele é um padre o que eu estou fazendo tentando lhe provocar não é nada certo, aí Deus estou ficando louca.

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