De volta ao lar.

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   13 de maio.

Querido Diário.

Hoje é um dia muito mais que especial, não só por ser o meu aniversário.  Mas também,  por que finalmente estou voltando para casa. Claro que por tempo indeterminado, eu ainda não sei se pretendo ficar em New Orleans,  mas prometi aos meus pais que passaria um ano com eles, enquanto decido sobre a faculdade e o que realmente quero fazer da minha vida. Meu pai,  em particular. Não gosta nem um pouco da idéia de eu ir para outro país e me formar.  Ele acha que não preciso disso, que sou rica o bastante para viver a eternidade toda. E também por conta dessa minha vida imortal, que eu não precisaria me preocupar em me formar tão cedo. Teria muitos anos para isso. Mas eu tenho planos,  quero fazer mais de uma faculdade. Quero explorar todas as diversões desse mundo, até as mais clichés. 
Aliás,  eu não escolhi passar dois anos em um colégio interno na Inglaterra,  a toa. Mas o que eu aprontei na Inglaterra,  fica e morre na Inglaterra.  Ninguém precisa saber que por de trás do meu belo rosto de anjo,  se esconde o pior dos demônios.  - Não tenho culpa de ter herdado isso do meu pai. Eu tento,  mas... Eu sou uma Mikaelson. 

Fechei meu diário e passei a fita envolta dele, o jogando dentro de minha bolsa logo em seguida.  Encarei o motorista no banco da frente, e depois desviei os olhos para a janela fechada ao meu lado. Parecia que nada havia mudado nesses dois anos que estive fora, tudo estava em seu perfeito e natural estado. As casas antigas grudadas as velhas lojas de conveniência e bruxaria.  Os bares repletos de clientes,  o centro enfeitado para qualquer festa ou eventualidade que ocorria diariamente ali. Músicos tocando diversos instrumentos, pessoas andando de um lado pro outro. 

Humanos. 

Nunca saberiam que viviam em uma cidade repleta de monstros de todas as classes sociais e raças.  Que as pessoas que lhe cumprimentavam de dia, eram as mesmas que bebiam seu sangue a noite.

- Há quanto tempo trabalha para meu pai?  - Questionei ao vampiro que dirigia o carro, sem ao menos voltar a observa-lo. 

- Um ano. - Foi sua única resposta,  curta e clara.

Bati minhas costas contra a parte estofada do banco e encolhi meus ombros, deixando que um longo suspiro escapasse de meus lábios.  Estava entediada, e as ruas da cidade estavam cheias demais para que pudéssemos ir mais rápido e eu finalmente pudesse estar em casa. Por isso insisti em puxar assunto com o vampiro.

- Qual seu nome? - Inclinei meu corpo pra frente, apoiando os cotovelos entre os dois bancos da frente, enquanto inclinava a cabeça para observa-lo melhor. 

Ele tinha a pele bronzeada, lindos olhos cor de mel e um cabelo cortado em estilo militar. Era alto e tinha um excelente porte atlético,  os braços dele davam três dos meus. Era extremamente agradável,  ao meu ver. Mas não fazia muito meu tipo.

- Dylan. - Outra resposta curta e direta.

Ele só poderia estar me provocando.  Ninguém conversa assim comigo.

- Eu me chamo Hope.  - Esbocei meu melhor sorriso, mesmo sabendo que ele não estava vendo. E mesmo assim, nenhuma reação dele.  Balancei a cabeça e dei um tapa na minha própria testa.  - Deixa eu adivinhar, meu pai disse para não dirigir nenhuma palavra a mim, ou ele iria te empalar e dar para os corvos comerem?  - A careta que ele fez em seguida, foi o suficiente pra eu entender que meu pai realmente tinha feito aquilo.  - Escuta aqui,  Dylan.  Meu pai é um cara maravilhoso, mas as vezes ele pisa na bola. Mas sabe o que eu aprendi a fazer esses anos fora? Quebrar regras. Por isso, quando meu pai não estiver por perto, você pode falar comigo normalmente,  até fazer uma cantada barata que eu não me importo.

O diário de Hope Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora