Seu sobrenome sempre te define

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Na mesa do café da manhã,  todos estavam reunidos, menos mamãe e papai que ainda não tinham aparecido, tio Kol veio correndo na minha direção assim que cheguei no local. Me prendendo em um abraço de urso e me tirando do chão. Eu ri com aquela atitude, eu não esperava que ele fosse fazer aquilo, então, a surpresa me fez gargalhar conforme eu envolvia meus braços ao redor do pescoço dele.  Tentando inutilmente retribuir ao seu gesto tão receptivo. Eu também havia sentido a falta dele,  o tio rebelde que sempre me ajudava nas travessuras que eu planejava ou as que ele criava e me convidava para participar.  Papai e tio Elijah não aprovavam muito eu andar com Kol. Mas quem ligava? Eu não! 

Assim que fui posta de volta no chão,  acenei para minha tia Freya,  que em nenhum momento fez menção de se levantar. Eu conhecia bem o gênio dela,  não era do tipo muito receptiva, mas era a minha melhor professora de bruxarias e também uma grande confidente nas horas vagas. Ela guardava com ela meus segredos mais íntimos e eu guardava os seus.  E todos daquela família daria a eternidade em troca de informações sobre o que conversamos.  Mas ninguém nunca teria acesso aquilo, por mais que fossem os segredos mais bobos que alguém poderia ter.

_ Você cresceu um pouco mais, Hope.  _ Notei os olhares de Kol sobre mim, especificamente nas curvas de meu corpo.  Ele sabia ser perfeitamente indiscreto.  _ Arrisco dizer que esta muito gostosa.

Abri a boca para responder ao elogio,  mas Elijah se adiantou, dando um passo para ficar ao meu lado. Lançando um olhar ameaçador ao irmão caçula. 

_ Kol, aonde estão os seus modos?

_ O que? _ O caçula arqueou a sobrancelha em descrença.  _ Não posso nem se quer elogiar a minha sobrinha?

_ Elogios são feitos com palavras menos ofensivas como essas que você usa.

Olhei para o vampiro parado ao meu lado. O seu modo tão cavalheiro e dono da elegância estava me deixando completamente irritada aquela manhã. 

_ Deixe ele,  Elijah. _ Rebati da forma mais rude que eu poderia. Voltando meu olhar para Kol. _ Gostosa é o melhor elogio que uma mulher pode receber.  Obrigada, tio Kol. Acredite, eu estou uma delícia. 

O sorriso superior que Kol lançou a Elijah foi claramente uma provocação ao irmão mais velho. 

Mamãe e papai chegaram logo em seguida, assumindo seus lugares um ao lado do outro na mesa. Me aproximei e observei Elijah puxar uma cadeira para que eu me sentasse, mas apenas para irrita-lo,  eu desviei de seu caminho e por conta própria puxei uma cadeira ao lado de tio Kol e me sentei. Observando pelo canto do olho o mais velho se sentar na cadeira que havia indicado para mim. Ele tinha uma expressão tão calma, mas eu poderia jurar que o ódio estava lhe corroendo por dentro.

_ Por que esse silêncio?  Aconteceu algo que eu não estou sabendo? _ Rebekah foi a primeira a se pronunciar.

Eu não poderia tirar a razão dela de concordar que o silêncio naquela mesa estava um pouco perturbador.  Para começar que não era muito normal a família original inteira se sentarem juntos a mesa para o café da manhã.  E quando isso ocorria, o silêncio era o último dos problemas, considerando que todos sempre estavam em pé de guerra. E desta vez,  o motivo do silêncio era eu.

_ Não sei. Talvez tenha acontecido algo.... Algo que todo mundo se esqueceu de me contar? _ Questionei da forma mais ácida possível.  Pegando um pedaço de bolo despreocupadamente e comendo conforme os olhares pousavam sobre mim. E os meus se direcionavam aos meus pais.

Klaus arranhou a garganta, olhando na direção de Hayley como se pedisse socorro para aquele momento.

_ Eu sei que nós erramos em não te contar, filha.  _ Mamãe começou a se explicar.  Ela parecia se sentir tão culpada que por um leve segundo eu senti pena.  _ E pedimos desculpas por...

O diário de Hope Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora