Segredos Da Inglaterra

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Pov Elijah
 


Eu estava ficando louco. Completamente insano.
Que espécie de monstro eu era?
Ela não se lembra de nada, Elijah. Não se lembra de absolutamente nada e você a tortura com sua ignorância e falta de senso.
Porque não passa de um monstro!
Era isso que minha mente gritava enquanto eu caminhava em longos passos para fora de casa. Precisava pegar um ar, tentar me acalmar antes que eu explodisse logo de uma vez. Meu corpo parecia em chamas, eu sentia o sangue correr por minhas veias como se fosse lava de tão quente.
Se eu pudesse me matar naquele momento. Juro que o teria feito. Mas a droga da maldição de imortalidade que minha mãe havia lançado contra mim e meus irmãos, me impedia de conseguir esse feito. Eu sabia que não merecia mais viver, eu era uma criatura repugnante. Eu nunca me perdoara das mortes que cometi ao longo de todos os meus mil anos. Mas nenhuma delas estava pesando mais do que a culpa pelo que eu tinha feito a Hope.
Maldita hora que eu fui para a Inglaterra. Ainda me pergunta: O que diabos eu tinha ido fazer lá?
 
- Elijah. – Klaus surgiu dentro do escritório com um semblante sério e preocupado. Abaixei o livro que eu estava lendo e elevei meu olhar para ele.
Lá vinha mais um problema como sempre.
- O que houve, Niklaus?
- Hayley está surtando, ela acha que devemos trazer Hope de volta pra casa, segundo ela está com pressentimento ruim. – Meu irmão se aproximou da mesa de bebidas e se serviu com um copo de whisky, também parecia um pouco afetado. – Ela fala com tanta convicção, que até eu estou começando achar que ela realmente esteja com algum problema.
- Não acho que o colégio ofereça algum perigo para ela. Estar longe de todos nós é o mais seguro que Hope já esteve. – Tentei tranquiliza-lo.
O loiro respirou fundo ainda de costas pra mim, eu sabia o quanto ele se preocupava com a filha. Hope era sem sombra de duvidas a maior parte da humanidade que meu irmão poderia ter. As coisas sempre fluíam bem quando ela estava por perto.
- Eu sei... Eu não posso sair da cidade agora, não enquanto as bruxas estiverem achando que estão no controle de tudo. Preciso convocar uma nova reunião. Mas eu não posso deixar minha filha em perigo por conta desta cidade...
- Eu irei. – Me ofereci enquanto levantava-me da poltrona, pousando o livro sore a mesa Niklaus se voltou para mim com as sobrancelhas arqueadas em confusão. – Eu irei até a Inglaterra me certificar que ela está bem. Sabe que ela ficaria furiosa se a retirassem da escola no meio do ano letivo, eu posso ficar de olho nela até as aulas acabarem e volto para casa com sua filha sã e salva.
Meu irmão abriu um largo sorriso de felicidade. Eu não estava fazendo aquilo só por ele, Hope também era minha sobrinha, parte da nossa família. Algo que eu prezava muito. Ninguém a machucaria enquanto eu estivesse por perto e eu cumpriria minha palavra de traze-la para casa a salvo, como deveria ser.
Todos também estavam de acordo que eu era a melhor pessoa para cuidar dela. Eu era ótimo em cumprir promessas e eu estava muito mais que determinado em cumprir aquela.
 
Eu não tinha cumprido minha promessa da forma como havia dito a todos. Voltei um pouco antes de Hope, mas por sorte ela tinha voltado inteira. E nada de ruim havia acontecido a ela.
Pelo menos era o que eu pensava.
Assim como eu, Hope parecia perturbada com algo e eu não sabia dizer se ela realmente se lembrava do que tinha acontecido, apesar de eu ter a induzido se esquecer dos últimos três meses em que eu estive lá.
Ou ela se lembrava e tentava de todas as formas fugir do que eu causei a ela.  Ou algo aconteceu um pouco antes que ela pudesse voltar para casa.
Tudo o que eu sabia era que eu estava péssimo, me corroendo a cada dia mais. E vê-la parecia uma tortura pra mim.
Arrastei-me pelo gramado em frente a casa, algumas gotas de chuva começavam a cair e umedecer meu terno, mas não me importei com isso. Apenas permaneci parado em frente a fonte de água. Minha mente estava um turbilhão.
Ouvi o barulho de passos apressados e me virei no momento de ver Hope se aproximar da casa correndo, seus cabelos vermelhos sacudiam contra seu rosto e ela passou por mim o mais rápido do que pode, de cabeça baixa.
Algo havia acontecido.
A observei subir as escadarias correndo e no instante em que ela passou pela porta, segui atrás dela. Me adiantei com minha velocidade, parando logo a sua frente e a obrigasse parar de correr também. Ela quase tropeçou sobre seus pés e eu a segurei antes que caísse. Seus olhos azuis me encontraram completamente alarmados.
Meus olhos varreram rapidamente cada centímetro de seu rosto, procurando por algo fora do normal e o encontrei, logo abaixo da mandíbula dela, enormes vergões que marcavam a pele delicada dela, a forma de dedos em tons de vermelho cobriam todo o pescoço dela.
- Quem fez isso com você?
Não queria, mas meu tom saiu áspero e raivoso. Eu não me importava quem tinha sido, mas ele seria uma pessoa morta quando o encontrasse.
- Mitchel... – Ela sussurrou com receio.
Fechei os olhos por alguns segundos e respirei o mais fundo que pude. Hope ainda estava presa em meus braços eu não a soltei e ela também não demonstrou resistência em querer se afastar de mim.
- Eu vou mata-lo. – Anunciei enquanto a soltava aos poucos.
Mas Hope me agarrou com força, puxando as mangas do meu paletó. Ela atirou seu corpo contra o meu e escondeu o rosto contra meu peito. Queria resistir aquela aproximação, mas não consegui, não quando ela se esforçava para me manter próximo o bastante dela. A ouvi fungar, estava chorando. E aquilo doeu demais em meu peito. Eu não suportava vê-la chorar de nenhuma forma.
- Ele está morto. – Anunciou com a voz embargada.
Não me importei que suas lágrimas molhavam a minha camiseta debaixo, eu apenas passei meus braços entorno dela, lhe abraçando de forma delicada, sem querer machuca-la.
Mitchel não sabia a sorte que tinha de já estar morto, porque eu iria fazer ele implorar pra morrer só pela audácia que tem em toca-la. Mesmo eu sabendo que Hope era forte, tinha conseguido se livrar dele. E mesmo assim. Ela estava ali, em meus braços, como uma criatura assustada e ferida.
Afaguei seus cabelos e beijei o topo de sua cabeça, a deixando chorar o tanto que ela queria. Por Deus, eu faria qualquer coisa por aquela garota, não importava quem eu tivesse de sacrificar no caminho. Eu era disposto a tudo por ela.
 
 

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⏰ Última atualização: Feb 24, 2020 ⏰

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