O N E

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F A L L E N S O L D I E R

Incógnita.
Incógnita é o substantivo feminino que indica algo desconhecido e que se pretende conhecer. Mas ninguém liga para o que essa palavra significa.
Bem, podemos dizer que eu sou uma incógnita. Uma mulher desconhecida, que não revela sua localização, nem sua verdadeira identidade.
Minha vida, quem eu sou e ao mesmo tempo não sou, é baseada nessa estúpida palavra.

Eu poderia muito bem dizer que eu não tive escolha e "blá blá blá", mas eu tive sim, eu tive a porcaria da escolha. Minha vida não estaria melhor se eu tivesse tomado a decisão certa, mas com certeza não estaria como agora. Nem de perto.

Não vou dizer que eu era pobre, morria de fome ou que eu era uma pobre órfã. Minha vida era muito boa. Meu pai provia de tudo do melhor para mim e minha mãe. Era como um sonho, muito bom para ser verdade.

Uma noite, minha mãe simplesmente desapareceu. Nunca soube o motivo, até o meu aniversário de 18 anos. Foi quando eu descobri o quanto o meu pai não chegava perto de ser o herói que pensava que ele era.
O canalha abusava da minha mãe, e ela fez de tudo para que ele não encostasse um dedo em mim, mas ela chegou a um ponto em que se cansou e foi embora, me deixando sozinha com aquele monstro.

Eu havia fugido na mesma hora em que descobri de tudo, fiz as malas e nunca mais voltei. Como eu tinha 18 anos, nenhum orfanato iria me aceitar e eu não tinha nenhum parente próximo, ou seja, eu era uma garota sem dinheiro e casa.

Então, a jovem desesperada que eu era, aceitou uma proposta que caia como uma luva naquele momento, só não sabia quantos problemas ela iria me causar.

No final das contas, eu havia me juntado para a S.H.I.E.L.D, o que, teoricamente, era uma coisa boa, já que eles eram os heróis e nós lutávamos contra os vilões, Certo? Errado.

Com o passar do tempo, pessoas foram corrompidas por baixo de nossos narizes, e acabou que toda essa ladainha de combater os caras maus era só uma faxada para uma coisa bem maior. E eu, uma das pessoas que realmente são do "bem", se fuderam.

Quando nós meninas somos pequenas, a sociedade enfia em nossos cérebros que precisamos de um príncipe encantado para nos salvar, "a princesa em apuros". Sempre achei tudo isso uma grande merda.
Minha mãe me contava as clássicas histórias, como a Branca de Neve, e eu sempre me questionei; o que aconteceu depois do final feliz?
Baseado nos grandes estereótipos da humanidade, o final seria assim; "A princesa tem três lindos filhos, na qual ela cria enquanto cuida da casa e espera o marido chegar do trabalho". Essa ideia nunca me agradou, e nem irá.

Sou, e sempre fui conhecida como uma mulher de ação que faz tudo por conta própria, afinal, não sou feita de vidro. Não que eu seja a Mulher Maravilha ou nada, claro que eu preciso da minha equipe de apoio, mas nunca, e eu repito, nunca mesmo, precisei ser resgatada por qualquer um que fosse, e essa satisfação quando eu chego em casa e percebo que sucedi na minha missão e não precisei ser salva é revigorante.

Mas como tudo muda, isso mudou também. E nesse exato momento, eu nunca desejei tanto na minha vida pelo meu príncipe encantado.

Calmamente, abri os meus olhos, sentindo a claridade queimar de leve a minha retina, lembrando-me dos meus dias de ressaca. Minha cabeça latejava e minhas pernas estavam doloridas, além de não responderem aos meus comandos, assim como os meus braços, que estavam muito bem amarrados por uma corda áspera.
A venda que cobria os meus olhos e tinha cheiro de peixe estragado não se encontrava mais em meu rosto, me permitindo enxergar todos os canalhas que me meteram nessa situação, os mesmos que costumavam ser meus amigos, meus parceiros.

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⏰ Última atualização: Dec 05, 2021 ⏰

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Tears don't Fall - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora