Flávia
— Pronto Flávia? — Miguel pergunta ao entrar no nosso quarto. Ele estava excepcionalmente lindo vestido nesse terno. — Vamos chegar atrasados. — Me lembra o real motivo de eu ainda estar me arrumando.
Hoje é a festa da empresa. O dia que ela completa dez anos. O dia que meu chefe vai promover alguém.
— Acabei. — Me olho pela a última vez no espelho e digo para mim mesma que realmente essa foi a última vez. Estou nervosa, mas eu não deveria estar, é só uma simples festa, certo? Quem eu quero enganar, não é uma simples festa, e eu tenho medo de que o meu futuro mude a partir dessa noite.
— Você está linda, querida — Miguel para atrás de mim, fazendo assim eu sair do meu devaneio.
— Agora sim podemos ir. — Me viro para ele. Pego em sua mão e saímos de casa.
Entramos no carro.
— Estou tão nervosa. — É a primeira coisa que eu digo assim que me viro para olha-lo, do qual dirige tranquilamente. — Vai ter muitas pessoas importantes lá e eu não sei o que o Augusto quer falar comigo. — Essa última parte é a que martela mais na minha mente. Não pode ser, pode?
Meu chefe tinha me ligado ontem antes de eu dormir, queria que eu chegasse o mais cedo possível na festa. Só tomara que não seja o que eu estou pensando, pois se for o que eu irei fazer? Que decisão tomarei?
— Vai dar tudo certo. — Miguel pega gentilmente na minha mão, que repousava no meu joelho. — Eu confio em você. — Ele volta a sua mão para o volante e vejo um sorriso aparecer em seu rosto.
Ficamos alguns minutos conversamos, até que chegamos no endereço marcado que iria ser a festa. Miguel procurou um lugar para estacionar o carro, o bom de ter vindo cedo é isso, quase não tem carros estacionados. Eu diria que não tem nem uns vinte por aqui. Saímos do carro e andamos até a entrada da festa. Um atendente estava na porta, eu reconhecia ele, desde o tempo em que estou aqui ele é contratado para recepcionar as pessoas. Um ótimo rapaz, seus cabelos loiros estão colocados para cima e um magnífico verde preenche seus olhos.
— Sr. e Sra. Bittencourt — dar um sorriso para nos. — Boa noite.
— Boa noite, Patrick — dissemos em uníssono e entramos no local.
O salão tem um espaço bem plano, o que já era de se imaginar, já que é para todas as pessoas que trabalham, e algumas pessoas por fora que o Augusto convidou. Pessoas estas extremamente importantes, por isso o meu nervosismo anterior a caminho daqui.
Andando mais um pouco pelo salão, percebo que há vários lustres pendurados no teto. As luzes da festa se consistem em um vermelho e amarelo franco, só para dar um destaque, já que o branco é o que predomina mais aqui. As mesas estão perfeitamente enfileiradas, e em cima de cada uma delas há um pequeno vaso de flores, para enfeitar, além de uma garrafa de champanhe.
Observava a movimentação dos garçons indo para cá e para lá, tentando encontrar entre eles o Augusto, que me pediu para assim que eu chegasse procurasse por ele, mas paro de fazer minha vistoria quando vejo a Eva vindo na minha direção, sorridente como sempre. Ela certamente deve saber onde o nosso chefe se encontra.
— Flávia — Eva me abraça ao chegar perto de mim.
— Oi, como está indo à festa? — Pergunto assim que nos separamos.
— Está ótima, ainda falta algumas pessoas aparecerem, sabe quem... — pisca para mim, e eu entendi o que ela queria me dizer com esse simples gesto. Ela deixa de mim olhar quando percebe que eu estou acompanhada e que o Miguel se encontra bem ao meu lado. — Oi, Miguel — acena para ele.
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Sentimentos Aflorados
Romansa- LIVRO 2 - Passaram-se 5 anos desde a sua viagem para Natal e muita coisa havia mudado em sua vida e assim tudo ia bem no dia a dia de Flávia, até que, ela se vê numa situação muito difícil. Aceitar ou não aceitar ser a madrinha de casamento da Jad...