A dor percorria o corpo de Susan, a bruxa não conseguia mexer nenhum músculo devido o feitiço da mãe, assim como não conseguia ver uma forma se livrar do que estava por vir. Ela viu Leona se aproximar e cortar-lhe a pele do braço, Susan sentiu o sangue escorrer até pingar no chão. Susan viu a mãe levar o dedo ensanguentado até a boca, como se fosse uma vampira.
Leona percebeu que a filha estava sem entender os acontecimentos. – Apenas veja. – A bruxa fechou os olhos e deixou toda sua magia correr livremente. O corpo de Susan tremeu, jamais havia sentido um poder como aquele em sua existência.
– O que você é? – A filha perguntou para mãe.
Leona sorriu para a filha. – O que eu sou? – Perguntou como se não entendesse a pergunta. – Eu sou o que você deveria ser, sou a vida e morte, sou o reflexo de toda a magia que existe no mundo. – Leona gargalhou. – Eu sou a rainha!
A magia aterradora de Leona fazia com que Susan se sentisse fraca, indefesa e ínfima perto da plenitude que a rainha das bruxas demonstrava ser. – Você poderia ter acabado com isso a muito tempo... – Naquele momento Susan percebeu que não havia chances de vitória, toda sua vida, todas as vezes que tentou derrotá-la e quase havia conseguido, tudo havia sido parte do plano da mãe.
– Verdade, eu poderia ter acabado com tudo antes... – A bruxa enfiou o dedo na ferida no braço da filha, a fazendo gritar mais uma vez. – Mas eu precisava que seu corpo estivesse apto, perdi a oportunidade com o pequeno Lorenzo, por puro capricho.
Naquele momento Susan entendeu e a história de Joana lhe veio a mente. "Porém Leona estava um passo à frente, ela sabia da minha gravidez no momento em que me viu, eu sequer havia descoberto, se soubesse antes jamais teria ido atrás dela." Susan estava grávida. – Não pode ser... – Susan disse para si mesmo. – Você não vai tirar mais um filho de mim.
Leona gargalhou. – Eu não preciso tirá-lo, basta que eu use o seu sangue...
Susan tentou se mexer novamente, porém fora em vão. – Não ouse...
– Vamos acabar com a brincadeira. – Leona estava cansada de explicar a Susan o que iria fazer. – Vamos começar a melhor parte desta noite. – O sorriso nos lábios de Leona expressam sua vitória.
Aeron abriu os olhos, não poderia esperar mais nenhum segundo para ver o corpo sem vida de Henry, porém no momento em que seus olhos focaram a realidade, o rei vampiro encarou Tanyah, a oriundi havia entrado na frente de seu derradeiro golpe. – Não! – Gritou como Henry, porém diferente do irmão, o grito de Aeron era carregado de ódio e não de dor. – Maldita, criança! – O vampiro chutou o corpo para longe, antes que o mesmo tivesse tempo de cair ao chão, buscou a lança do destino para encontrá-la nas mãos...
Henry, coberto pelo sangue de Tanyah e tomado pela maior fúria que havia sentindo nos últimos cento e cinquenta anos, empunhou a lança do destino e sem pensar em seus atos o rei oriundi levantou e cravou a lâmina no peito de seu irmão. – Agora, eu mudo sua vida.
Vampiro e oriundi sentiam os efeitos da arma, Aeron tentou a princípio se afastar, mas já era tarde demais o metal enfeitiçado havia tocado seu coração, para o vampiro não havia mais volta, sua mente experienciava toda a dor causada em sua longa existência, cada escolha mal feita, cada ser que o vampiro havia causado mal. Os gritos do rei vampiro eram escutados por todos, principalmente por Henry. A cada segundo que passava com a lança no peito de Aeron, o vampiro sentiria suas próprias memórias, até que a expiação estivesse completa.
Já para Henry, a sensação era diferente, o oriundo sentia a lança do destino sugar suas energias, a arma não havia sido projetada para ser usada em seres milenares, muito menos no primeiro vampiro. – Nem que eu resseque, desta vez você irá pagar por tudo o que fez. – As lágrimas na face de Henry mostravam como o vampiro estava abalado, a verdade sobre Khalead, a morte de Tanyah, tudo o que havia acontecido até aquele momento e principalmente o amor por Lorenzo e Susan o fazia seguir em frente e dar mais de si. – Por tudo que você fez contra mim e todos os que amo. – Henry sentiu as pernas fraquejarem, seu joelho dobrou, fazendo o oriundi cair sobre Aeron. – Por todos os que você matou inocentemente. – Henry sentiu as vistas ficarem turvas, até que somente a escuridão sobrou para si. Ele já podia sentir que já não restava muito mais de maldade em Aeron, porém quando pensou ser o fim, sentiu em seu ombro a energia percorrer seu corpo.
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Ermickville - A Fúria da Besta [Livro 1 - COMPLETO] (EFCW)
FantasyQuando Susan encontra-se com Klaus, a bruxa sente em todo o seu corpo que algo não está certo. Sua primeira pergunta é: O que faz um Kauffman em Ermickville? Este é o primeiro de muitos mistérios que serão revelados com o decorrer desta história...