Capítulo 7.

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Pode até parecer estranho mas eu consegui dormir a tarde toda sem que ninguém me perturbasse, coisa que nunca aconteceu em São Paulo. Acordei assustada até porque sempre que eu ia dormir aparecia minha mãe cantando, batendo nos móveis enquanto arrumava a casa. Precisava tomar um banho. Peguei minha toalha, o moletom e minha escova de dentes. Como já tinha olhado a casa inteira pela manhã estava tudo muito fácil pois já sabia o lugar de cada cômodo. Sem muita demora sai em direção ao banheiro. Tinha uma banheira com uma água quente muuuuuito boa. Estava tão boa que nem vi o tempo passar. Estava no banheiro a quase 1h30 e adivinha quem estragou tudo? Isso, isso mesmo. Minha querida e ilustre mãe!
- Érica, meu amor. Acho que vc está confundindo o banheiro com spa. Já chega de banho não acha? estou indo banhar no banheiro do meu quarto e quando voltar não quero ver vc ai dentro viu mocinha?
-sim mãe...
Nossa, como ela consegue estragar tudo? Só meu pai pra me entender mesmo por que essa dona Lu aqui, só por Deus.
Depois desse momento nada agradável vesti minha roupa e voltei para o quarto. Não sei se vocês se lembram mas disse que queria comprar umas roupas novas algumas semanas atrás. Esse era o momento, eu não fazia nem ideia de como chegar a algum shopping aqui então esperei meu pai chegar para pedir o dinheiro das compras e um táxi.
Enquanto isso fiquei jogando. Joguinhos pra mim eram coisa boa afinal eu tinha 12 anos. Depois de umas horinhas escutei a voz do papai lá no cozinha. Ele havia chegado. Obviamente eu não ia pedir perto da minha então preferi o chamar. Ele veio rapidinho.
-pai, será que o senhor pode me dar dinheiro pra comprar roupas novas? -disse um pouco sem graça.
-mas e as outras roupas? Rasgaram?
-Não pai, é que...
-se quiser posso pedir sua mãe para costurar
-Não pai. Ah, esquece! Não precisa.
Nossa pai, qual é? -pensei comigo mesma.
-espera um pouco. -saiu ele fazendo como quem voltaria num instante.
Dito e feito. Já estava voltando. Será que ele ia me dar o dinheiro?
-Toma, esse é meu cartão. A senha é a data do aniversário de casamento de sua mãe e eu. Cuidado com isso viu? Minha filha é uma mocinha já. Precisa mesmo comprar roupas novas. E não conte pra sua mãe. Ela nos mata se descobrir rsrs.
Depois disso me deu um abraço, o melhor abraço.
-pai, eu nunca quero te perder
-vc nunca vai me perder, vou estar sempre aqui.
-é bom mesmo! -rimos juntos e ele foi saindo em direção a porta.
-psiu. (Pisquei pra ele) obrigada!

Como eu amo meu pai. Ele é o melhor!

confissões de uma come-dorme.Onde histórias criam vida. Descubra agora