CAPITULO 4 - 3º SUPERPODER

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Ainda com quatro anos descobri o terceiro superpoder de meu pai, mamãe estava brava comigo, também pudera eu estava me tornando muito arteira, corria por todo o lado, subia no sofá.

Um dia peguei uma bolinha daquelas de piscina de bolinhas, mamãe havia comprado uma piscininha pequena e umas cinquenta daquelas bolinhas, não havia dinheiro para comprar aquela piscina de bolinhas gigantesca que era vendida nas lojas de venda online, peguei a bolinha e comecei a jogar de um lado a outro dentro de casa, ela era inofensiva, caso eu não a jogasse de encontro a tela da televisão de quarenta e duas polegadas que papai comprara com parcelas a perder de vista, logo ouvi "Manu, cuidado com essa bolinha", continuei bolinha para lá e para cá, "Manu você vai acabar acertando a televisão", quando ela disse isso uma atração incontrolável passou por meu corpo e chegou a minha mão direita que segurava a bolinha, uma voz ao meu ouvido dizia jogue direto na tela a bolinha é de plástico não fará nada, hesitei por um instante, mamãe olhou para mim enquanto preparava o almoço, eu a encarei como se ela me desafiasse a jogar a bolinha na televisão, "Não faça isso", "Prac" foi o som da bolinha se chocando contra a tela, não quebrou, não causou dano nenhum a tela, mas mamãe deu um tapa em meu bumbum que me lembro até hoje, "Não me desobedeça, podia ter estragado a televisão, eu te disse para não fazer isso", porém criança é criança, depois daquilo passei a desafiá-la com mais frequência e obtive êxito por diversas vezes, onde ela me poupava da palmada, me dava um sermão daqueles, mas nada acontecia, até o derradeiro dia em que papai expôs seu terceiro superpoder, até o momento o mais poderoso deles.

Era sábado, papai trabalhava poucas horas aos sábados,isso era bom sobrava tempo para a gente brincar, as vezes acabávamos nem indo a nosso mundo da imaginação, íamos até o parquinho na praça e o escorregador era minha diversão, escorregador este que eu descia com grande astúcia, até tentar o mais alto, papai alertou para tomar cuidado, descia uma vez e era fantástico,a segunda eu era a maioral, na terceira vez fiquei ousada e enquanto subia as escadas larguei as mãos, resultado cai de costas na areia do parquinho, meu pai super-herói não me pegou antes que eu chegasse ao solo, chorei copiosamente, com certeza meu pai deveria estar olhando para mamãe no momento em que cai, por isso não me apanhou no ar ou talvez não quisesse que as pessoas descobrirem sobre ser um super-herói, de fato lhe traria diversos transtornos, depois de minhas peripécias no parquinho fomos para casa e lá foi novamente o palco da revelação de mais um superpoder, eu fui tomar banho com mamãe, sai do banho e resmunguei como de costume enquanto ela desembaraçava meu cabelo longo e cacheado, eu tinha apenas quatro anos, mas meus cabelos já chegavam a cintura,evidentemente eu era baixa, mamãe também é baixa então herdei essa característica dela, assim como a pele morena, papai tinha a pele mais branca diferente de nós, após pentear meus cabelos fui a sala e queria assistir meu desenho favorito, que na época era o Bob esponja, eu mudava de desenho favorito quando assistia umas mil vezes ou mais, papai e mamãe queriam assistir um filme, eu não queria assistir no quarto deles ao desenho, então sabe aquela birra? Aquela mesmo,bati o pezinho e me joguei sentada no chão, gritei e mamãe tentou me acalmar, "Calma Manu, mamãe põe o Bob Esponja lá no quarto e leva morangos com creme para você", eu era viciada em morangos com creme, mas naquele dia eu emburrei disse "Não quero!", papai também fez sua tentativa "Vá meu amor, daqui a pouco papai vai lá assistir com você", papai odiava mentiras, porém as vezes dizia isso e não ia assistir comigo, quando eu reclamava a mamãe dizia "Ah papai mentiroso, não foi nada" e riamos, naquele dia nada estava bom para mim,avistei a bolinha de plástico debaixo do sofá e eis minha ideia para chamar a atenção, jogá-la na televisão novamente, então "Prac" eu o fiz, mamãe estava pronta para executar o tapa no bumbum, naquela época eu chorava pela ação de mamãe não por dor, pois não doía nada, com certeza ela sabia, eu chorava então estava tudo resolvido, mas naquele dia papai intercedeu por mim, meu salvador, não foi bem assim, ele se dirigiu a mim com a voz poderosa e pesada "Manu vá para seu quarto você está de castigo", simples era só não ir, isso era impossível,me senti sendo arrastada para o quarto, ele apenas falou de maneira veemente para que eu fosse e eu fui, sem que ele se quer tocasse em mim, eu não queria ir, mas não conseguia ficar, como um vendaval extremamente forte me empurrando em direção ao quarto, como se não tivesse domínio sobre meu corpo, papai manifestou seu terceiro superpoder o de Telecinese.

MEU PAI ERA UM SUPER HERÓIOnde histórias criam vida. Descubra agora