CAPITULO 7 - 6º SUPERPODER

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Pouco antes de completar sete anos ficou evidente que papai tinha mais superpoderes do que eu prevera, tive alguns episódios de infecção de garganta, dor de ouvido e alguns ralados por quedas aos longos dos anos, nada demais para uma criança ativa, eu fazia aniversário sempre no inverno, claro que a estação nunca mudaria de data bem como o dia de meu aniversário, tinha que me contentar em festejar sem a aclamada piscina e sem as fantasias curtas, era inverno, era necessário blusa e calça, por diversas vezes brigava com minha mãe querendo colocar minhas fantasias curtas, como a de bailarina, que tinha um espécie de corpete e uma saia extremamente curta, de fato sentiria muito frio com ela, mas sabe como são as crianças e suas vontades, com alguma luta podia vencer mamãe e colocar uma vez ou outra a fantasia, talvez tenha sido durante uma dessas estripulias que acabei ficando doente, começou com uma dorzinha ao lado direito, papai constatou que era na costela, acredito que ele tenha pensado que era algum tombo que eu levara ou havia batido em algum lugar, por vezes tropeçava e até trombava contra a parede em meus desatinos da fantasia, por fim os dias se passaram e a dorzinha chata continuava.

Foi cerca de uma semana reclamando, você deve se perguntar porque não me levaram ao médico e a resposta é simples, meu papai perguntava onde doía, eu dizia aqui e mostrava as costelas do lado direito, ai ele me perguntava onde mais, e eu dizia a garganta, depois o ouvido, a cabeça,o braço, a perna, isso fazia com que meu pai questionasse a veracidade de minha dor, mas com uma semana ele me levou ao médico, aliás não fui apenas eu ao médico o Thor também foi, ele estava doente, mamãe disse que ele estava dodói do pulmão, já haviam levado o Thor algumas vezes nas últimas semanas o que ele tinha parecia ser grave, eu não tinha noção da gravidade do que ele tinha até que o médico pediu um raio x para mim, meu pai me levou a sala de raio x e depois retornamos para a sala do doutor, ele me examinou e depois me perguntou onde doía, indiquei as costelas do lado direito, ele olhou para meu pai e disse"Ela está com pneumonia", nos três dias seguintes tive muita febre e dor, eu tossia demais, e para piorar a situação eu não queria tomar os remédios e nem fazer inalação, não porque o sabor do remédio era ruim e nem porque fazer inalação doía, simplesmente eu não queria tomar os remédios e nem fazer a inalação, não me lembro o motivo, lembro que chorava para não tomar os remédios, então meu pai disse que não me daria remédios se eu tomasse as vitaminas e deixasse ele fazer massagem em minhas costas, então aceitei e comecei a tomar as vitaminas, a massagem era uma sequência de tapas nas costas que eu acabei gostando, pois estava junto a meu pai brincando de doutor e os tapas eram leves e compassados, ele era o doutor e eu a paciente, lembro que tinha uma maleta da Barbie de médica e ele usava para me examinar, ele dizia "Você vai ficar bem minha princesinha", alguns dias depois eu estava curada, aquela massagem havia tirado minha doença, ele tinha o superpoder da cura.    

MEU PAI ERA UM SUPER HERÓIOnde histórias criam vida. Descubra agora