O som repetitivo de batidas constantes na porta me levam a abrir os olhos, suspiro quando a claridade me fazer fechar os olhos rapidamente. Me sento na enorme cama acolchoada e arqueio a sobrancelha quando me recordo do que aconteceu ontem.
No último dia de férias, os garotos me chamaram para passar o dia fora. Ficamos falando besteira e jogando basquete até não conseguirmos se levantar direito. As batidas na porta se tornam mais altas, me fazendo voltar ao presente.
"Jovem mestre, está na hora de acordar e se preparar para o colégio. Sua mochila já está devidamente arrumada e seu uniforme já está pronto. Trarei sua refeição em quinze minutos." Olho para a porta fechada enquanto escuto a voz da empregada.
Me levanto e sigo em direção ao banheiro, retiro minhas roupas e entro debaixo do chuveiro.
"Está entediante aqui, que tal você me dar o controle de vez em quando? Não é como se eu fosse matar alguém..."
Fecho os olhos ignorando qualquer coisa que esteja em minha cabeça. A água gelada me ajuda a fingir que nada está acontecendo, o sentimento de calma se alastra pelo banheiro e eu apenas fico lá, apreciando aquele momento de paz.
Quando criança, fui diagnosticado com Transtorno Dissociativo de Identidade e graças a influencia da família Akashi, esse diagnóstico foi escondido na mídia. Diferentemente de outros que foram diagnosticados com o mesmo problema, eu consigo me comunicar com minha outra personalidade. Respirando fundo eu saio do chuveiro e enrolo uma toalha em minha cintura.
Paro em frente ao espelho e apoio minhas mãos na pia. A primeira coisa que foco são os olhos heterocromáticos, vermelho e dourado. Em seguida o cabelo vermelho e a pele estranhamente pálida. Franzindo o cenho, eu saio do banheiro ao escutar um barulho.
Encaro a empregada colocar a bandeja de alimentos em minha cama e se virar para sair, entretanto, ela paralisa quando percebe que a estou observando. Seu rosto começa a ficar branco e ela faz uma reverência antes de sair rapidamente do quarto.
"Ela ainda tem medo de você? Haha, que patético."
O ignoro novamente. Desde o dia em que perdi o controle para ele, quase todas as empregadas da casa ficam brancas e com medo nos olhos quando me olham. O mais irritante de tudo isso, é que não consigo me lembrar do que aconteceu e, mesmo que eu pergunte, eu não terei respostas.
Após vestir o uniforme escolar, eu encaro a bandeja. Ignoro completamente as panquecas e pego o pote de salada de frutas, ando em direção a mesa de estudos e pego meu celular observando as milhares de mensagens que os garotos enviaram.
Apenas passo o olho na maioria delas e foco em uma específica. 'Esse ano iremos ao clube de basquete!!!' Solto um pequeno sorriso e termino de comer, rapidamente vou ao banheiro para escovar os dentes. Ao voltar, eu mando algumas mensagens no chat do grupo e guardo o celular no bolso, pego a mochila e saio do quarto.
Ando pelo imenso corredor até a escadaria, ao descer encaro James, um dos empregados da casa. Ao me ver, ele rapidamente faz uma pequena revêrencia.
"Jovem mestre, bom dia. O mestre estará viajando nos próximos dia e avisou que voltará no final do mês para avaliar seu progresso no colégio." Confirmo com a cabeça e começo a andar em direção a porta, que é aberta por uma empregada.
Na entrada, há um carro preto, James abre a porta traseira e eu entro. Segundo depois ele entra no banco do motorista, o encaro por alguns segundos antes de pegar meu celular e me concentrar na conversa mais entediante que eu já vi.
Olho para a janela quando me canso e fico encarando a paisagem da cidade, no telefone as mensagens como 'Onde você está?' e 'Pensei que era mais pontual' começam a aparecer frequentemente.
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A Luz Que Nos Tira Da Escuridão
ФанфикA vida desses garotos nem sempre foi um mar de rosas, todos com passados e futuros diferentes, mas mesmo assim eles estavam interligados. O que todos eles tem de comum!? Simples todos amam basquete e tem um temperamento um tanto que exótico, esse an...