Encontros Não Destinados

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O barulho irritante do despertador me faz gemer alto enquanto rolo na cama, no meio do quarto ainda escuro eu tateio a cabeceira ao lado da cama procurando um objeto. Ao encontrar e senti-lo tremer em minha mão, eu o lanço na parede. Escuto o estrondo quando ele acerta a parede, então todo o quarto fica em silêncio novamente, levanto o rosto do travesseiro e tento enxergar alguma coisa.

Porque o ensino médio tem que ser tão cedo? Porque o dia não tem quarenta e oito horas e cerca de trinta e duas não são diretamente para dormir?

Espremendo um pouco os olhos eu encaro o  despertador espatifado no chão, suspirando eu novamente volto com minha cabeça para o travesseiro. Acordar cedo é uma merda!

Meu celular toca e eu quase deixo o impulso de joga-lo na parede me consumir. O procurando com a mão eu o ligo, para em seguida abaixa-lo no travesseiro. A claridade da tela quase me cegou. Apenas alguns segundos depois eu volto a liga-lo, imediatamente diminuindo o brilho.

A primeira coisa que vejo são as mensagens de Kise, que afirma como o  tal do Kuroko é fofo, e que o novo emprego dele é uma merda. Apenas mando ele ir tomar no ** e me sento na cama. Coço meus cabelos e suspiro olhando para o telefone, Kise me manda uma figurinha de bom dia e eu o ignoro.

Mas então eu lembro do que ele fez ontem e sinto minhas orelhas arderem. Aquele merda do Kise me assustou o bastante para sair correndo como uma bixinha, mas ele vai ver o que eu irei fazer com ele, ah ele vai. Com sorriso um pouco fora do normal, me levanto da cama.  Tendo a mente infestada de planos mirabolantes, eu não vejo o amontoado de blusas e tropeço caindo no chão.

"MAS QUE MERDA!" Grito sentindo minha panturrilha latejar, olho para o local e vejo que bati em um pequeno rádio bluetooth. "Ah não, que não tenha quebrado. Que não tenha quebrado." Pego rapidamente o pequeno rádio e o ligo, me certificando que não esteja quebrado. Suspiro aliviado quando percebo que não está.

Só então eu olho para todo o quarto, percebendo a enorme bagunça alastrada por ele. Fecho os olhos e faço um som irritado. Porque não temos magia? Ou uma tecnologia avançada o suficiente que deixe todo seu quarto arrumado num estalar de dedos? 

A unica coisa que consigo pensar olhando toda essa bagunça é: A velha vai me matar.

Já consigo escutar seus gritos dizendo que meu  quarto é inabitável e blá, blá, blá. Soltando o ar pela boca eu pego as blusas jogadas no chão perto de mim e me levanto, começando a caçar as roupas rapidamente e as jogando no cesto.

Olho para o quarto menos bagunçado, agora ela não pode dizer que eu não fiz nada para arruma-lo. Solto um sorriso e pego a toalha, saio do quarto e vou em direção ao banheiro no final do corredor. Vendo meu reflexo no espelho eu paro por alguns segundos.

Cara, eu sou muito bonito. 

Rindo, eu entro dentro do box, mas saio imediatamente tirando a roupa. Negando com a cabeça, culpo o sono por não me lembrar que estava com roupas antes de ficar debaixo do chuveiro. Lembrando que o dia dos exames para entrar no time de basquete está chegando, não posso evitar abrir um sorriso maior.

Hoje iremos colocar nosso nome no clube de basquete, se o professor nos aceitar no time, não precisaremos fazer as atividades obrigatórias do clube. Apesar de ter que ir para os treinamentos, o que não é tão incomodo assim.

Saindo do banheiro com uma toalha na cintura, eu verifico o horário no celular quando chego no quarto e decido que ainda dá pra enrolar por alguns minutos. Abro o guarda-roupa e fico com cara de paisagem quando percebo tudo desorganizado. Tento procurar meu uniforme no meio daquela bagunça mas logo escuto batidas na porta, que estava aberta.

A Luz Que Nos Tira Da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora