O pior acontece! Himuro é levado!

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Kuroko Tetsuya Pov

Sinto minha garganta seca. Meus braços ardem e minhas pernas doem. Sinto como se tivesse sido pisoteado por vários cavalos. Abro os olhos e encaro o teto, viro o rosto vendo tubo em meu braço me passando sangue. Passo o olhar pelo meu quarto. O que aconteceu? 

Me sento na cama e quase que imediatamente algo começa a apitar. É um barulho irritante que amplia a dor em minha cabeça. A porta do quarto se abre quando seguro o tubo com a intenção de tirar.

"Não é bom você tirar isso." Escuto a voz fria da pessoa que passa pela porta e paro. "Você perdeu muito sangue e me deu muito trabalho para arrumar isso."

Não digo nada, apenas solto o tubo e observo a pessoa andar em minha direção. Ele põe a mão em minha testa. "Não está mais com febre." Ele murmura se afastando.

"Eu quero comer alguma coisa." Digo sentindo minha garganta doer. 

"Você está fraco de mais para descer. Makoto já está preparando alguma coisa."

"Hm." O encaro por um instante. Há bolsas escuras debaixo de seus olhos. "Quanto tempo eu fiquei desacordado?" Pergunto.

"Três dias." Respiro fundo e confirmo com a cabeça.

"Quando eu fui ao hospital e você não estava lá, eu fiquei preocupado." Ele começa a dizer. "Eu comecei a ligar para você mas esse seu horrível habito de não me atender só piorou a situação."

"Por que você foi ao hospital?" Pergunto olhando para as faixas que cobrem meus braços, elas estão um pouco manchadas com sangue.

"Você me mandou ir." Levanto o olhar.

"Porque eu mandaria você ir?" O quarto fica em silêncio quando ele desvia o olhar. "Mayuzumi, o que aconteceu?" Silêncio. "Mayuzumi." Meu peito começa a apertar. Ele havia dito que eu fiquei três dias desacordado? Se eu fiquei tanto tempo, ela não iria perguntar? Então... "Cadê a vó?"

Observo suas mãos se fecharem. "Eu... Te levo lá depois." Quando ele termina de falar a porta é aberta. Observo Makoto entrar segurando uma bandeja.

"Olha só, o pirralho acordou." Solto um pequeno sorriso.

"Não chama ele de pirralho." Mayuzumi encara Makoto colocando a bandeja em minhas pernas.

"Pirralho." Makoto diz e sorri ao ver o outro fechar a cara. Apenas observo essa interação entre os dois. "Coma tudo." Confirmo com a cabeça.

Porque tem que ser sopa? Me pergunto mexendo com a colher. Tento me lembrar do que aconteceu ontem mas a última coisa que me lembro é ter chegado em casa e atendido o telefonema, após isso, apenas sangue.

[...]

"Tem certeza que não preciso ir a escola esses dias?" Pergunto enquanto caminhamos lentamente pela rua. Já fazia alguns dias desde que acordei. Consegui me lembrar de tudo no outro dia, o que quase me levou a ter uma crise. 

Estamos indo agora em direção ao cemitério.  "Já falei com a sua escola. Sou seu responsável então não tem problema, você só vai ter que refazer as provas que perdeu."

"Hm." Resmungo. "E suas coisas?"

"Não tem problema, você é mais importante." O encaro em silêncio, de longe consigo ver a entrada do cemitério. Paro meus passos. "Se não quiser ir, não tem problema." Confirmo com a cabeça.

"Vamos voltar." Não quero ir lá. Não tenho coragem o suficiente para ver. "Você poderia ter ido embora depois que eu melhorei." Começo a falar sobre outra coisa. "Por que continua aqui?"

A Luz Que Nos Tira Da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora