all alone

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VOLTEI PRINCESAS!!! SENTIRAM MINHA FALTA?
👄

"Eu te odeio, Luke. Não acredito que me abandonou." Ashton distribui socos repetidamente pelo meu corpo.

"Você é a pior pessoa do mundo." Awsten o ajuda. Eu grito por socorro, e perdão, porém ninguém está lá para mim. Fui abandonado pelos meus pais, amigos, e namorado.

E agora sou só eu.

"Luke, você tem que se acalmar. Você vem tendo pesadelos todos os dias." Hemmings acorda com a voz preocupada do namorado e mãos chacoalhando seu corpo.

Levantando em um pulo, o loiro bate a cabeça no teto do carro e exclama de dor, ganhando uma risadinha do garoto ao seu lado. Ele logo percebe que ainda estão no carro, cada vez mais longe de casa.

"Você 'tá melhor?" Clifford pergunta ao observar a expressão ainda assustada do mais novo.

Não, Michael. Luke não pode fazer isso. Ele não pode simplesmente largar toda sua famíla, todo o seu futuro. Em que merda ele estava pensando esse tempo todo?

"Lu, você está bem? Para de tremer." Agora Michael está realmente preocupado, as pupilas dilatadas do namorado e o suor pingando de sua testa indicando uma crise nervosa que ele não estava prevendo.

"Mikey, eu não consigo fazer isso. Preciso ir para casa." Luke solta o que está preso dentro de si nos últimos dias, deixando algumas lágrimas caírem no processo. Ele está cansado de fingir que está tudo bem, cansado de viver nesse sonho de Michael de que eles viverão felizes para sempre dessa forma.

Está na hora de acordar.

"Do que está falando, Luke?" O azulado está genuinamente confuso. Uma hora Luke está animado por fugir, e agora quer voltar para casa?

"Eu te amo, Mike, mas não consigo fazer isso. Eu quero ficar com você, mas não posso abandonar minha vida." O loiro tenta explicar da maneira mais sutil possível, com medo de que o namorado exploda e cometa alguma bobagem. Ele só quer que Michael o entenda.

Mas não, ele não entende. "Mas Lu, vão nos separar se voltarmos." Para Michael, nada importa além do garoto ao seu lado. Ele não vai voltar para aquele lugar de opressão.

"É só por um ano, Mike, nós podemos aguentar isso. Por favor, vamos voltar." Luke implora, quase ficando de joelhos no carro.

"Não, Luke. Nós temos que ficar juntos! Nós vamos mudar o mundo!" Michael para o carro abruptamente, jogando o corpo de Luke para frente fazendo com que batesse a cabeça no vidro.

O loiro sente uma dor latejante, mas a adrenalina do momento inibe-a para que ele continue discutindo, mesmo sentindo sangue pingando no banco do carro.

"Mudar o mundo? Somos apenas adolescentes, Michael. Nunca vamos mudar o mundo!"  Luke grita também alterado, cansado de lidar com as merdas do mais velho. Ele achava que essa fase ridícula já havia passado.

"Vamos ser como Che Guevara, ou Malcolm X, ou George Washington. Nosso status é uma construção social com a função de colocar os oprimidos e rebeldes na linha." Michael não consegue entender o porquê de ninguém nunca apoiá-lo. Nem sua pessoa favorita no mundo quer ajudá-lo em sua missão restauradora.

"Michael, você não está fazendo sentido." Luke se assusta ao encontrar o olhar de Michael. Ele conhecia-o muito bem, estava impregnado em sua mente desde aquele terrível dia. Os olhos que residem loucura, o olhar que recebeu do mesmo garoto no dia em que ele foi preso.

"Temos que lutar contra as injustiças do mundo, Lu. E para fazê-lo, temos que ser livres. Eu não vou voltar para Sydney e ser controlado pelos meus irmãos. Eu vou ser Michael Clifford, o herói dos oprimidos." Qual o problema de lutar pelos que não conseguem lutar por si mesmos? Tudo que o azulado queria na infância era um herói que o salvaria de todo o seu sofrimento, e agora querem impedi-lo de ser esse herói para outras pessoas. Para ele, isso é completamente absurdo.

"Eu quero ir para casa, Michael." O loiro diz com convicção.

Talvez tenha sido a raiva. Talvez ele não estivesse pensando direito, não raciocinando bem suas ações. Talvez o olhar assustado de Luke sobre si o incomodou de tal maneira que não conseguiu mais suportar.

Mas o que Michael fez, talvez o loiro nunca pudesse o perdoar.

"Sai do meu carro."

"O que?"

"Saia do meu carro agora, Luke Hemmings, e nunca mais me procure." Michael grita na face do mais novo, segurando seu braço com tanta força que com certeza deixaria marcas.

"Você está terminando comigo? Depois de tudo que eu passei para estar com você?" Luke realmente não consegue acreditar que quem está em sua frente é o Michael Clifford por quem se apaixonou.

"Você estragou tudo, Luke. Isso é culpa sua. Saia do meu carro agora!" Ele grita. Clifford sempre pode confiar no loiro, sempre soube que ele estaria ali para o que der e vier. Saber que essa não é a realidade, que a única pessoa que já se importou verdadeiramente com ele prefere se separar dele do que fugir para viverem juntos, o machuca mais do que ele quer admitir.

Luke sai do carro assustado, com lágrimas caindo livremente de seus olhos azuis. Sua mala sendo jogada da janela o supreende, derrubando-o no asfalto da estrada escura e deserta.

"Por favor, Mikey! Você é o meu para sempre!"  Luke implora desesperadamente por perdão. Ele deveria ter ficado quieto. Deveria ter seguido com o plano.

"Eu realmente achei que você era o meu para sempre, Luke. Mas você é um garotinho egoísta que não merece metade do amor que recebe. Nunca mais tente me encontrar." Quando o carro começa a se mover, o loirinho entra em total desespero e se levanta rapidamente.

"Michael!" Ele grita enquanto corre atrás do carro, que acelera rapidamente impedindo que Luke o acompanhasse. Ele não desiste, correndo até que não tivesse mais o veículo em seu campo de visão.

Luke cai de joelhos no meio da rua, gritos desesperados pelo nome do amado saindo de seus lábios junto com soluços guturais de desespero e ansiedade.

Olhando em sua volta, Hemmings percebe que Michael realmente o deixou no meio do nada, sem qualquer aparelho de comunicação ou dinheiro. Ele não tinha ideia de qual rumo tomar.

O garoto pega suas malas jogadas no chão e tenta se recompor respirando fundo, mas a dor em seu peito é insuportável. Como voltará para casa? E se for assaltado, ou estuprado? E se não conseguir voltar para Sydney? Ele não consegue ver nenhuma placa ou centro comercial nos arredores, o que o desespera ainda mais.

Luke então parte andando pelo acostamento da estrada, em busca de algum lugar onde possa ligar para os pais. Rapidamente ele descobre que a rodinha de uma de suas malas quebrou, trazendo mais lágrimas aos seus olhos.

Alguns carros passam pelo loiro, que prefere não imaginar o quão patético ele deve parecer no momento. Um adolescente cheio de malas chorando desesperadamente caminhando pela beira da estrada. No momento, o maior desejo de Luke é jogar-se na frente de um dos carros e fazer a dor cessar.

Ele não consegue acreditar que Michael tenha realmente terminado com ele. Depois de arriscar tudo pelo azulado e amá-lo de uma forma quase doentia; desistindo de sua própria vida para agradar o outro, a última coisa que imaginava era que no final ficaria sem Michael.

Agora Luke está perdido e desnorteado, sentindo o mundo fechando em si cada vez mais a cada segundo.

Agora está sozinho, somente ele e seu coração partido.

-/-

sem comentários

o que acharam??

desculpa pela demora, mas essas semanas foram muito corridas pra mim!!! eu tive um monte de vestibular, revisão etc então tempo pra escrever era a última coisa que eu tinha.

mas agora eu voltei hihi

confesso que chorei escrevendo isso

até o próximo capítulo,

Isabela.

Every Little Thing ➳ muke Onde histórias criam vida. Descubra agora