i hope it doesn't take too long

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Michael Clifford se sente destruído. Contrariar os seus valores e seu ato heroico no tribunal doeu muito no colorido. Enquanto confessava estar arrependido e pedia desculpas para o júri, seu maior desejo era levantar os dedos do meio e mandar todos aqueles homens velhos e pretensiosos para o inferno, mas o impulso era controlado toda vez que olhava para os olhos tristes do namorado encarando-o.

Quando Luke deu um ultimato, ele não pensou em realmente obedecer as ordens do loiro, mas a ideia de ficar sem seu garoto o machucou tanto que acabou se rendendo. Então ele mentiu tudo que pode, tentando parecer sincero, querendo que aquilo tudo acabasse logo.

Felizmente, o juíz acreditou que o jovem estava arrependido, e com uma promessa de que ele nunca faria aquilo novamente, não foi preso.

Em vez disso, foi mandando para um reformatório. O que é um absoluto pesadelo. Michael se sente extremamente desconfortável vivendo em uma casa repleta de adolescentes drogados, gângsteres e criminosos. Sua única amiga é a recepcionista, e os outros moradores são assustadores. Michael não merecia estar ali.

Afinal de contas, esses jovens cometeram crimes sérios e reais, enquanto o colorido apenas defendeu uma garotinha. Ele sabe que bateu em um homem com muito dinheiro, e também sabe que o mesmo exigiu que o colorido fosse punido de alguma maneira. E depois o julgam por falar que o mundo é um lugar fodido.

As primeiras semanas foram as mais difíceis, principalmente por conta da ausência de Luke. O colorido fez tudo que podia para não ser preso, somente para ser alojado em um lugar onde não pode se comunicar com não moradores do reformatório.

Porém Michael permaneceu quieto, obedecendo as ordens que recebia e realizando as tarefas necessárias até que finalmente ganhou direito a visitação por bom comportamento.

No primeiro dia de visitação, o garoto tomou um longo banho e colocou as melhores roupas que trouxe, tentando parecer apresentável para seu garoto. Ficou aéreo a manhã inteira, recebendo algumas broncas da administradora do reformatório.

"Michael, você tem visitas!" A recepcionista sorri e o conduz até uma pequena sala, onde ele encontra Awsten e seu irmão.

"Mike! Você 'tá bem?" Awsten é rápido em abraçar o amigo, preocupado e com saudades.

Ele sorri, tentando não deixar transparecer a decepção de um certo loiro não estar presente. O trio se abraça, conversa e troca palavras de conforto até o final do horário de visitas. "Você vai ficar bem." Alex sussurra em seu ouvido antes de sair pela porta, um sorrindo reconfortante no rosto.

Ao chegar em seu quarto, Michael chora. Por que Luke não estava lá? Será que ele havia desistido dos dois? É obvio que o mais novo não concorda com as ações de Clifford, mas porra, ele falou que o amava. O seu amor não é o suficiente?

Ele não deve ter sido avisado, Michael pensa, porém com o passar dos dias sem a presença do loiro é óbvio que ele não estava comparecendo de propósito. Michael estava sendo ignorado.

"Ele me liga toda semana perguntando sobre você. Acho que ele só precisa de tempo." Alex diz quando o irmão mais novo finalmente admite o motivo de estar tão triste. Pelo menos ele ainda se preocupa com o colorido, isso é um sinal de que ainda não desistiu completamente.

Os dias naquele local são monótonos. Michael se levanta às oito horas todas as manhãs, toma o café da manhã e ajuda a arrumar a cozinha. Depois, tem uma terapia em grupo que todos os jovens moradores são obrigados a participar, e geralmente só escuta as histórias dos outros. Cada adolescente é responsável por alguma tarefa, e se essas não são cumpridas o direito a visitas é perdido. Michael faz todas as suas, com esperança de um dia encontrar Luke naquela sala de visitas.

Every Little Thing ➳ muke Onde histórias criam vida. Descubra agora