4 - fake life

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Oi, oi, oi

Me perdoem pela demora horrenda em att :'(

Eu trouxe um cap curtinho e espero que vocês gostem, prometo att mais rápido a partir de agora, hihihihi

SEM REVISÃO.

19h:12m

Bateu na porta três vezes, na qual uma senhora a atendeu, um sorriso simpático nos lábios.

- Harry! Visita para você. - e saiu, limpando as mãos em um avental. Logo o moreno de olhos estonteantes apareceu, os cabelos parcialmente bagunçados e um conjunto cinza de camisa e calça moletom.

- Entre. - disse ele, se juntando mais a porta para abrir passagem. Timidamente, a garota adentrou a casa. - Anne, estamos subindo! - gritou, sendo retribuído com um "ok!". Subiu as escadas ao lado da sala de estar, sendo seguido pela latina, que até agora não havia dito nada. - Seja bem vinda ao meu esconderijo. - sorriu. Abriu uma porta, dando a entrada para um típico quarto de adolescente. Pôsteres de bandas por todos os cantos das paredes, uma cama de casal coberta por uma colcha de Star Wars, um armário grande e preto cheio de adesivos, um criado mudo rústico ao lado da cama, uma poltrona de couro giratória, um painel a cima da cabeceira com várias fotos de Harry e seus amigos, um aparelho de som a cima do criado, e alguns Dvd's em uma caixa preta, também em cima do criado. - Sente-se. - falou apontando para o colchão, após fechar a porta e se acomodar na poltrona giratória. Karla ponderou, mas acabou sentando. - Certo... como eu posso te dizer isso... - começou a girar, com um semblante pensativo.

- Tenho todo tempo do mundo. - disse ela, admirando o teto, o mesmo era estampado com o universo.

- Karla, quero que me prometa, que depois dessa conversa, você não vá sair por aí contando a todo mundo sobre Michelle, ok? - ela então encarou o garoto, que a observava de forma séria.

- Ok. - assentiu lentamente, agora com sua atenção voltada para o que Harry dizia.

- Como eu te disse hoje mais cedo, eu conhecia Michelle muito bem. Eu sabia de tudo que aquela garota fazia. - disse ele, o olhar vago sobre os pés. - A questão é que... sabendo disso, eu tenho quase certeza que seu pai não bebeu por vontade própria naquela noite do acidente, ele foi induzido a isso.

- Espera, espera, espera. - sorriu com escárnio. - Você não me chamou aqui pra contar aquelas histórias de suspense e mistério, né? - perguntou em descrença, mas Harry continuo sério, na qual Karla preferiu se calar.

- Já ouviu falar em parasitas? - Karla assentiu. - Então deve saber que eles são seres nojentos, que se alimentam da vida, do sangue, dos nutrientes, tudo de outro corpo. Eles não conseguem cuidar do próprio organismo e por isso se aproveitam da energia vital dos outros. Existem tantos parasitas naquela maldita escola... - sorriu amargurado, negando com a cabeça algumas vezes. - Michelle sempre foi uma pessoa querida, conhecida, popular. Tudo isso por causa da sua beleza, seu carisma, charme... essas coisas. Ela costumava reclamar que todos os seus amigos só andavam com ela por status, queria ter um amor verdadeiro, mas nenhum garoto ou garota daquela maldita escola tinha sentimentos de verdade. - suspirou, curvando as pernas sobre a cadeira e abraçando os joelhos. - Até ela conhecer alguém. Um alguém que ela nunca me disse quem era, ou teve tempo para me dizer. Era o único segredo que não desvendei.

- Tá. E daí? - a latina perguntou, seu semblante era duvidoso.

- A questão é que... depois que Michelle conheceu esse alguém, ela começou a se tornar uma pessoa problemática. Lembro quando ela chegou drogada aqui em casa. Anne ficou enfurecida, disse a tia Clara e tio Mike, o que gerou vários problemas a ela em casa. Michelle ficou irritada com todos os sermões dos pais e acabou procurando as drogas de novo. Mas as drogas sempre vinham daquele alguém. - deu uma pausa, sentindo como as lembranças queimavam em seus olhos. - E, em uma noite de sexta, quando Anne estava na casa de uma de nossas tias, Michelle veio aqui em casa, com medo e assustada. Ela estava fugindo, eu não sei de quê e nem porquê, mas ela estava. Me disse que precisava se esconder, que morreria se voltasse lá, mas eu não sabia onde era lá. Depois dessa sexta, ela passou a não querer sair de casa, se negava a ir para escola e tinha um medo horrível de escuro. Tio Mike e tia Clara estavam com medo, não sabiam o que estava acontecendo com ela, muito menos eu sabia, mas ela precisava de ajuda. Foi então que Anne incentivou-os a levarem ela ao psiquiatra, e ela não negou quando eles a pediram. Estava indo bem, e quando íamos para escola, eu ficava constantemente ao seu lado, passando a imagem de proteção que ela precisava. Mas um dia eu faltei, estava resfriado e não pude ir, ela estava só, e foi então que...

- O alguém se aproximou. - Karla completou, totalmente compenetrada na história.

- Sim, ela surtou, disse que estava correndo perigo, que todos nós estávamos. Havia um circo que tinha chegado na cidade dias antes, tio Mike a convenceu de ir com ele é Chris, para tentar distraí-la, e ela aceitou, relutante, mas aceitou. Na volta, houve o acidente, e foi no justo dia em que Michelle não usou o maldito cinto de segurança. Ela sempre usava aquele maldito cinto, só não usava quando estava cansada demais e gostava de se deitar nos bancos traseiros. Você consegue ver o que isso quer dizer?

- Não...(?) - a latina respondeu, suas sobrancelhas franzidas em dúvida.

- Você é muito lerda, Karla. Tio Mike e tia Clara conheciam seu pai, inclusive foi Michael que disse a Alejandro que a transportadora da cidade estava precisando de caminhoneiros. Nós sabíamos como seu pai era responsável, e sabíamos que ele nunca iria dirigir bêbado.

- Espera aí, então eles eram amigos? - Karla estava confusa, muito confusa por sinal. Nunca lhe contaram aquela versão da história, na verdade ninguém nunca lhe contou porque as pessoas faziam tantos rodeios por causa de um acidente de carro, ora bolas. Acontecem acidentes de trânsito todos os dias e ninguém se importa, mas porque diabos as pessoas se importavam tanto quando se tratava do acidente que Alejandro causou?

- Sim, eram muito amigos. Mike amava seu pai como um irmão, e quando ele contou que precisava de trabalho para dar uma boa vida a filha, tio Michael não titubeou em ajudá-lo. - eram muitas informações, e Karla já não estava mais se sentindo bem. Levantou do colchão, as pernas estavam bambas e a cabeça estava girando. - Está tudo bem?

- Eu preciso ir... para casa. - disse, sua voz rouca e os olhos piscando várias vezes.

- Camila, espera...

- Eu preciso ir, Harry! - se exaltou, saindo do quarto e descendo as escadas rapidamente. Styles respirou fundo, sentindo como podia estar fazendo a coisa errada, mas precisava alerta-lá, não deixaria os malditos parasitas dominarem Karla, não sabendo do que aconteceu com Lauren.

Correu até sua casa, abrindo a porta abruptamente e correndo até o segundo andar, rumo a seu quarto. E antes que chegasse em seu pequeno e nov o refúgio, travou as pernas em frente ao quarto da mãe. De forma dubitativa, entrou, se deparando com uma grande cama de casal ao centro, um armário negro, também grande, com suas portas constituídas por enormes espelhos. Havia uma escrivaninha, com um abajur e alguns documentos em cima, junto a um porta retrato de um homem jovem, segurando um bebê em mãos. Ele sorria, parecia feliz.

Não sabia exatamente o quê estava procurando, muito menos o quê estava fazendo ali, mas ainda assim vagava todo o quarto com olhar. Sentou na enorme cama, agora encarando os pés. Como diabos seus pais poderiam ser amigos dos próprias vítimas que Alejandro fez? Havia coisa errada ali, e Karla queria saber o que era.

Você parece assustada.

- Não estou.

Sentia como o colchão do seu lado esquerdo afundava, mas não precisou olhar para saber que Lern estava ali. Deitou sua cabeça no ombro da morena, na qual a mesma passou seu braço ao redor de sua cintura, lhe confortando. Lern não estava fria como de costume, e sua pele não trazia mais aquele arrepio no corpo da latina, parecia até que ela estava viva. Só parecia mesmo.

- O que houve, menininha? - perguntou, feliz por poder sentir o perfume dos cabelos da menor.

- Nada, eu só... só estou confusa. - respondeu, as palavras de seu vizinho ainda rondando em sua mente.



- Confusa demais...

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora