13 - Shit, It Had To Be You, Keana? - Part. 2

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Good read.

SEM REVISÃO.

***

6 de abril, terça feira. 2004.

Miami, 05h:42m.

Estava em um sono profundo quando ouviu gritos e o som de coisas se quebrando. Coçou os olhinhos e pegou seu ursinho de pelúcia, Mrs. Pascoal. Ainda cambaleando de sono, caminhou pelos corredores de sua casa até a sala. Não havia ninguém ali. Correu até o quarto de seus pais, mas eles também não estavam lá.

Pow, Pow, Pow

Seguiu aquele barulho estranho que vinha do lado de fora, na piscina. Abraçou Mrs. Pascoal de forma possessiva, como se à qualquer momento, um monstro fosse aparecer e fazer mais barulhos e sons que atrapalhassem seu sono e tirassem seu amiguinho de si. Sorriu ao ver seu pai, em pé ao lado das espreguiçadeiras, olhando para o céu. Foi até ele e abraçou suas pernas, fazendo-lhe assustar mas logo suavizar a face ao reconhecer a filha.

- Oh, querida. Você está acordada. - colocou-a no colo, e beijou sua bochecha. - Não acha que é muito cedo?

- Asso, papai. - respondeu com dificuldade, tirando sua chupeta e segurando-a com uma das mãos. - Mas fizelam muito balulio.

O homem sorriu da forma desengonçada que sua bebê falava. Deu-lhe mais um beijo, agora nas duas bochechas, e colocou-a no chão. A pequena colocou sua chupeta mais uma vez em sua boca, após ver que seu pai queria segurar sua mão.

- Então eu acordei você?

- Ela você que estava fazendo balulio?

- Uhm, sim. Desculpe.

- Por que o senhor estava fazendo balulio?

Ambos caminharam até a escada que adentrava a piscina, a garotinha alheia à tudo ao seu redor.

- Eu estava dando um castigo na sua mamãe. Ela fez uma coisa muito feia.

- Castigo? O que ela fez, papai? Onde a mommy está? - desembestou em questionar, o que fez o pai rir mais uma vez.

- Escute-me bem, vou te contar uma coisa. - sentou no primeiro degrau da escada e pôs a garotinha sentada de frente para si em seu colo, uma perna de cada lado de sua cintura. - Sua mamãe queria fazer uma coisa muito errada. - suspirou. - Ela queria ter outra família com outra pessoa, você acredita? - a garotinha levou a mão livre até a boca e suas sobrancelhas se ergueram em surpresa. - Pois é. Eu fiquei bastante chateado com isso. E, infelizmente, tive que fazer algo. Não podia permitir que isso acontecesse e eu e você ficássemos sem a mamãe. Se ela não é nossa, não é de ninguém mais. - abraçou-lhe e afagou suas costas. - Olhe para a piscina, sweet.

E assim a garotinha fez, dando de cara com um corpo que flutuava sob o líquido levemente avermelhado. A garotinha era pequena, mas os vários seriados policiais que assistira secretamente de sua mãe lhe fizeram ter noção do que aquilo se tratava.

- Você matou a mamãe?! - seus olhos rapidamente ficaram úmidos, e a vontade de sair correndo a consumiu.

- Ei, ei. Não vamos ver por esse lado, ok? Vamos enxergar de forma sensata.

- E qual selia essa?

- Digamos que o papai amou demais a mamãe e ela não foi capaz de retribuir, isso a fez criar uma dívida, entende? - a pequena franziu o cenho e tombou a cabeça para o lado, uma lágrima solitária acabou escapando de seus olhos castanho-escuro. - Veja bem, pequena. A mamãe usou demais do amor do papai, e não teve amor para dar em troca, sabe? Então ela criou uma dívida com ele. Só que ela não estava sendo uma boa pagadora, e o papai não podia deixar a situação sair de controle. Portanto ele teve que cobrar, e por muito tempo ele deixou que a mamãe adiasse o pagamento, ele adiaria para sempre se ela quisesse. Mas a mamãe não quis, e fez uma coisa muito feia.

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