Chat Noir
Eu moro na cidade do amor.
Aprecio a Torre Eiffel na minha frente. As luzes de Paris estavam mais lindas que o normal, o brilho que a cidade refletia por todos os lados me fazia lembrar dos olhos de uma certa garota vestida de joaninha. É uma bela noite para sofrer por amor, penso.
Sorrio sarcástico com o canto da boca. Cidade do amor, claro.
Sinto um gosto amargo: decepção.
Eu estou na cidade do amor, e mesmo assim...
**
Hoje pela manhã.
"Observei o akumatizado fugir enquanto Ladybug tinha os músculos contraídos.
Esse akumatizado transformava flores normais em flores carnívoras e monstruosas, provavelmente um jardineiro decepcionado.
Olho para o chão e vejo uma rosa branca que conseguiu permanecer intacta. Pego-a do chão.
— M-My Lady? — ofereço a flor, estendendo o braço, um pouco receoso.
Ela virou-se e encarou-me com fúria, se aproximou rápido e bateu na minha mão, fazendo a flor cair no chão.
— Perdemos outro akuma por sua causa! — esbravejou.
Volpina apenas nos observava, sem querer se envolver.
— Eu sinto muito. — abaixo a cabeça.
— Você poderia pelo menos prestar atenção!
Ela falava com raiva, uma raiva que eu nunca tinha visto presente nela.
Permaneço em silêncio olhando a flor caída no chão, agora despedaçada, assim como eu.
— Esqueça, eu mesma pego o akuma. — deu as costas. — Vamos, Volpina.
Elas se foram e eu e meu coração partido permanecemos ali, encarando uma maldita rosa branca, enquanto sentia meus olhos molhados.
Piso na flor e tento manter a compostura, afinal, eu estava como Chat Noir e não como Adrien, então como Chat Noir tinha que ser forte e não deixar os meus problemas pessoais interferirem no meu trabalho. Mas agora eles interferiram, meu único dever era prestar atenção no sinal de Ladybug para poder usar o meu cataclismo, e eu não o fiz, o que fiz foi ficar parado pensando nas palavras do meu pai.
"Ela está morta."
Isso me quebrou, e a forma como Ladybug agiu... Ela tinha razão, porém brigar com ela sempre me deixava pior do que eu me sentia a cada dia na vida real.
Afasto os pensamentos e saio correndo para voltar à escola."
**
Saio de perto da Torre Eiffel, ficar ali não me faria bem, tudo o que eu conseguia pensar era em Ladybug.
Paro no topo de um prédio e por mais deprimente que pareça, eu esperava por um roubo, um akuma, ou qualquer outra situação que trocasse a minha tristeza por adrenalina, fazendo-me esquecer tudo o que tinha acontecido.
Escuto algo e tento aguçar mais ainda a minha audição. Parecia um choro. Utilizo o meu bastão para pular de prédio em prédio até ficar próximo o suficiente.
O que eu vi em uma varanda não muito longe de onde eu estava também partiu meu coração.
Marinette estava chorando, seu rosto estava vermelho e um pouco inchado, indicando que ela chorava há algum tempo. Contudo, não foi apenas isso que me fez sentir destruído: ela estava chorando abraçada a um embrulho verde, um presente. E a pior parte é que aquilo também era minha culpa.
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A City Of Lies
Fanfiction"Eu moro em Paris, aquela à qual eles chamam de cidade do amor ou cidade luz. Mas o que eles não sabem é que ela é a cidade das mentiras."