chapitre 01: n a v r é

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Chat Noir

Eu moro na cidade do amor.

Aprecio a Torre Eiffel na minha frente. As luzes de Paris estavam mais lindas que o normal, o brilho que a cidade refletia por todos os lados me fazia lembrar dos olhos de uma certa garota vestida de joaninha. É uma bela noite para sofrer por amor, penso.

Sorrio sarcástico com o canto da boca. Cidade do amor, claro.

Sinto um gosto amargo: decepção. 

Eu estou na cidade do amor, e mesmo assim...

**

Hoje pela manhã.

"Observei o akumatizado fugir enquanto Ladybug tinha os músculos contraídos. 

Esse akumatizado transformava flores normais em flores carnívoras e monstruosas, provavelmente um jardineiro decepcionado.

Olho para o chão e vejo uma rosa branca que conseguiu permanecer intacta. Pego-a do chão. 

— M-My Lady? — ofereço a flor, estendendo o braço, um pouco receoso.

Ela virou-se e encarou-me com fúria, se aproximou rápido e bateu na minha mão, fazendo a flor cair no chão. 

— Perdemos outro akuma por sua causa! — esbravejou.

Volpina apenas nos observava, sem querer se envolver.

— Eu sinto muito. — abaixo a cabeça. 

— Você poderia pelo menos prestar atenção! 

Ela falava com raiva, uma raiva que eu nunca tinha visto presente nela.

Permaneço em silêncio olhando a flor caída no chão, agora despedaçada, assim como eu.

— Esqueça, eu mesma pego o akuma. — deu as costas. — Vamos, Volpina. 

Elas se foram e eu e meu coração partido permanecemos ali, encarando uma maldita rosa branca, enquanto sentia meus olhos molhados.

Piso na flor e tento manter a compostura, afinal, eu estava como Chat Noir e não como Adrien, então como Chat Noir tinha que ser forte e não deixar os meus problemas pessoais interferirem no meu trabalho. Mas agora eles interferiram, meu único dever era prestar atenção no sinal de Ladybug para poder usar o meu cataclismo, e eu não o fiz, o que fiz foi ficar parado pensando nas palavras do meu pai.

"Ela está morta."

Isso me quebrou, e a forma como Ladybug agiu... Ela tinha razão, porém brigar com ela sempre me deixava pior do que eu me sentia a cada dia na vida real.

Afasto os pensamentos e saio correndo para voltar à escola."

**

Saio de perto da Torre Eiffel, ficar ali não me faria bem, tudo o que eu conseguia pensar era em Ladybug.

Paro no topo de um prédio e por mais deprimente que pareça, eu esperava por um roubo, um akuma, ou qualquer outra situação que trocasse a minha tristeza por adrenalina, fazendo-me esquecer tudo o que tinha acontecido.

Escuto algo e tento aguçar mais ainda a minha audição. Parecia um choro. Utilizo o meu bastão para pular de prédio em prédio até ficar próximo o suficiente. 

O que eu vi em uma varanda não muito longe de onde eu estava também partiu meu coração. 

Marinette estava chorando, seu rosto estava vermelho e um pouco inchado, indicando que ela chorava há algum tempo. Contudo, não foi apenas isso que me fez sentir destruído: ela estava chorando abraçada a um embrulho verde, um presente. E a pior parte é que aquilo também era minha culpa.

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