chapitre 03: p l a t o n i q u e

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Chat Noir

Assim que entrei no quarto de Marinette olhei para as paredes vazias.

— Você escondeu bem as fotos, gatinho. — disse atrás de mim.

— Apelido novo? — arqueei a sobrancelha.

— Apenas uma retribuição ao seu "princesa". — revirou os olhos e sorriu enquanto fazia aspas com as mãos.

Ela parecia tão fofa.

Balanço a cabeça e afasto esses pensamentos. Tinha ido até ali para tirar minhas dúvidas e me certificar que ela estava bem.

— Como você está? Dormiu bem? Está com alguma dor? Está com raiva de mim por ter saído antes de você acordar? — perguntei tudo de uma vez fazendo-a rir.

— Dormi muito bem. — corou. — Não estou com dor, muito menos com raiva de você, sei que tem suas obrigações e me desculpe por ontem, não precisava de tudo aquilo. — pareceu constrangida relembrando da noite anterior. — Estou melhor que ontem. — suspirou, sentando-se na cama. — Mas me sinto meio boba.

— Por quê? — sento ao seu lado. — E você não precisa se desculpar, eu entendo, de verdade. — seguro sua mão.

Ela respirou fundo antes de começar a falar. Parecia tão difícil para ela falar da minha identidade civil, e isso me fazia sentir pior ainda.

— Eu me apaixonei por esse garoto, realmente gostava dele, todos sabiam, menos ele e eu poderia esperar qualquer coisa do Adrien, menos o que ele fez. — termina de falar e deita na cama.

— Amor platônico é um merda. — reflito.

Eu tinha sido um merda com ela.

— E o que você sabe sobre amor platônico, gatinho? — provocou.

— Eu sei que estou na mesma situação que você, e é uma merda. — deitei ao seu lado, sem pedir permissão.

Ao me ouvir falar isso, sua feição entristece.

— O que foi? — fico virado para ela e passo a mão na sua bochecha com cuidado.

— Nada. — balançou a cabeça e sorriu.

Não entendi. Parecia que ela estava escondendo algo. Quando penso em questionar, ouvimos um barulho de vaso quebrando na varanda.

Levanto da cama rapidamente.

— Fique aqui. — ordeno para Marinette, que estava assustada.

Não espero uma confirmação e saio para a varanda, pois se fosse o que eu estava pensando, dessa vez não poderia deixar escapar.

Chegando na varanda, não vejo nada além do vaso quebrado, deixando o local repleto de terra e alguns cacos. Nada de suspeito nos telhados dos prédios, não havia ninguém, nem mesmo uma certa sombra.

Seja lá o que fosse, já tinha ido. E não era coincidência aparecer aqui pela segunda noite seguida, justo quando venho visitar Marinette. Ou talvez isso estivesse à espreita o tempo todo, esperando apenas um momento para atacar. Contudo, se fosse para me atacar, teria me atacado ontem.

Então, eu não era o alvo.

Volto para o quarto e Marinette andava de um lado para o outro, preocupada, ao me ver, pareceu aliviada.

— O que era? — aproximou-se. — Os meus pais também ouviram, vieram aqui perguntar o que houve, mas eu consegui despistar eles dizendo que provavelmente foi apenas um gato. — falava tudo de uma vez só. — Mal sabem eles que tem um gato aqui no meu quarto, não no sentido literal, claro... Quer dizer, não estou dizendo que você não é bonito porque você é, quer dizer... eu me referi a você ser um gato, ai não! — bateu a mão na testa e eu ri. — Eu só quis me referir a você ser o Chat Noir, entendeu o duplo sentido? — corou.

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