Foi durante uma quente tarde de sábado, que Yoongi recebeu uma ligação. A princípio, ele apenas continuou deitado na cama, tentando não se irritar com as rachaduras do teto que pareciam até mesmo debochar de sua cara. Não se dera o trabalho de levantar-se para atender nada, já que tinha pavor de falar no telefone – sem contar a preguiça que tomara conta de seu corpo naquele momento – e não via vantagem nenhuma em ter que levantar de sua cama para atender algo estúpido.
Porém, o telefone continuou a tocar, o que levou o Min a considerar o porquê de tal evento. Eram raras as ocasiões em que recebia telefonemas, já que o síndico de seu prédio passara a discutir sobre seu apartamento ou reuniões de moradores pessoalmente após o garoto não atender nenhum telefonema, e a falta de pessoas que se importavam consigo – um total de zero, ele calculara.
Pode ser ‘pra avisar que meu irmão morreu, tal pensamento animou o acinzentado, que por vez levantou-se imediatamente para conferir o motivo da tal ligação.
— Quem é? — perguntou, desejando ser um trote para que pudesse voltar a seu quarto.
— Oppa? — a voz do outro lado da linha era grossa, mas feminina. Saíra um tanto tremida, um tom um tanto desesperado transparecendo por trás das camadas de frieza do timbre grave da misteriosa pessoa.
Misteriosa, não.
Ele conhecia aquela voz muito bem. A última vez que a ouvira, porém, fora três dias após sua formatura do Ensino Médio, num barzinho rodeado de cigarros e bebida.
Ele engoliu em seco.
— Yeji?
A garota suspirou sofregamente, como se estivesse aliviada que o antigo amigo ainda se lembrasse dela.
— Oppa, eu sei que é estranho chegar assim, do nada, principalmente quando a gente não se fala faz tempos, mas — ela suspirou novamente — Você pode me passar seu endereço?
***
Ela chegou cerca de meia hora depois. Tocou o interfone e, em questão de minutos, logo se encontrara batendo na porta de madeira do mais velho. Quando Yoongi abriu a porta, encontrou a mulher totalmente diferente do que sua versão anterior, aquela do ensino médio que o arrastava constantemente para baladas; não tanto em questões de aparência, porém. Havia crescido, cortado os cabelos castanhos na altura dos ombros e ganhara feições mais maduras e próprias para a idade. A verdadeira mudança, porém, era na atitude. Transmitia uma aura mais madura, sábia e poderosa, como se acabasse de voltar de uma guerra – o que, conhecendo a amiga como Yoongi conhecia, não era tão improvável assim – mas mesmo com tantas mudanças, ele ainda reconhecia o brilho poderoso nos olhos da garota e o rosto de sua melhor amiga.
— Oi — ela finalmente se pronunciou.
— Oi — o Min respondeu — Pode entrar.
A garota agradeceu enquanto tirava seus sapatos, observando o local em que o amigo agora morava.
— Apê legal — elogiou, assobiando ao botar seus olhos na televisão.
— Obrigado — fechou a porta atrás de si — Minha mãe ajuda a pagar.
— Ah — foi tudo o que ela disse, colocando as mãos nos bolsos e girando em seus calcanhares num claro sinal de desconforto.
— Então — ele limpou a garganta — Pode sentar, desculpe, esqueci — ele também resolveu sentar-se no móvel — Mas, enfim... o que te traz aqui?
Ela suspirou.
— Primeiramente, desculpe ficar tanto tempo sem dar notícias. Eu prometo que não esqueci de você ou nada do tipo, eu só realmente não consegui. Na verdade, é por isso que vim aqui hoje.
— O que aconteceu? — o Min estava visivelmente interessado, a expressão na face da garota dando apenas mais um motivo para se preocupar. Ele não a vira assim nem quando ela fugira de casa no meio da noite após seu pai chegar em casa bêbado de novo.
— Bom, depois da escola, eu fui para os Estados Unidos, como você já sabe — ela passou a encarar as cordinhas de seu moletom, cujas estava brincando, provavelmente apenas para não olhar o garoto nos olhos e transmitir seu nervosismo — E eu queria expandir minha carreira como rapper, né? Então fui para clubes, participei de batalhas, me integrei à cena do hip hop... e foi assim que eu conheci uma pessoa — ela suspirou, o olhar já perdido num ponto fixo na parede do mais velho — Ela era incrível, sabe? Bonita, engraçada, inteligente... tudo o que eu poderia querer numa namorada. Bem, tirando o fato de que ela era louca.
“Eu não percebi no começo — continuou — Mas, ela era ciumenta e obsessiva. Começou a vigiar meu celular, quase explodia de raiva quando eu conversava com qualquer outra pessoa, queria até me proibir de me apresentar nos clubes. Quando eu falei que já estava demais quando ela pegou meu celular escondida, ela deu chilique. Disse que eu ‘tava traindo ela e que era só olhar no meu celular, sendo que eu só conversava com você e com um amigo produtor que eu fiz por lá. Também começou a distorcer todas as minhas ações. Quando eu comecei a gritar com ela, ela quebrou meu celular, e foi por isso que não falei mais com você.
“Depois disso, ela chorou demais e eu decidi perdoar ela. Nosso namoro voltou a ser como era antes, mesmo ela ainda tendo ciúme e eu estando sem celular, mas era bom. Só que eu fiz outros amigos no clube, comecei a participar de mais batalhas, ‘tava até planejando um collab com umas garotas coreanas de lá. Foi aí que ela atingiu o cúmulo: escondeu todas as chaves de casa para que eu não pudesse mais sair. Foi aí que eu gritei com ela, xinguei a vadia para um caralho e fui embora daquele lugar. O problema era que eu morava com ela, e como eu já não aguentava mais aquele lugar, decidi voltar para cá, pelo menos para tentar entrar na cena hip hop coreana, saca? Eu só não contava que os inúteis dos meus pais fossem me negar abrigo, então eu fui para a Universidade que você estuda e pedi seu número. Pronto, fim da história.
— Mas você já não tinha uma carreira lá? — o mais velho perguntou — Por que voltou?
— Ah, era tudo diferente, saca? — ela deitou de maneira ainda mais largada no sofá — Mesmo aqui sendo um país homofóbico, misógino e o caralho a quatro, ainda é meu lar. Sem contar que lá eu tinha que lidar com uns babacas xenófobos, homofóbicos e machistas, então adivinha qual eu escolhi?
O garoto soltou um risinho.
— Estou feliz que esteja aqui — declamou — Sabe que pode ficar por quanto tempo quiser, né? Mesmo a gente não se falando faz tempos...
Ela sorriu largamente e abraçou o amigo, matando toda a saudade acumulada que sentia e expressando sua gratidão tamanha à generosidade do outro.
— Obrigada, oppa! Eu prometo que vou arrumar um emprego logo antes e te ajudar o máximo possível até conseguir um apartamento!
— Fechado — ele sorriu — Mas, por enquanto, vai ter que me ajudar a cozinhar.
— Mas que merda! — ela resmungou, fazendo o amigo rir.
Yoongi se aconchegou ainda mais nos braços da outra, pois, embora não fosse um grande fã de contato físico, ter sua melhor amiga ali compensava por tudo.
gente eu comecei a revisar isso faz mo cota e depois parei então desculpa qualquer erro ok???
pRECISO DE CRÍTICAS CONSTRUTIVAS PODEM MANDAR QUE EU AGUENTO
prometi pra 1anjo (TWICEXE rs) q ia ter att no natal (e ia mesmo!!!!) so q eu fiquei com preguiça de terminar de revisar eh isto
yezi é meu bolinho mandem muito amor pra ela ok?? ;(((
eh isto
tchau vcs são top
VOCÊ ESTÁ LENDO
Clichê ◇ kth + myg
Fiksi PenggemarOnde o relacionamento de Min Yoongi e Kim Taehyung é inteiramente baseado em clichês [angst °● taegi ●° side¡!jikook]