CAPÍTULO 4 (DEGUSTAÇÃO)

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Oi,  amores! 

Demorei,  mas cheguei.
Sem mais delongas.
Boa leitura!  🤗

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"Você deve achar que sou burro
Você deve achar que sou um tolo
Você deve achar que sou novo nisso
Mas já vi isso tudo antes

Nunca deixarei você se aproximar de mim
Mesmo que você signifique tudo para mim
Pois sempre que me abro, me dói
Então, jamais me aproximarei de você
Mesmo que eu signifique tudo para você
Caso você me largue na sujeira"

Too Good At Goodbyes
(Bom Demais Em Dar Adeus)

Sam Smith

GUTIERREZ FERNANDEZ

Termino de ajustar minha gravata, olho-me no espelho e satisfeito com minha imagem altiva e extremamente profissional, sigo até a mesa próximo a porta que dá acesso ao alpendre em meu quarto, pego minha pasta e saio dali em seguida.  Desço as escadas e atravesso o hall em direção a sala de estar,  onde encontro minha mãe,  que segurava uma xícara em mãos e bebericava seu café, algo que não podia lhe faltar em hipótese alguma, mesmo após horas depois do almoço. Havia decidido dar apenas uma passada no escritório,  assim que acabasse a reunião na Sexy Girl's, já que hoje era sexta-feira e tinha poucos afazeres por lá. Também precisava de um descanso,  nem que fosse mínimo.

Assim que me aproximo,  deposito um beijo no alto de sua cabeça e ao me afastar,  ela sorri graciosa e abandona sua xícara vazia sobre a mesinha de centro. Após deixar minha pasta sobre um dos assentos do sofá, abro o único botão de meu paletó e sento-me ao seu lado, envolvendo suas mãos nas minhas em seguida. Ainda sorridente, me encara com os olhos brilhantes e de certa forma,  vê-la com uma áurea tão relaxada,  deixa-me extremamente aliviado. 

- Está tudo bem, mãe? - pergunto preocupado e deposito um beijo singelo no dorso de uma de suas mãos.

- Perfeitamente, filho. - Ela leva sua mão direita até meu rosto e o acarinha suavemente.  Esse seu gesto carinhoso,  acaba me fazendo fechar os olhos e absorver toda a felicidade que é tê-la comigo, diariamente e ao meu lado. Meu coração bate descompassado também.

Minha mãe detém seus cinquenta e cinco anos. Uma mulher de muita fibra,  que admiro muito. Mesmo depois de termos perdido o homem que era o nosso tudo, ela sequer vacilou, pois não deixou que a dor da perda lhe nocauteasse. Muito pelo contrário. Creio que fiquei mais abatido do que ela ao demonstrar fisicamente,  porque sempre a encontrava sorridente e confiante,  fazendo-me acreditar que meu pai estava num lugar melhor. Mas era quase que palpável a dor que irradiava em seu olhar.  Diversas vezes, uma vontade tremenda de colocá-la com a cabeça descansando sobre meu colo e afagar seus cabelos, tomava-me de forma imensurável. Desejava arrancar aquela dor de seus olhos... dos nossos corações... das nossas almas, mesmo eu tendo ciência, de que, jamais seria possível. O chão havia sido aberto sob nossos pés e naquele dado momento, várias rachaduras tomaram conta de nossas lacunas, quase fazendo-as ruir e desabar de vez.

Com muita persistência e pensamento positivo,  eu e minha mãe,  conseguimos nos manter de pé.  Foi quando decidi investir as economias de meu pai no meu escritório,  que até então, não era tão conceituado como hoje,  mas depois deste investimento,  consegui uma visibilidade bem maior. E, mesmo meu pai não estando aqui, eu sabia que onde quer que estivesse, estaria imensamente contente por mim.

- Tem algo errado?  - Saí de minhas divagações,  após ouvir seu questionamento.

Soltei um riso ameno e abaixei a cabeça rapidamente.

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