1º Conto - Um pedaço de torta, por favor

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Era uma vez em um vilarejo, muito longínquo no interior da Europa, vivia uma jovem de cabelos longos e loiros chamada Quinzel. Ela era a garota mais bonita da vila. Tinha olhos azuis, a pele tão branca quanto a neve e seu corpo fazia curvas como um violão. Morava com seus pais em um casebre bem simples e trabalhava lavando roupas e as entregava pela vila.

Todos os rapazes, dos mais bonitos até os mais ricos, a desejavam como esposa. Muitos vinham de fora para ver a beleza estonteante da garota da vila. Mas, Quinzel não se importava com casamentos, seu coração não pertencia a ninguém, mas tudo mudou numa manhã de primavera.

Ao caminhar pela floresta para entregar as roupas a uma senhora, sentiu um aroma diferente no ar. Era o cheiro de tortas frescas que vinha de uma casa de madeira ao lado da estrada.

Em frente a essa casa havia um homem com cabelos pretos e longos. Seu corpo era bastante esguio e ele era bem alto. No lado direito de seu rosto havia uma deformação e a causa devia ser uma queimadura.

Quinzel se aproximou e o saudou. Seus olhos se encantaram ao ver a jovem. O rapaz tentou se esconder, porém Quinzel foi mais rápida e se apresentou. Ele apertou sua mão e disse que se chamava Matias.

O rapaz a chamou para dentro. A sala era pequena e mal arrumada. Pergaminhos, roupas e móveis estavam espalhados por toda parte. Matias tentara arrumar o máximo para Quinzel, contudo explicou que não recebia muitas visitas assim.

A garota dos cabelos dourados comentou sobre o doce aroma que sentira da floresta e o rapaz, prontamente, ofereceu um pedaço de torta que acabara de fazer. A garota ficara espantada com o sabor da torta. Era único. Não conseguia distinguir. Ela perguntara qual era o sabor, mas Matias não queria falar qual era o ingrediente secreto.

Após várias conversas, Quinzel percebera que o rapaz magricelo vivia sozinho naquela casa de madeira e isolado no meio da floresta por medo das pessoas verem o quão era horripilante. Contudo, ao passar o dia com Matias, a garota percebera que o coração dele era bom e que o jovem era gentil e atencioso.

Quinzel perguntara, novamente, se ele gostaria de visita-la na Vila, todavia Matias recusara firmemente. E, por fim, ofereceu mais um pedaço de torta em forma de gratidão e a convidara para voltar mais vezes.

Ao perceber que a filha passou o dia fora e muito tempo na floresta, os pais de Quinzel perguntaram o que tinha acontecido quando ela chegara. Prontamente, a menina respondeu que fizera um novo amigo e que ele dera um pedaço de torta.

Ao comerem a torta ficaram atordoados com o sabor. Queriam saber qual era o ingrediente secreto e foram logo atrás do rapaz no meio da Floresta.

Ao chegar na cabana, pediram para que fosse morar com eles na Vila. A ideia deles era vender as tortas para todos os cidadãos e arrecadar dinheiro, pois infelizmente estavam vivendo na miséria.

Contudo, ao verem as feições de Matias assustaram-se e correram em desespero. Quinzel, por outro lado, ficara com o rapaz. Matias, por sua vez, disse que era daquelas situações que evitava ir para o vilarejo, no entanto, após grande insistência de Quinzel, o rapaz acabou aceitando seu convite e foi morar com a garota e seus pais.

Após um mês vivendo na Vila, as coisas foram se acertando. As pessoas estavam aceitando o fato do homem mais feio do mundo viver entre eles.

Matias estava cada vez mais apaixonado por Quinzel, contudo ela o tratava como se fosse um irmão mais velho. A cada semana mais pretendentes chegavam para toma-la como esposa, contudo esses pretendentes desapareciam em um piscar de olhos.

Então, em uma certa noite, um homem com vestes brancas e capa azul, montado em um corcel preto, apareceu no vilarejo. Ele tinha dentes brilhantes e perfeitos, seu queixo era quadrado e seus cabelos negros brilhavam a luz da Lua.

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