*JIYONG*
Dor.
Era algo eminente nesse momento. Eu me encontrava sentado, amarrado pelas mãos e pés. Minhas mãos estão amarradas, sinto isso. Gotas de sangue caindo das mesmas misturado ao suor. Meus pés tocavam o chão frio, mas essa diferença de temperatura não era tão grande já que meu corpo perdia calor conforme o sangue escorria pelo mesmo.
Estava escuro. Poucos indícios de luz era perceptível no canto dos olhos, me fazendo a ter a certeza que estava vendado.
Eu apenas me lembro de fechar os olhos e dormir serenamente ao lado da minha mulher. Por que ela não está aqui? Eu necessito de sua ajuda. Alguém está me mantendo preso.Tento me mover naquela cadeira, mas a cada movimento meu corpo doía mais. Os machucados que antes estavam sangrando, a cada tentativa de sair dali, os faziam abrir mais.
Dei um grito agudo com a pouca voz que ainda mantinha em minha garganta, ao sentir meu dedo indicador direito ser arrancado.
Porra. Aquilo doía demais. Meu corpo não aguentava mais e meu desespero só aumentava. Quem era o ser humano sem coração que estava fazendo aquilo? Eu nunca fiz algo errado para merecer tal julgamento.Meu dedo continuava jorrando sangue e realmente percebi que o estado atual do meu corpo estava deplorável quando a pessoa tirou minha venda. Eu rapidamente olhei as marcas em meu corpo e fitei a pessoa que estava em pé na minha frente.
Mas...
Por quê?
Por que ela?
É ela. Qual o motivo dela me manter assim. E fazer isso comigo? Sempre a tratei com carinho e amor. Dei tudo do bom e do melhor. Riqueza e o mais alto status na sociedade.
Eu a amo tanto. Mas parece que ela não me ama. Não mais.Agora eu tinha plena consciência. O desespero era notável em mim. No canto dos meus olhos já se acumulava lágrimas. Não sei se era o medo de morrer ou o sentimento de ser traído pela pessoa que mais ama.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Olhando dessa forma, ela era uma ser humano de dar medo.
No rosto dela havia um sorriso. Mas não aquele sorriso perfeito que ela mostrava para mim antigamente, era mais um sorriso de deboche e talvez, mágoa.Todos os meus sentidos dão "pane" quando ouço sua primeira frase ser pronunciada.
"Um julgamento" - Ela levantou o meu dedo indicador que havia arrancado.
"Jiyong." - Ela deu uma pausa após dizer meu nome.
"Você ama julgar as pessoas que traem. As julgam como sórdidas, sem amor e que merecem morrer." - Ela dá três passos em minha direção fitando diretamente meus olhos, dando novamente aquele sorriso.
"O que acha de receber o mesmo julgamento?" - Ela dá uma piscadela rápida para mim e vejo ela dar meia volta, indo na direção de um criado-mudo que se encontrava ao lado da cama.
Durante esse pequeno percurso olho desesperadamente para os lados e percebo uma placa piscando do lado de fora. Na mesma estava escrito, Motel.
Um motel? Sim. Viemos para cá após minha reunião na empresa.
Ouço um barulho diferente. Mas que no mesmo momento fez meus olhos arregalarem e olhar na direção dela.Como pude ser tão tolo. Eu me sinto um estúpido.
Confiar demais em alguém e depois perceber que está prestes a ser morta por essa mesma pessoa. Não há algo pior que isso.Na sua mão se encontrava uma arma. E o som antes desconhecido era da mesma sendo carregada. Olho diretamente para a mulher que um dia jurei conhecer totalmente. Cada parte de seu coração, mas que agora era uma total desconhecida para mim.
"P-por-por que?" - Gaguejei com o tom de voz baixo e com medo exalando pelo mesmo.
"Por que?" - Ela me olha incrédula ficando séria.
"Park Bom. A vagina dela é mais saborosa que a minha?" - Ao ouvir aquele nome percebo o motivo de sua raiva.Então ela descobriu. Agora me recordo bem. Antes de virmos parar neste motel. Minha reunião tinha acabado mais cedo e por coincidência do destino Park Bom estava lá de carro. Disse que iria me dar uma carona já que eu teria que andar dois quarteirões para pegar meu carro que estava estacionado ali.
Eu não fiz desfeita. Aceitei sua carona, mas algo estava diferente nela. Seu vestido com um corte na lateral subia a cada vez que ela esticava as pernas para pisar no freio, deixando as coxas visíveis. Eu não entendia muito bem, todavia meu membro deu sinais de vida, fazendo minha calça ficar cada vez mais apertada. A partir daí, ela estacionou o carro próximo ao motel, em frente a um restaurante chinês, que estava fechado no momento. E neste mesmo lugar, transamos.
Mas eu ainda me perguntava como ela havia descoberto. Não havia ninguém no local. No seu olhar era visto de longe a repugna.
Saindo de meus desvaneios, vejo ela cuspir em minha frente e mirar a arma em minha direção a colocando diretamente encostada na minha testa.
E todo aquele medo, dor, desespero, voltaram ao mesmo tempo.
Seria assim? Acabaria tudo daquela forma? Diante um olhar de escárnio, vejo minha vista escurecer. Dificultando qualquer linha de raciocínio. Um barulho alto invadiu meus ouvidos.
O som do gatilho sendo apertado e uma bala alojada em meu crânio.
De repente, flashback's passam por minha mente.
Então ocorria dessa forma quando se está prestes a morrer? Sua vida passando por sua mente. O arrependimento das escolhas erradas que escolheu optar por fazer. E as escolhas certas que jamais voltariam no tempo para mudá-las.Lembro me quando a conheci. Tão doce e adorável.
E tudo culpa minha. Por um desleixo, me permitir a transformar em um monstro. Uma pessoa ausente de qualquer aspecto que se encontrava contido na alma da mesma. Quando sair daqui. O seu sorriso continuava ali. Me fazendo vibrar apenas em pensar que ao sair daqui ela mataria novamente.Vingança? Com certeza ela já teria com a minha morte.
Mas o seu rosto não transmitia aquilo. Transmitia que a minha morte não seria o suficiente.E quando menos esperei tudo ficou frio.
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Russian Roulette | Lee Chaerin + Kim Namjoon
FanficApós ser traída pelo marido, Lee Chaerin (CL) se transforma em uma assassina cruel, matando os homens que traíam suas mulheres, buscando assim "vingança" em nome de todas elas. Os vídeos dos assassinatos feito por ela são enviados para a delegacia l...