Seus olhos estavam em mim, enquanto as palavras saíam pela minha boca, suas pernas esticadas, ao lado do meu corpo. O sol estava fazendo seu rosto brilhar, e droga, isso te deixava tão linda.
Você já notou como é linda?
Um raio de sol no meio de tanta escuridão do mundo. E ali, naquele momento, estava brilhando, literalmente. Você se mexeu enquanto eu te fala sobre algo que nem ao menos me recordo. Você se aproximou um pouco, e as palavras começaram a sair devagar pela minha boca, então você sorriu.
"Seus olhos são bonitos."
Parei de falar, te olhando levemente assustada e surpresa, pelo o elogio repentino, sentindo o sangue subir ao meu rosto, sua mania de dizer o que pensa sempre me pegando de surpresa.
"Estão verdes."
Você continuou e eu franzi o cenho um pouco. Meus olhos são castanhos. Olhei para o sol, quase sorrindo, mas voltei a olhar pra você, seu olhar me desconcertando.
"É, não, é que, o sol."
Tentei explicar, gaguejando humilhadamente, vendo um sorriso divertido nascer em seu rosto. Ou ao menos eu acho que falei, talvez tenha pensado, nunca entendo minha mente quando estou perto de você.
"O da Gê fica mais claro."
Murmurei, me referindo a minha irmã mais velha, mas eu sabia que isso não importava, você ainda estava olhando meus olhos, que deveriam estar em um tom escuro de verde.
"É bonito."
Você disse, e eu desviei o olhar, envergonhada, desatando à falar sobre o assunto anterior, você riu, me interrompendo novamente.
"Por que está falando tão rápido?"
Você ainda estava rindo, e eu ruborizei mais ainda, gaguejando algo que nem me lembro, mas você sorriu.
E aquele sorriso, eu gaguejaria milhões de vezes, se você risse daquela forma todas as vezes. Porque, sua risada era como a melodia mais linda que meus ouvidos já ouviram, como a melhor orquestra do melhor teatro do estado. Como aquela música que você sabe de cor mas nem se recorda como aprendeu a cantar. Sua risada era assim, belíssima e gostosa de ouvir, do tipo que eu nem sei como, mas aprendi a gostar, a reconhecer, a ansiar para ouví-la novamente.
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Poemas Líquidos.
PoesíaPoemas Líquidos são poemas inconstantes e incertos, que costumavam fluir pela minha mente. São poemas (e textos) de sentimentos confusos e voláteis.