Hope Morgan - Capítulo 13

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Hope

Seu perfume era como uma droga, estava quase me transformando em uma dependente. Lucca me apertava entre seus braços, mas logo afastou seu rosto do meu pescoço, esquecendo ou não de tirar suas mãos de minha cintura, impedindo que eu tirasse as minhas dos seus ombros.

Ele moveu sua mão direita, subindo-a pela minha cintura, depois a retirou e colocou uma mexa rebelde do meu cabelo atrás da orelha, sua palma repousou em meu rosto enquanto seu polegar fazia um carinho em minha bochecha, seu toque formigava, trilhões de pensamentos corriam pela minha cabeça, sua respiração chocava-se com a minha no espaço entre nós e meu coração já não batia mais regularmente.

Meu cérebro suplicava para que eu saísse daquele cômodo, mas minhas pernas não o obedeciam, eu estava paralisada no momento em que eu mais precisava correr.

Era estranho como seu gesto estava acalmando a si mesmo, ele não parecia estar mais absorto em seus pensamentos, seus olhos intercalavam entre os meus, sua mão ainda no meu rosto e minha pele ainda fervendo ao seu toque. Ele respirava de uma forma mais tranquila, enquanto meu coração devia estar batucando alguma musica favorita, quase atravessando o meu peito.

— Por que você parece tão... — Ele parecia procurar uma palavra. — Certa?

Eu parecia certa? O que isso queria dizer? Que eu não fazia coisas erradas?

— Defina "certa". — Pedi.

Lucca retirou sua mão que estava em meu rosto e segurou minhas mãos.

— Eu não sei explicar. Você sempre esteve aqui, Hope. Eu lembro de como a Valentina estava sempre dizendo que deveríamos ser mais legais com você, porque você sempre estaria presente. Você estava aqui quando ela morreu, você está aqui em um dos momentos mais decisivos da minha vida, eu não consigo enxergar outra pessoa que também deveria estar comigo quando eu fosse coroado rei. Você parece a escolha certa.

Meu coração já não parecia mais bater, ele devia ter ido passear, me abandonando completamente. Eu não conseguia compreender o que ele dizia, era como se eu me obrigasse a não entender para que não me machucasse, havia algo no que ele estava dizendo que eu sabia que não me agradaria. Meus olhos seguiram rumo ao chão, a porcelana aos meus pés me lembrava um abismo, no qual eu me jogaria à qualquer momento.

— Mas? — Eu o incentivei.

Suas mão apertavam as minhas, seus olhos estavam em um tom de mel que me traria calma se não fosse naquela hora.

— Mas eu não te amo. — Ele abaixou seus olhos.

Aquilo doeu. Doeu como um soco bem dado no peito. Palavras eram como armas, talvez piores, principalmente quando saíam dos lábios rosados do príncipe na minha frente.

— Lucca, — Eu o chamei enquanto procurava palavras. — eu também não te amo. Eu nunca te pedi que me fizesse sua rainha, eu nunca te pedi que me amasse. Você não tem obrigação de fazer nada disso.

Eu poderia dizer um trilhão de coisas como "você poderia aprender a me amar com o tempo", mas tudo parecia errado naquele momento. Eu poderia ter deixado que ele explodisse com seus problemas para qualquer outro lugar, mas não parecia o certo de se fazer.

— Eu sei, Hop, mas eu não sei se sou capaz de escolher alguma delas, se eu te escolhesse, as coisas seriam mais fáceis e certas. — Ele olhava de um olho meu para o outro rapidamente.

— Eu não posso fazer isso com você, não posso te privar de encontrar em alguma delas alguém que te ame.

— E se eu já a tiver mandado pra casa? — Ele perguntou.

Ele parecia tão vulnerável naquele momento, suas mãos suavam nas minhas, eu ainda via o garoto de três anos atrás, que corria pelo jardim até sua irmã, mesmo sabendo que era tarde demais, que correu sem olhar para qualquer outra pessoa, mesmo sabendo que sairia machucado por isso. Eu sabia que ele a amava demais, eu sabia que ele sentia falta, e eu esperava do fundo do meu coração que existisse alguma garota ali que poderia ajudá-lo com isso. E lá no fundo mesmo, eu sabia que eu não era essa garota, mas metade de mim torcia para que fosse

— Bem, nesse caso, eu vou estar aqui. No caso de você não encontrar entre elas alguém especial, eu vou estar aqui.

Eu soltei no ar, o acalmando um pouco, sua mãos soltaram as minhas e ele me abraçou. Eu repeti o seu gesto, passando meus braços pelo seu pescoço novamente. Eu ainda não acreditava nas minhas próprias palavras, que tinham dito a ele que eu me negaria a buscar algum amor se fosse para ajudá-lo.

— Nós deveríamos ir. — Eu disse ainda com a cabeça na curva de seu pescoço. — Você deve ter algum encontro agora.

Ele parecia decepcionado quando eu me afastei de seu corpo. Eu girei no meu próprio espaço, rumo à porta, mas meus pés dançaram pelo piso e meu peso se direcionou para trás, eu esbarrei no ombro de Lucca, suas mãos grandes prendiam em minha cintura me devolvendo o equilíbrio, eu virei-me para pedir desculpas, suas mãos ainda em mim, trilhões de correntes elétricas correndo pelo meu corpo. Antes que eu percebesse, ele havia depositado um beijo em meu lábios.

Inicialmente eu o olhei confusa, mas não tive muito tempo para pensar quando sua boca atacou a minha com seus lábios, sua língua pediu passagem e eu cedi sem pensar duas vezes, suas mãos, já no meu quadril, me puxavam para mais perto, seu perfume me levava a crer que eu realmente estava começando a me tornar dependente de seu cheiro. Lucca me empurrou até que minhas costas se chocassem com a parede do cômodo, seus lábios macios sorriram quando eu resmunguei entre o beijo algo sem nexo por ter sido encurralada.

Minhas mãos brincavam com seu cabelo negro, enrolando mechas em meus dedos, como eu havia me imaginado fazendo tantas vezes. Seus lábios deixaram os meus para criar um rastro de beijos e mordidas pelo meu rosto e em seguida pelo meu pescoço, voltando para minha boca. Meu corpo queimava com o toque de suas mãos, que subiam e desciam na minha cintura, todo o meu ser parecia que entraria em combustão à qualquer momento.

Lucca e eu nos separamos quando houve a necessidade de ar, sua testa ainda colada na minha, mas seus olhos fechados, parecendo perdido em mil pensamentos. Eu me preparava para perguntar sobre o que havia acontecido, mas ele apenas beijou minha bochecha e se despediu, deixando o cômodo.

Meu coração ainda acelerado no meu peito, meus lábios pareciam inchados quando meus dedos o tocaram, olhei em volta e só então reparei como o local parecia um pequeno escritório, mas eu não tinha motivos para ficar ali, então deixei o cômodo e disparei pelas escadas até o meu quarto.

Quando abri a porta, me joguei na grande cama macia, olhar o teto do meu temporário quarto nunca pareceu tão interessante. As cortinas da varanda sacudiam com a brisa que passava pelas portas da mesma, o vento que entrava era frio, mas agradável, acalmando os meus batimentos cardíacos.

Não demorou para que o sono surgisse, me impedindo de pensar em toda a confusão em que eu havia me metido pelo resto daquela tarde.

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Notas da autora
Só pra bagunçar um pouquinho a cabeça de vocês.
Vale uma estrelinha 🤸🏼‍♂️?

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⏰ Última atualização: Apr 19, 2018 ⏰

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