Hope Morgan - Capítulo 11

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Hope

Meus pensamentos estavam a mil. Toda vez que eu fechava meus olhos, sentia os lábios macios do príncipe contra os meus, o toque de sua mão na minha pele ainda estava claro na minha cabeça. Era impossível ignorar o que havia acontecido.

Depois que saí do quarto de Lucca, encontrei Astrid, mas ela não tinha nada importante para me dizer, apenas queria companhia até dormir, depois que ela apagou durante nossa conversa, deixei seu quarto e segui para o meu. Minha cama parecia tão confortável, macia e quente, mas o sono não vinha de maneira alguma.

Mesmo contra minha vontade, rodopiei na cama por vários minutos, até que apaguei por conta do próprio tédio que me rondava naquela noite.

(...)

Dessa vez eu quem havia ido ao quarto de Summer. Ela estava um pouco enrolada, ainda calçando seus sapatos e sem ter fechado seu vestido nas costas, mas seu cabelo negro estava perfeito, em camadas e volumoso, completamente oposto à sua pele branca, nos lábios ela usava de um gloss transparente e nos olhos um lápis escuro na linha d'água que marcava o azul dos mesmos. Seu vestido era preto, de um tecido que lembrava saias de balé, era apertado no busto, onde tinha um laço, e levemente solto por todo o comprimento, e combinava perfeitamente com seus saltos de cor pastel.

Por algum milagre, eu também usava saltos naquele dia, de um tom rosado e claro, que combinava com o vestido que era da mesma cor no corpo, mas a saia, levemente rodada, era de uma azul bebê, com flores falsas da cor dos dos meus sapatos. Meu cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo, com alguns fios ruivos soltos pelo meu rosto e uma mecha rondando o prendedor, minha maquiagem nas bochechas e nas pálpebras era rosada, assim como o gloss em minha boca.

— Onde estão suas criadas, Summer? — Perguntei para ela.

Seus braços, envoltos por grandes luvas que combinavam com seus saltos, se esticavam freneticamente para tentar fechar o vestido. Fui até Summer e ajudei-a.

— Eu as dispensei desde o primeiro dia. — Ela disse como se fosse óbvio. — Elas apenas deixam as roupas, limpam o quarto quando eu não estou e me trazem minhas refeições.

Terminei de fechar o último botão. Ela colocou um anel e eu permiti que meus olhos analisassem suas luvas. Elas eram, na minha opinião, muito ultrapassadas, parecia algo que rainhas antigas usavam, era desnecessário, Summer ficaria bem melhor sem elas. Não achei que nossa amizade fosse ainda forte o bastante para que eu dissesse o que pensava, então apenas guardei o comentário para mim mesma e acompanhei ela para fora depois que a mesma borrifou seu perfume e deu uma última olhada no espelho.

Summer estava calada, energética e nervosa, não parava de embolar suas mãos uma na outra, à qualquer momento suas luvas rasgariam por conta de seus anéis roçando no pano fino. O salão onde tomávamos café da manhã se aproximava e ela deu alguns pulinhos antes que atravessássemos as portas.

— Você está bem? — Perguntei preocupada.

— Como eu estou? — Ela me olhou e sacudia os cabelos, para parecer mais espontânea eu acho.

— Parecendo que vai ter um ataque cardíaco. — Respondi honestamente.

— Eu quero dizer quanto à aparência, Hope. — Ela revirou os olhos. — Desculpa. — Disse se referindo ao ato que eu havia dito que odiava.

— Maravilhosa como sempre. Posso saber o motivo da pergunta?

— Tenho um encontro com o príncipe depois da refeição. — Ela bateu algumas palmas, mas sem emitir algum barulho.

Era verídico de que eu senti uma leve pontada de ciúmes. Às vezes me esquecia de como todas naquele castelo estavam ali por ele, como ele estava ali por elas, não por mim. Na verdade, eu lembrava muito bem que quem havia me escolhido para estar ali havia sido a Rainha Lilian, eu não era uma sortuda como Summer, por exemplo. Eu havia beijado o príncipe no dia anterior, e eu havia gostado, não podia negar, mas eu deveria saber que ele já havia beijado alguma das outras selecionadas, talvez ele tivesse gostado apenas do ato de me beijar e não de mim, talvez ele estivesse carente e apenas precisava de uma atenção, e eu como a tola que sou, entreguei-a de bandeja.

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