Gostinho de infância

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LadyBug

De repente, o mundo pareceu pequeno outra vez. Ergui a cabeça e vi CatNoir olhar pra mim com uma cara estranha. Es-Espera! Por que ele está me pegando no colo? E amassando minhas bochechas? Comecei a me debater, mas nada parecia afrouxar seus braços que agora pareciam gigantes. Ficamos nisso por um tempo até que ouvimos uma tossida:

-Cof, cof. – a Pequena Adulta nos encarava com cara de reprovação. Parecia que ela queria rir, mas estava tentando agir como... Bem, como uma adulta.

- Me desculpe, você está querendo falar algo? – falou CatNoir, me colocando nas costas. Revirei os olhos, ele sempre esquecia o verdadeiro propósito. Mas por mais incrível que pareça, era muito legal ficar em cima dele.

A mulher/menina olhou para nós mas seus olhos ficaram negros. Pude imaginar Hawkmoth falando para ela pegar nossos Miraculous. A Pequena Adulta sorriu e disse:

-Antes de tudo, tenho uma Paris inteira para transformar. - ela simplesmente saiu correndo pelo parque e ficamos muito atônitos para ir atrás naquele momento. Estranhei; não era assim que os vilões geralmente agiam. Ela ia nos deixar ali mesmo? Provavelmente não iria muito longe.

- Bom, agora temos um tempo a sós – CatNoir piscou, mas fez um sinal de surpresa – Se você continuar assim, pode virar minha irmãzinha?

Ri um pouco, mas estava preocupada.Quanto mais ficava criança, mais criança eu me tornava. Olhei para Cat e apontei para frente, na direção onde ela tinha ido. Seguimos até a montanha russa, onde ela mandou um menino comandar o brinquedo. Quando chegamos, já era tarde, ela já estava andando.

-Catnoir, olha! – apontei para o brinquedo, parecia que estava soltando fumaça roxa. Observamos uma fumaça penetrar em uma criança, que antes era adulta. Os olhos da mesma ficaram totalmente negros e ela deu um sorriso macabro. O que quer que fosse aquilo, era hora de parar. Cat me tirou de suas costas e já estava com o Cataclismo na mão para parar o brinquedo, mas não ia chegar a tempo.

-Cat, seu bastão!

Ele entendeu e jogou o bastão com a mão esquerda nos trilhos, para tentar atrasar a montanha russa. Ao jogar os bastão, ele se firmou e conseguiu parar o brinquedo, por um tempo curto, mas importante. Assim, Cat conseguiu alcançar o painel de controle e o destruiu. Imediatamente, toda a fumaça se dissipou e a mulher desceu do trem, choramingando.

-Por que estão tentando estragar minha diversão? – ela fez um beicinho para mim e olhou para o CatNoir com raiva. – Você...

Era hora. Gritei para Tikki: - Talismã!

Um laço vermelho surgiu na minha mão. Não demorei muito pensando, apenas soltei meu cabelo e o coloquei na cabeça. CatNoir estava se afastando, pronto para lutar, mas não seria necessário. Aproveitei que a Pequena Adulta estava virada para ele e toquei no ombro dela.

-Com licença – falei baixinho, incerta sobre o que eu deveria realmente fazer. – você não quer brincar comigo? – A Pequena Adulta sorriu, não convencida.

- De quê, por exemplo? – perguntou num tom sarcástico.

- Carrossel. – dessa vez falei com convicção e ela percebeu. Olhou para o brinquedo e depois de volta para mim, parecendo confusa.

- Mas... Eu tinha que pegar os  brincos e o anel dele antes...

- Eu também tenho um laço, olha – peguei na mão dela e apontei pro laço a minha cabeça.  – Se você brincar comigo, podemos até ser amigas. Te dou o brinco e o laço junto.

Ela parou por um segundo, me encarando, mas me deu a mão e a guiei até o carrossel.

- Antes de entrar, temos que tirar tudo da cabeça. – falei.

-Por quê??

- É mais legal ir com o cabelo solto, ele voa com o vento.

-Tá, acho que tudo bem. Se você vai brincar comigo... – mesmo sendo uma adulta, ela ainda agia como uma criança. Me deu o laço e imediatamente e para o seu espanto, rasguei ele no meio. Ia capturar o akuma quando ela me perguntou triste:

- Você é minha amiga de verdade?

- Sou amiga de todos. – dei um sorriso, capturando a borboleta e transformando ela em branca novamente. – Chega de maldade akuma.

Todos no parque voltaram a ser quem eram, a criança de olhos antes negros agora exibia lindos olhos verdes - que de alguma forma me lembravam de Adrien - e a mulher vilã voltou a ser criança. Percebi que ela estava ainda atordoada, então peguei na mão dela e mostrei a borboleta.

-Tchau, tchau, borboletinha. - sussurrei.

Ela voltou para abraçar sua mãe e senti uma mão percorrendo toda minha cintura. Virei e dei de cara com o peito de CatNoir. Estava suado, mas tinha um cheiro maravilhoso e parecido até com o perfume que o Adrien tinha. Me deu vontade de ficar ali para sempre, mas corei pensando no meu verdadeiro amor. Quando olhei para cima, percebi que CatNoir estava olhando para os pais que abraçavam as crianças.

-Ás vezes eu queria voltar no tempo... – comentou, com a voz meio triste. Suspirei, me desvencilhando dos braços – fortes – dele.

- Todos queremos. – corri os olhos para a mão dele, ainda segurando na minha cintura – Seu anel, Cat. Melhor você ir agora...

Ele olhou novamente para mim e sorriu tristemente; eu sei o que ele está pensando. Ele quer parar de mentiras e mostrar sua verdadeira face. Mas eu não. Ergui minha mão em formado de soco e exclamamos juntos:

-Zerou!

Depois acenei para ele e fui embora, mas não sem antes observar o parque novamente com pais e crianças brincando. Não pude deixar de lembrar dos meus, que eu amo mais que tudo. Olhei para o carrossel e vi a menina e sua mãe andando num cavalo juntas. O formato do carrossel lembrava muito o de um vestido, de alguma forma, com aquelas cores vibrantes e o tom pastel dos cavalos. Um vestido! "Acho que encontrei minha inspiração", pensei.

***

Hawkmoth

-Tsc... Estou cansado de tantas falhas. O tempo está correndo e estou o desperdiçando. - bati com o cajado no chão para descontar a raiva em alguma coisa sólida.

-Dessa vez, eu mesmo vou atrás daqueles heróis, pegar o miraculous e ainda; expôr a verdadeira identidade deles. Só preciso de alguém que esteja disposto a me ajudar a fazer isso...

Por trás das máscarasOnde histórias criam vida. Descubra agora