" Já percebi que ainda não te contaram "
- Não me contaram o que ? Quem não me contou ? - perguntei
- Na hora certa você vai saber.
- Eu não gosto e não posso falar com estranhos, então com licença..Paguei o café, sem nem ter tomado e fui embora.
Cheguei em casa e tranquei a porta. Corri para o meu quarto. Estava muito nervosa e ofegante. Sobre o que aquele cara estava falando ? Ele é maluco ?
Fui até o banheiro e tirei o casaco. Lavei o rosto com água fria e voltei ao quarto. Quando entrei levei um susto e gritei. O homem de preto estava deitado na minha cama, com os braços atrás da nuca.- O que você está fazendo aqui? - Perguntei tremendo.
- Que falta de modos, me deixar sozinho na cafeteria. - E deu um sorriso cínico.
- Como você entrou em casa ? É melhor você ir embora ou eu vou chamar a polícia.
Ele se levantou e começou a caminhar na minha direção.
- Nós precisamos conversar Serena.
A cada passo que ele dava eu recuava.
- Eu nem te conheço. - Olhei de canto e vi que a porta do quarto estava aberta, pensei se seria rápida o bastante para chegar até o andar de baixo e pegar o carro.
- Nem pense que seria rápida o bastante.
Eu corri até a porta, mas antes de alcançá-la ele a fechou, ainda atrás de mim. Pude sentir sua respiração na minha nuca, e não tive coragem de virar e encará-lo. Ele me girou, para que eu ficasse de frente para ele. E me prensou contra a parede.
- Eu só quero conversar. - Mentira. - Senta na cama, por favor. Eu não quero precisar usar a violência.
Ele abriu espaço e caminhei até a cama. Pensando em algum plano para tentar fugir e pedir ajuda. Ele se sentou ao meu lado e depois de me encarar por alguns segundos, disse:
- Você pode não me conhecer, mas eu te conheço.
- Como você me conhece ?
- Sua mãe já te contou a história do príncipe vampiro ?
- O que a história tem de importante ?
- É a sua história.
Quando me preparei para xingá-lo ele me interrompeu:
- Me dá o seu celular.
- O que ?
- Eu não vou roubar ele, só me empresta.
Tirei o celular da calça e entreguei a ele. Ele discou os números e alguém atendeu.
- Phillip ? - Harry perguntou ao telefone. Ao ouvir o nome do meu tio, pensei que meu coração fosse parar. Como esse garoto conhece o meu tio ? Não parece que trabalha com ele.
- Sim já estou na cidade ... A garota já está pronta, tem que ser feito ... Lembre-se do Juramento... Meus tios não aguentam mais esperar .
Ele desligou o telefone.
- Era meu tio ?
- Sim. Parece que o juramento vai ser cumprido. Por mim ele nunca seria, mas não posso quebrar a tradição e desobedecer meus tios. - Seu olhar era frio e duro.
- Você está me deixando confusa. Como meu tio te conhece ? Que juramento é esse ? E garota que está pronta sou eu ? - Eu estava confusa e falando muito rápido.
Seu sorriso cínico voltou ao rosto e disse :
- Calma, linda. Mas eu não posso te contar nada antes da hora. Eu tenho que ir.
- Você veio aqui só para isso ? Ligar para o meu tio ?
Ele sorriu e perguntou:
- Queria que eu fizesse mais o que aqui no seu quarto ? - Depois que falei percebi que a frase tinha duplo sentido.Tentei disfarçar dizendo :
- É melhor você ir embora mesmo.
- Não adianta ligar para o seu tio e perguntar, pois ele não pode dizer nada. Nos vemos depois da sua viagem.
Ele se aproximou e eu recuei ficando entre ele e a parede. Ele se aproximou e me deu um beijo no canto da boca. E abriu a janela para pular, mas antes perguntei:
- O que você quis dizer com ' nos vemos depois da viagem ' ?
- Até mais princesa - E pulou a janela.
Percebi que não parava de tremer. Quem é esse garoto ? Por que perguntou da história que minha mãe me contava ? Que juramento é esse ? E como nos veríamos depois da viagem ?
Minha cabeça parecia que ia explodir. Tomei um analgésico e dormi.
Acordei no outro dia e fui tomar um banho. Troquei de roupa e fui fazer minha mala para a viagem. Tomei meu café e o motorista chegou.
Coloquei minhas malas no carro. Peguei meu avião e adormeci durante a viagem inteira.
Quando acordei e saí do avião liguei para o meu tio.
- Quem vai me pegar no desembarque ?
- Procure um homem todo de preto, alto. Ele vai estar com uma placa escrito o seu nome.
- É conhecido seu ?
- Não se preocupe. Ele te levará em casa e te entregará a chave. À noite estarei chegando.
Achei o homem do qual meu tio falou e ele me levou até o carro.
Chegamos na Romênia. Ao longo do caminho havia vários vales e campos. Muitas árvores. Se via as montanhas ao longe, cobertas pela neve no cume. Igrejas e construções antigas. Ruas se tornavam precipícios. Florestas densas e escuras. Vilarejos que pareciam ter parado no tempo. Construções da Idade Média.
- Aonde é a casa ? - Perguntei ao motorista.
- Em um vilarejo. Mas não é casa, é um tipo de hotel.
Meu tio e eu vamos ficar em um Hotel ? E a casa nova de que falara ?
O carro parou em frente a um Hotel no vilarejo. Parecia aconchegante. Segui até o quarto reservado e não retirei as roupas da mala. Avisei meu tio de que já estava no hotel e ele chegaria em algumas horas. Durante o tempo que estive sozinha, aproveitei lendo um livro e comendo doces.
Quando meu tio terminou de ajeitar as malas no quarto ele me chamou para conversar. Sentamos na cama e ele parecia estar mais sério do que normalmente.
- Você conheceu o Harry ? - Ele me perguntou.
- Quem é esse Harry, tio ?
- Lembra- se da história que sua mãe te contava ? Sobre um príncipe vampiro ?
- Por que essa história é tão importante ?
- É a sua história, minha querida.
- Não entendo.
- Você não é como as outras garotas. Seus pais não foram mortos como pensa. Seu futuro será bem diferente do que pensa. E seu passado também não é como contaram.
Recuei um pouco, desconfortável. O que ele queria dizer com tudo aquilo ? Curiosa e nervosa pedi que continuasse.
- Uma parte de sua família é composta por vampiros - Continuou ele - Seus pais morreram na guerra. Mas antes deles morrerem, conseguiram assinar o contrato do juramento.
- Todo mundo fala desse juramento. Me explique melhor. - Pedi confusa com tudo que me dissera.
- O juramento já acontece há muito tempo atrás. Se trata de que um jovem e uma jovem, quando nascem, que são jurados em casamento. Isso acontece sempre que precisamos nos unir. Um de cada reino. Reino inimigo. Esse contrato sela a paz entre os poderosos.
- Que reinos ?
- Ambos inimigos. Os mais poderosos são os Edward e os Petrova.
- Você mencionou meus pais, continue falando sobre eles. - Pedi com dor na voz. Não gostava de falar no assunto. Por algum motivo sentia dor, e a tristeza vinha à tona.
- Sua mãe, Edward. E seu pai, Petrova. - Como me esquecera ?
- Você quer dizer ... ?
- Eles eram da nobreza. - Completou. - Por isso passavam pouco tempo com você. Tinham muitas responsabilidades aqui, na Romênia.
- Eles foram mortos na guerra ? - Perguntei. Sempre me disseram que foram assassinados, mas nunca pegaram o bandido.
- Sim. Rebeldes se voltaram contra os reinos. E tiveram que entrar na guerra. Infelizmente foram mortos. Mas acabamos vencendo a guerra.
- O que esse juramento tem a ver comigo ?
Ele segurou minha mão e continuou:
- Você faz parte do juramento. Quando nasceu foi jurada de casamento com o príncipe do outro reino.
- Eu sou da nobreza ?
- Sim. Seus pais eram os reis. E automaticamente você é uma princesa. E terá de casar com o príncipe do outro reino. Assim, tornando-nos um só. Mais uma vez.
- Príncipe ?
- Sim. Harry. Você foi jurada a ele. Quando se casarem compartilharemos terras, e a paz virá a tona. Nos tornaremos um só.
- Você mencionou vampiros ?
- Sim. Os reinos não são tão comuns assim. São praticamente compostos por vampiros. Seus pais por exemplo. O reino comanda todos os vampiros.
- Meus pais ? - Perguntei espantada.
- Sim. Eram vampiros.
- E somente ele poderia me transformar ? Por exemplo ?
- Sim. Somente a pessoa a quem você está ligada pode te transformar.
- E quando ele pode fazer isso ?
- Quando você ceder.
- Ele mencionou que eu estava pronta. Tem idade certa para isso ?
- Sim. A partir dos dezesseis anos a garota está pronta. Aí é critério do príncipe escolher quando vir.
- Ele disse que por ele não cumpriria.
- Harry é um garoto difícil. Muito mulherengo. Não gosta de compromissos sérios. É rebelde. Aparentemente ele tentou adiar o máximo esse compromisso, mas seus tios não podiam mais esperar.
Depois de alguns minutos de silêncio e reflexão ele continuou:
- Eu já falei demais. Durma um pouco. À noite temos compromisso. E não se preocupe, não ficaremos muito tempo nesse hotel.
Meu tio saiu me deixando sozinha. Lavei o rosto e deitei na cama. Não dormi. Só fiquei pensando em tudo que meu tio me disse. E lembrei da História que minha mãe me contava, a mesma que meu tio acabara de dizer.
Então era basicamente assim: Eu descubro do nada que pertenço a nobreza. Meu pais foram mortos em uma guerra de vampiros rebeldes. Quando nasci fui prometida em casamento. E com 17 anos eles me procuraram. O homem que passaria minha vida ao lado era mulherengo, teimoso, arrogante, rebelde e não gosta de compromissos sérios. E não gosta do juramento.
Eu sou basicamente uma mercadoria. Vendida para conseguirem a paz e mais terras. Eu não tenho que cultivar nenhum sentimento pelo príncipe. Mas tenho que me casar do mesmo jeito. E os meus planos ? Aonde ficavam no meio de toda essa história ? Meus sentimentos ? Minha opinião ? Já comecei a odiar tudo desde o início. Já comecei a odiar o príncipe. Eu sempre quis seguir minha vida normalmente. São os meus planos. Terminaria meus estudos, namoraria um garoto normal da minha cidade, me casaria por amor e teria filhos. Nenhum imprevisto. Mas parece que tudo tinha se perdido no meio de juramentos, casamentos e vampiros. Eu sempre tentei ficar fora dos holofotes e agora seria uma princesa. Só queria ser normal e seguir minha vida.
Quando percebi estava tremendo. Só o pensamento me deixa nervosa. Peguei meu celular na bolsa e me dei conta que já passava das 17:00 horas. Me lembrei do compromisso de que meu tio falara. Mas que compromisso ? Como saber o que vestir ?
Liguei para meu tio, querendo saber que tipo de compromisso é.
- Se arrume, minha querida. Vamos conhecer pessoas importantes.
Seria algum membro do castelo ?
- Eu acabei me esquecendo de perguntar, mas eu poderei continuar fazendo minha corrida e montar à cavalo ? - No meio de tanta confusão acabei esquecendo meus hobbies.
- Não sei querida. Se o príncipe conceder ...
- Como assim se ele conceder ? - Perguntei, começando a ficar irritada.
- Mais tarde eu explico querida. - E desligou.
Comecei a revirar minhas roupas a procura de algo que gostasse. E acabei encontrando o vestido preferido da minha mãe. Bege, tomara que caia, a parte de cima é um espartilho, e a saia descia toda solta, um pouco acima dos joelhos. O vestido tem um leve brilho. Escolhi um salto alto - não muito alto - vermelho, para contrastar com o vestido. Prendi o cabelo em um coque, um pouco bagunçado. Deixando alguns fios soltos. A maquiagem era pouca. Nunca gostei muito de maquiagem. Passei o suficiente para destacar somente os olhos. Com um pouco de rímel, blush - para não ficar tão branca - e um gloss um pouco avermelhado. Parecia estar bom. O que me preocupava era encontrar com pessoas que pensavam ser vampiros. Foi o que meu tio me contou. Quem é o maluco nessa história ?
Bateram na porta do quarto e deixei que entrassem. O motorista avisou que meu tio me esperava no carro. Assenti e o acompanhei. Descemos até a frente do hotel e entrei no carro. Quando entrei meu tio me elogiou.
- Está muito linda, querida. - Ele estava sendo realmente sincero. Podia ver em seus olhos.
- Obrigada. O senhor está muito elegante. - Meu tio vestia um terno azul-escuro, camisa branca e a gravata azul bem ajeitada.
Seguimos para o castelo da família de Harry. Os Edward. Chegando já conseguia ver melhor o castelo. Muito grande. À frente um jardim, com folhas que subiam os muros guardado pelos guardas. Um grande portão prata se erguia a nossa frente, com o brasão da família real no topo. Ele se abriu e entramos. Havia um jardim. O caminho dos carros era feito de pedras. Duas fontes com anjos jorrando água, uma a cada lado do jardim. A grama bem cortada e verde se estendia por todos os lados. Ramos de diversas flores e rosas enfeitavam o jardim. Uma floresta densa cercava o castelo ao lado de fora dos portões. Guardas andam por todos os lados. Com armaduras de prata, lanças e armas. Parece cenário de filmes antigos, lindo. O carro estacionou no fundo do jardim. E guardam nos conduziram até a entrada, onde uma moça elegante se apresentou. May, tinha cabelos loiros que estavam presos em um coque elegante, se via alguns fios brancos. Usava óculos e tinha a pele pálida. Vestia roupas de secretária em um tom de cinza. Segurava um caderno nas mãos.
Nos acompanhou até o Grande Salão. Se via uma mesa grade e comprida de madeira no centro da sala. Uma lareira de cada lado. Um candelabro de cristal estava acima da mesa. Em um canto da sala estava um piano e um violino. May passou pela sala nos conduzindo até um escritório. Lá fomos apresentados a um homem sério. Não era o rei. Discutimos sobre um jantar de apresentação e a chegada dos membros do outro castelo. Os Petrova, minha família.
Depois de descutir por horas assuntos chatos que me davam sono. Ele encerrou o assunto com um recado.
Olhou para mim e disse sério:
- Amanhã à noite você conhecerá o príncipe Harry. Durante a festa e jantar de apresentação. Enviaremos alguém para ajudá-la com as vestes e toda a preparação. - E só pude assentir com a cabeça. Mas estava odiando tudo aquilo.
O motorista nos deixou no hotel. Meu tio foi para seu quarto e segui para o meu. Tomei uma longo banho para digerir tudo o que acontecera nesses dias. Coloquei um pijama confortável e deitei na cama. Acabei dormindo com um único pensamento: É amanhã.* * *
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O Juramento||❤ H.S||
Vampire#01 - Sinopse Um Juramento os uniu. Um vampiro os separou. "Harry pertence a realeza vampírica europeia. Quando nasceu, foi criado um juramento que ele e a jovem mortal, Serena, deveriam ficar juntos assim que Harry atingisse a maioridade. E ele est...