"Hoje. Agora"
Tudo fazia sentido agora. Chelsea sendo vampira: Um dia no refeitório da escola, quando ela estava abatida e deu uma saída misteriosa. Quando voltou estava renovada e energizada. Seu relacionamento com Jake. Ela gostava dele de verdade. Quando saía de casa sem avisar, ia se alimentar. Fiquei um pouco chateada por ela não ter me contado. Mas sentia que quando fosse a hora certa me contaria. Tiraram essa chance dela. Sobre Tracy: Fiquei feliz e aliviada por nunca ter sido real o relacionamento dela com Harry. Era somente uma subordinada de Matthew. Fazia tudo o que ele pede. Ele queria que ela ficasse de olho e Harry e lá estava ela, fazendo seu trabalho. Isso explicara o motivo dela estar na festa, o dia que a segui para a cabana e dei de cara com Daniel. Sobre Harry: Agora tudo estava explicado. Toda a dor diminuíra com a verdade. Um alívio crescendo no meu peito. Eu acreditava nele. Tentei ficar com um pouco de raiva por não ter me contado. Ter me deixando no escuro. Mas ele fizera tudo o que fez para me proteger. Concordara com ele. Se fosse eu, também colocaria proteção á frente da verdade. Entendo o motivo de ter agido como um idiota. Tentou me afastar para as coias ficarem mais fáceis. Mas eu sentia o desejo entre nós, quando ele se aproximava e me provocava. Até para mim fora difícil resistir, mesmo tendo tentado odiá-lo. O que eu nunca consegui. Nunca parei de amá-lo. E agora, esse sentimento se tornara algo muito maior. O amor por ele me preenchia.
Sempre pensei que quisesse uma vida normal. Que me dedicaria aos estudos e namoraria algum garoto da escola. Mais tarde me formaria e casaria. Arranjaria um emprego e teria um filho. Como todos. Mas no fundo sabia que aquilo não era verdade. Queria algo profundo e intenso. Namorar alguém misterioso e sexy. Um amor arrebatador. Cheio de imprevistos e aventuras. Nada normal. Era isso que queria. E Harry me proporcionara.
Estávamos no jardim. Coberto por neve e com a aguá das fontes congeladas. Estávamos dançando. Harry envolvera minha cintura em um tipo de abraço. Suas bochechas roçando nas minhas. Eu mexia em seu cabelo enquanto olhava para o céu branco e cheio de nuvens. Até hoje o sol não aparecera. Decidimos que minha última lembrança como humana seria algo bom. Não uma discussão sobre guerra e vampiros.
Dissera a Harry que confiava nele, e que quando quisesse poderia me morder.
Ele afastou meus cabelos do pescoço e o beijou. Sua postura ficou mais tensa e ele apertou mais minha cintura.
Distribuiu beijos pelo meu pescoço e disse ao meu ouvido:
- Eu te amo.
Sabia que chegara a hora. Fechei os olhos e arqueei o pescoço para trás.
Minha boca ficou na altura de seu ouvido e disso:
- Eu te amo.
Com delicadeza, ele me mordeu.Não senti a dor de quando Matthew me mordeu. Com Harry era diferente. Era envolvente e íntimo. Eu estava me tornado completamente dele.
Ele deixou que seu " veneno " corresse pelas minha veias, e tirou as presas. No lugar da mordida, deu um beijo e me abraçou.
Apertei forte o ombro de Harry quando uma sensação arrebatadora atravessou meu corpo. Estava doendo. Doendo muito. Era uma dor alucinante. Caí na neve. Meu corpo se contorcia de dor, a media que ela ia aumentando. Parecia queimar. Pensei que meu corpo estava pegando fogo, mas quando olhei não tinha nada. Procurei por queimaduras nas mãos, mas estavam normal. Eu sentia o fogo tomar meu corpo.
Meus sentidos foram se esvaindo. Conseguia ouvir as batidas do meu coração. Ele foi batendo cada vez lentamente, até parar. Minha visão foi embaçando. A última coisa que vi foi Harry me embalando em seus braços.
Despertei.Estava no quarto. Me trouxeram para cá. Varri o cômodo com os olhos, procurando alguém. Estava sozinha. Mas agora percebia qualquer detalhe. Desde a migalha entre os pelos do tapete, o floco de neve que pairava do lado de fora da janela, o pingo de aguá que escorria da taça, até uma palavra do livro sobre a escrivaninha. Tudo tinha se ampliado. Conseguia ouvir vozes que estavam a metros de distância. Sentei na cama. Nada de dor. Estava bem. Muito bem. Me sentia forte e revigorada. Passei a língua nos lábios, estavam secos. Tinha uma garrafa com aguá na escrivaninha. Fui até lá e peguei a taça, que se estourou quando a envolvi com a mão. Tinha que aprender a controlar minha força. Não era mais a menina vazia e insegura. Agora, me sentia poderosa e confiante. Nada me atingiria.
Peguei outra, desta vez com mais cuidado, e enchi de aguá. Bebi tudo. Mas não era disso que eu precisava. Continuava com sede. Muita sede. Isso estava me enfraquecendo. Ouvi passos no corredor. Mas sabia que estavam muito longe ainda. Depois de um tempo, bateram na porta. Fui até ela. Me impressionei com a velocidade que consegui alcançá-la. Apostaria no máximo um segundo. Toquei na maçaneta, e quando a soltei vi que ficou a marca dos meus dedos. Abri a porta e Harry entrou no quarto.
- Como está se sentindo ? - Perguntou, sorrindo.
- Nunca me senti tão bem. - E sorri. - Mas estou com sede. Já bebi água, mas não passou.
Ele me olhou e parecia que me intendia.
- Tenho uma coisinha para você.
Ele saiu do quarto e quando voltou, trouxe uma mulher. Uma mulher humana.
Me abalei. Ouvi o coração dela bater. Senti ao cheiro de sangue. Não conseguia parar de olhar para sua veia. Eu queria. Precisava desesperadamente mordê-la. Tentava me controlar. Harry segurou minha mão. Percebi que estava andando na direção dela e coma mão esticada para pegá-la. Ele me tirou do transe.
- Sente-se. - Pediu.
Eu me sentei na cama e ele conduziu a mulher para fazer o mesmo.
Ele se sentou atrás dela.
- Compele ela. - Ele disse.
- Como eu faço isso ?
- Só olhe nos olhos e tenha firmeza no que diz.
Me aproximei da mulher, e ele recuou. Olhei nos olhos dela e a compeli, mandando-a ficar em silêncio e não ter medo.
- Agora, é só me observar. - Harry disse.
Ele afastou os cabelos do pescoço dela, e a mordeu. Deixando escorrer um fio de sangue pela clavícula. O cheiro me inundou. Veio até mim como uma bomba. Estava difícil me segurar. Podia não ver, mas tinha certeza de que meus olhos estavam vermelhos.
Harry parou e olhou para mim. Não consegui esconder um sorriso. Ele pegou minha mão e me puxou para mais perto. Mordeu de novo. Joguei os cabelos da mulher para trás e senti as presas se revelarem. Infinquei as presas na veia dela. Harry de um lado e eu do outro. O sangue era ótimo. Me dominava. Sentia tudo em mim se fortalecer e intensificar enquanto ele descia pela minha garganta. O sangue me abatia. Era como uma droga. A melhor coisa que provei na vida. Parei e peguei a mão dela, infincando minhas presas em seu pulso. Sentindo o sangue me inundar. Satisfeita, parei. Harry parou comigo, e sorrimos um para o outro. Ele chegou mais perto e limpou o sangue da minha boca. Olhou para a mulher, que estava caída no colchão.
- Cure ela.
Me aproximei da mulher. Mordi meu pulso, e deixei o sangue escorrer pela boca dela. Em instantes, ela abriu os olhos e tossiu. As feridas dela começaram a cicatrizar. Ele a compeliu a esquecer de tudo o que aconteceu e ir embora. Assim que ela saiu, ele me beijou. Um beijo selvagem e intenso. Mordi o lábio inferior dele, e sorri quando saiu um poco de sangue. Ele me deitou no colchão e passou a língua nos lábios, limpando. Sorri e o beijei novamente.
- Você foi muito bem. - Disse, beijando meu maxilar. - Nem gritou.
- Sou mais forte do que pareço.
Ele se apoiou nos cotovelos e ficou me observando.
- Sabia que é mais forte do que eu ?
- Mas você é mais velho.
Pelo que me explicara quanto mais velho o vampiro for, mais forte ele é.
- O puro sangue corre em suas veias. Sua família é composta somente por vampiros há séculos. Com isso, você se torna mais forte.
Nos girei rapidamente, ficando por cima e observando-o.
- Chegou a hora. - Ele ficou com uma expressão séria.
Eu me sentia bem. Agora, me tornara uma melhor versão de mim. Mas quando ele dissera que chegou a hora, um sentimento arrebatador me dominou. Vingança.
- Finalmente. - Disse, sorrindo perversamente.
Saímos pela floresta, entre as árvores.
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O Juramento||❤ H.S||
Vampire#01 - Sinopse Um Juramento os uniu. Um vampiro os separou. "Harry pertence a realeza vampírica europeia. Quando nasceu, foi criado um juramento que ele e a jovem mortal, Serena, deveriam ficar juntos assim que Harry atingisse a maioridade. E ele est...