Eu sinto muito. Perdoe-me por ter sido o amor certo na hora errada. Por ter sido o beijo bom. Por ter sido a ajuda. A melhor conversa. O cinema. O olhar profundo e a risada gostosa. Eu não queria ter te ajudado a superar o que aconteceu. Não queria ter estado ali te entendo, te apoiando e falando que estava passando pelo mesmo. Não queria ter ficado aquele tempo todo te beijando e indo ao cinema contigo. Não queria que você tivesse gostado de todas aquelas vezes em que estávamos juntos, e eu te comendo, te chupando, te gozando.
Não queria que você tivesse me dito todas essas palavras.
Eu sempre senti muito. E eu te disse.
Mas você parecia sentir também. E isso foi me seduzindo, me enrolando. Eu estava me afogando no seu oceano interior e não poder respirar era a melhor coisa que já me tinha acontecido. Você era o aquário e eu o peixe. A tampa e panela. O par perfeito.
Meus amigos ainda perguntam por você. Dá pra acreditar que já faz um ano?
Um ano dos cinco melhores meses de toda a minha vida.
Você seguiu em veio e encontrou a casa toda bagunçada. Com seu sorriso nos olhos, me ajudou a pôr tudo no devido lugar. E depois que eu estava pronto pra te dar a chave e te deixar entrar todas as vezes que quisesse, você chutou tudo. Destruiu completamente tudo aquilo que havíamos construído juntos. Você não deixou pedra sobre pedra. Estava tudo como antes. Frio. Bagunçado. Caótico. Indefinido.
Quando se deu por satisfeito, jogou a chave no meu colo e disse que aquilo não era pra você. Saiu sem nem olhar para trás.
