73: white wine

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– Ele me contou. – Foi a primeira coisa que Jimin falou, ao chegar em casa e encontrar seus três garotos sentados no sofá, discutindo algo irrelevante no momento. – Meu Deus do céu.

Enquanto deixava o casaco em cima da mesa, continuava repetindo a frase rapidamente, desacreditado no que havia ouvido minutos atrás, com Jungkook, no escritório.

O trio virou a cabeça em sua direção rapidamente, com os olhares arregalados.

– Ele te contou? – Foi a primeira coisa que Taehyung perguntou, apoiando uma das mãos acima do joelho. – Você aceitou numa boa?

– Não deveria? – Jimin indagou, confuso, apoiando uma das mãos na cintura. – Eu estou muito, muito, muito confuso, e ansioso. E eu nunca senti isso antes.

Jungkook continuou falando, mas quando terminou de contar, apenas baixou a cabeça e deixou o menor sem explicação alguma, enquanto apertava sua cintura e pressionava os olhos, pronto para ver a reação negativa do menor.

Mas aquilo não havia acontecido, de forma alguma. Jimin apenas agarrou sua nuca e o puxou para um abraço apertado, alegando que estava tudo bem, e que estava muito feliz pelo seu homem ter confiado em si e lhe contado algo tão pessoal.

– Como você se sente agora? – Taehyung tornou a perguntar, abrindo um espaço no canto do sofá enquanto baixava as pernas. – Venha sentar. Hoseok, pegue algo para ele beber.

– Eu tentei não demonstrar nada na hora, pra não fazer ele ficar paranoico e pensar que eu vou o deixar por causa disso. E parece que agora que cheguei, o teto está na minha cabeça. – Jimin explicou. – Eu não sei como me sentir.

– Jimin, explica direito. – Yoongi deixou o colo de Taehyung, apoiando-se no carpete e engatinhando em sua direção, sentando-se em frente á suas pernas.

– Eu estou tentando assimilar as coisas. Acalma esse fogo no teu cu. – Jimin retirou os sapatos, os jogando em qualquer canto.

Soltou um breve suspiro, logo após, chocou as costas contra o sofá macio e relaxou os músculos, descarregando toda a sua tensão momentânea, na medida que Taehyung o olhava, apreensivo.

Era claro que estava impactado. Na verdade, não fazia a mínima ideia de que o problema inicial era aquele. Nunca desconfiou. Nunca lembrou desse tipo de transtorno. Sempre fora lidado como um tabu.

Pessoas doentes psicologicamente nunca se sentem aptas á falar sobre aquilo que possuem, e agora, que Jungkook havia revelado e aberto o seu coração, tudo fazia sentido, todas ás vezes, todas as crises, todos os móveis quebrados, todos os placebos, e todas as consequências.

Tudo batia. E, na real, sentia-se um tanto cego por não ter percebido antes, por ter o julgado com a mente fechada, por ter acabado tudo antes de começar, por perder sua confiança por um detalhe significante.

Principalmente, por o acusar de agressão, quando na verdade, não sabia de nada. E quando Jungkook murmurava que ninguém o entendia, ele tinha razão. Fechou-se para o mundo com medo das reações indevidas, e tornou-se o sádico empresário, incapaz de manter uma relação estável consigo mesmo.

Jimin imaginava o porque de tanto sofrimento. Talvez a mulher de Jungkook não soubesse como lidar com todas essas crises, e então, afundou junto consigo, e deixou-se levar por insuficiência e falta de apoio.

Não iria deixar isso acontecer. Iria provar para Jungkook que estava ali por ele, que iria até o fim do mundo para vê-lo bem, e despreocupado.

Iria fazer de tudo para que seu homem pudesse se sentir o mais amado possível.

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