Capítulo 1 - Mabelle

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Olá, meus amores! 

Como estava com saudades de postar algo aqui para vocês! <3 

Depois da votação lá no meu grupo do Facebook (Romances - Tamires Barcellos), onde fiz uma enquete perguntando qual livro vocês queriam ler novamente, vocês foram rápidas e espertas escolhendo o único livro inédito que coloquei por lá! :p Hahahahaha.

Sendo assim, "A Pianista" ganhou e será postada aqui na íntegra! O livro está à venda lá na Amazon, então, se você quer ler tudo rapidinho e de uma vez, corre lá. ;) Começaremos com 3 capítulos, logo depois, postarei dois capítulos toda terças e quintas. 

Esse livro é muito especial, o escrevi em 2014, então, não se assustem se houver alguma diferença na escrita (na época eu tinha apenas 16 aninhos! Hahahaha). 

Espero muito que gostem, estou louca para ver os comentários de todo mundo!

Aliás, agora em janeiro eu volto a postar "Ouça meu coração", livro que está pausado aqui desde julho, se não me engano.

O Wattpad voltará a ficar agitado por aqui, hahahaha.

Beijos, amores <3 <3 <3 

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— Mabelle... Você é completamente louca, garota! — Roger disse, sentando-se no sofá de minha suíte e me olhando com a expressão incrédula.

— Oh, não me diga? — respondi com um tom de risada na voz.

Roger era meu melhor amigo. Quando fechei minha turnê nos Estados Unidos nem mesmo hesitei antes de chamá-lo para me acompanhar. Ele era um ator malsucedido e sabendo que Hollywood era o universo para qualquer ator iniciante, ele aceitou na hora o meu convite.

E não, eu não era completamente louca. Na verdade, apenas um pouco. Talvez a minha audácia e a minha falta de paciência para coisas fúteis fizessem com que eu parecesse estranha aos olhos dos outros, mas eu realmente não me importava.

Sinceramente, eu não era a primeira e muito menos seria a última mulher que não se adapta a ideia de ser romântica. Tenho vinte e quatro anos recém-completados e nem me passa pela cabeça começar a namorar. Isso era ser considerada louca?

Não. Não era.

— Sério, não quero nem pensar nas manchetes... Te chamarão de tarada! Onde já se viu falar aquilo para todo o mundo saber, Mabelle?

— Ora, a repórter me perguntou qual era o sonho que eu ainda não havia realizado e qual era o meu maior desejo, apenas respondi — falei, cheia daquele assunto.

Ele estava me atormentando há uma semana por causa do que eu dissera a revista Vogue americana. A repórter estava me fazendo perguntas e eu não hesitei na hora responder a cada uma delas. Minha vida sempre fora um livro aberto para o público — pelo menos, uma grande parte —, então, por que eu não iria responder aquelas simples perguntas?

Não falei nada demais e realmente não me arrependo de nada do que disse.

— Quer saber, precisamos de uma noite em uma balada de Los Angeles, então, vá já para o seu quarto e logo mais sairemos daqui — falei, olhando para ele.

Ele apenas me olhou de volta, ainda com aquela expressão incrédula.

— Quer que eu chame os seguranças, baby? — perguntei.

Ele apenas suspirou e se levantou, deixando meu quarto segundos depois.

Sorri de lado deixando o cheiro de lavanda adentrar minhas narinas. Sempre gostei do cheiro de lavandas e a única coisa que exigia em meus camarins e quartos de hotéis é que eles tivessem esse cheiro suave e gostoso de sentir.

Acho que comecei a me apaixonar por esse cheiro simples por causa de minha avó. Abígail tem todo o seu quarto com esse cheiro e, quando criança, me lembro de passar finais de semana em sua casa e dormir em seu quarto com esse cheiro.

Eu amava a França. Amava minha avó e meus pais, eles eram meu mundo. Me salvaram de uma vida solitária e miserável que eu pensei estar destinada para mim. Decidindo expulsar esses pensamentos de minha cabeça, me levantei e fui direto para o banheiro.

A única coisa que eu precisava agora era de uma música eletrônica e uma bebida forte, para desgastar toda a energia que pulsava dentro de mim.

***

— Caramba, Mabelle, quantas vezes eu já te disse para não beber no dia em que antecede uma apresentação? Por que é tão difícil para você seguir uma porra de uma ordem?! — Alfred gritou.

— Tem como parar de gritar? Sua voz não vai ajudar a curar a minha ressaca! Na verdade, eu preciso de um analgésico...

— Eu vou buscar, mas quando eu voltar, teremos uma conversa, mocinha! — ele disse batendo a porta de meu quarto.

Alfred era meu empresário e amigo. Sempre chato, sempre certinho, sempre querendo que eu fosse como ele, mas isso seria impossível! Eu simplesmente não conseguia seguir ordens e agora...

Bem, agora estava com a cabeça prestes a explodir.

A noite com Roger foi boa. Dançamos, bebemos e até flertei com alguns carinhas, mas não passei disso. Não queria transar com ninguém e a boate estava com alguns paparazzi. A última coisa que eu precisava era de um boato nos tabloides falando que eu estava com um suposto namorado.

Antes mesmo que eu pudesse fechar os olhos para tentar dormir novamente, Alfred chegou carregando duas aspirinas e um copo d'água.

Tomei o remédio e então ele começou a falar:

— Eu espero que você esteja perfeitamente bem hoje à noite, é o seu último show aqui, temos que fechar essa turnê com chave de ouro, Mabelle! Você não pode simplesmente se deixar levar pelas festas que existem aqui nos Estados Unidos, precisa se concentrar em sua turnê, tocar maravilhosamente bem para todos aqueles admiradores...

Eu estava ficando furiosa ao ouvir tudo aquilo. Por que todo mundo tinha a mania de me tratar como uma criança?!

— Você, mais do que ninguém, sabe que eu jamais deixaria que algo atrapalhasse meus shows, Alfred, então eu acho melhor você calar a boca e sair do meu quarto!

— Mabelle, não vou deixar que sua falta de educação e falta de comprometimento estraguem tudo o que planejamos...

— Porra, Alfred! Eu não vou estragar nada, na verdade, é você quem está estragando! Eu quero ficar sozinha e me recuperar para o concerto de hoje à noite, então, saia já do meu quarto! — gritei olhando pra ele com raiva.

Ele apenas suspirou e revirou os olhos, saindo de meu quarto em seguida. Eu não precisava que ele me dissesse que eu tinha que ficar inteira e limpa para o show porque eu já sabia disso. Ele, mas do que qualquer um, deveria saber que eu jamais deixaria que nada atrapalhasse meus concertos.

Acima de tudo eu tinha respeito por quem estava ali me assistindo e admirando o meu trabalho, jamais deixaria que minha vida pessoal prejudicasse a todos que foram ali para me ouvir tocar.

Eu era uma profissional. Uma das pianistas mais conceituadas da atualidade e nada no mundo me faria desperdiçar todos os anos de esforço que eu fiz para crescer naquele ramo que eu tanto amava.

A Pianista - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora