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Capitulo XIV
Narrativa de Daniel:
Estou tentando manter a serenidade e a sanidade. Revivendo os momentos desde que cheguei ao quarto e encontrei a porta aberta e nenhuma das duas lá. O desespero ao sermos informados que o Capitão havia sumido, e a certeza de que as duas estavam com ele. Foram seis horas de agonia entrando e saindo de todos os quartos, salas das maquinas, e tudo mais que foi possível, até alguém avistar o barco saindo. Agora as duas aqui, descansando depois do sedativo. Laura não queria tomar, foi uma luta para convencê-la, mas por fim concordou. Ainda estamos na enfermaria, elas irão passar a noite em observação, o choque da água fria pode trazer sérias consequências a Laura, pois a operação está muito recente ainda, Clarisse poderia ir para o quarto, mas não queria escolher com qual ficar, então o médico permitiu que passasse a noite aqui. Acaricio o cabelo da minha menina corajosa, seus lábios estão voltando à cor normal, ela chegou ao barco com os lábios roxos por causa do início de hipotermia, seu corpo se debatia, o pavor em seus olhos. Beijei novamente sua têmpora acariciando seus cabelos, vendo como dormia tranquilamente. Não vou conseguir descansar enquanto não souber que ele foi preso, e parece que ninguém ainda conseguiu o localizar.
- Daniel. – Mark colocou a cabeça para dentro da enfermaria.
- Entra aí, elas estão dormindo, só acordam amanhã.
- Como ela está? – Perguntou apontando com a cabeça para Laura.
- O médico disse que temos que observar, por causa da cirurgia, é muito recente. E alguma novidade?
- Nada, ele continua foragido. Esse cara é escorregadio demais, não me conformo de ter errado quanto ao qualificação dele.
- Errado?
- Ele não é um psicopata, é um sóciopata. E os sinais gritante. Mas isso não vem ao caso agora. – Olhava para ele, que desde a descoberta da doença do tio, estudou a fundo tudo relacionado ao assunto. – Bom, vamos ao que interessa, não é mesmo, o navio zarpa pela manhã, a bomba já foi retirada e por medida de segurança jogada em alto mar, onde não correrá riscos a nenhum dos tripulantes. Quero que saiamos daqui o quanto antes para que voltemos de avião para Londres. Por isso, antes do navio zarpar, sairemos dele e pegaremos as embarcações que estarão nos aguardando. Iremos para Nova Zelândia e de lá já teremos um jato a nossa espera.
- Isso é bom, quanto tempo antes estivermos longe daqui, mais seguras elas estarão. E a Elizabeth?
- Foi detida temporariamente, como suspeita de associação ao Rodrigo. Mas sem provas nada irá servir. Vão deporta-la para a Inglaterra e detê-la.
- Menos mal, ao menos não vão poder nos prejudicar por enquanto.
- E vamos acelerar o processo da guarda total. Temos tudo o que precisamos. Olha, se não se importar vou pedir a Ninah e a Sophie que arrumem suas coisas para que não precise sair daqui.
